Sou obrigado a pagar couvert artístico nos restaurantes?

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A cobrança de couvert artístico em bares, restaurantes e outros estabelecimentos que oferecem apresentações ao vivo é um tema que gera diversas dúvidas entre os consumidores. Muitos se perguntam se essa taxa é obrigatória e, caso seja, como ela deve ser aplicada de maneira transparente e justa. O couvert artístico visa remunerar os artistas e cobrir os custos das apresentações, mas é importante compreender as regras que envolvem essa cobrança para evitar surpresas.

Neste artigo, vamos esclarecer os aspectos legais e práticos sobre o couvert artístico, destacando as situações em que a cobrança é permitida, como ela deve ser informada e os benefícios que ela pode trazer tanto para os clientes quanto para os estabelecimentos.

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O que é o Couvert Artístico?

Imagem de um microfone e luzes ao fundo couvert artístico
Imagem: Gabriel Borghi/Shutterstock.com

O couvert artístico é uma taxa cobrada por bares, restaurantes e casas de shows que oferecem apresentações musicais ou outras atrações ao vivo, como stand-up comedy, danças e performances. Essa cobrança tem como objetivo remunerar os artistas e cobrir os custos envolvidos na realização dessas atividades, que muitas vezes demandam infraestrutura, equipamentos e profissionais especializados.

Embora a cobrança seja uma prática comum, ela deve ser feita com total transparência e de acordo com as normas do Código de Defesa do Consumidor (CDC), que garante o direito do cliente de saber exatamente o que está sendo cobrado e por quê.

A Cobrança de Couvert Artístico é Obrigatória?

O Pagamento é Opcional para o Consumidor

A dúvida mais comum entre os consumidores é sobre a obrigatoriedade do pagamento do couvert artístico. A resposta é clara: não é obrigatório pagar o couvert artístico. De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, o pagamento dessa taxa é opcional para o cliente. Isso significa que, embora o estabelecimento possa cobrar o couvert, o consumidor tem o direito de decidir se deseja ou não pagar pela taxa.

Requisitos para a Cobrança do Couvert

Embora não seja obrigatória, a cobrança do couvert artístico precisa seguir algumas regras para garantir que ela seja válida e justa. O estabelecimento deve cumprir as seguintes condições:

  • Informação clara e visível: A cobrança do couvert deve ser informada ao cliente de forma clara e acessível. Isso pode ser feito através de placas na entrada do estabelecimento, no cardápio ou até mesmo na mesa.
  • Aviso prévio sobre o valor: O valor do couvert artístico precisa ser informado antes que o cliente consuma qualquer produto no local. Isso é essencial para que o cliente possa decidir se concorda com a cobrança ou não.
  • Repassar o valor ao artista: O valor do couvert artístico deve ser repassado integralmente ao artista ou grupo responsável pela apresentação. Não é permitido que o estabelecimento retenha parte desse valor.

Quando a Cobrança do Couvert Artístico Não é Permitida?

Cobrança Proibida para Música Gravada

É importante destacar que o estabelecimento não pode cobrar o couvert artístico em situações onde a música não seja ao vivo. Ou seja, a cobrança é permitida apenas quando há apresentações ao vivo, como shows, apresentações de voz e violão, bandas ou até stand-up comedy.

A cobrança do couvert é ilegal quando o estabelecimento utiliza música gravada, seja de uma playlist, rádio ou de qualquer outro meio. Isso também se aplica a jogos esportivos transmitidos no local, que não geram direito de cobrança de couvert.

Essa distinção é crucial para os consumidores, pois muitas vezes se cria confusão entre apresentações ao vivo e reproduções de músicas gravadas. Portanto, a simples reprodução de músicas de fundo não justifica a cobrança.

O Estabelecimento Pode Cobrar Qualquer Valor pelo Couvert Artístico?

Definição do Valor do Couvert

O valor cobrado pelo couvert artístico não tem um limite fixo estabelecido por lei, o que significa que o estabelecimento pode definir o valor com base em diversos fatores. Isso inclui o tipo de apresentação (se é um artista solo, uma banda ou uma performance maior), a duração do evento e a popularidade do artista.

Embora a cobrança seja livre, o valor deve ser informado ao cliente de forma clara e prévia, como mencionado anteriormente. O consumidor tem o direito de decidir se quer pagar a taxa com base nessa informação.

Exemplos de Prática no Mercado

André Panerai, proprietário do bar Jângal em Belo Horizonte, explica como sua casa lida com o pagamento do couvert artístico. “Na entrada do nosso bar, avisamos sobre a cobrança e no momento da consumação, acrescentamos o valor pela apresentação no cartão individual de cada cliente.” Ele ainda menciona que, embora alguns clientes solicitem a retirada da cobrança, isso não é uma prática comum.

A transparência, nesse caso, é fundamental para evitar qualquer mal-entendido entre o consumidor e o estabelecimento.

Benefícios de Oferecer Música ao Vivo nos Estabelecimentos

Homem com a cabeça inclinada e o rosto encoberto por um chapéu enquanto toca violão
Imagem: Dan Miles/shutterstock.com

Criação de uma Atmosfera Agradável

Além de proporcionar uma remuneração justa aos artistas, a presença de atrações artísticas ao vivo traz uma série de benefícios tanto para os clientes quanto para os proprietários dos estabelecimentos. Para os consumidores, o ambiente fica mais agradável, criando uma atmosfera descontraída e animada. Isso pode aumentar o tempo de permanência dos clientes e incentivá-los a consumir mais.

Atração de Diferentes Públicos

A programação artística, quando bem elaborada, pode atrair públicos variados. Alguns consumidores podem se interessar mais por apresentações de jazz, enquanto outros podem preferir shows de rock, por exemplo. Diversificar a programação é uma ótima estratégia para ampliar o alcance e atender a diferentes preferências.

Diferenciação da Concorrência

Para os estabelecimentos, ter uma agenda de atrações artísticas é uma maneira de se destacar da concorrência. Oferecer uma experiência única, como apresentações ao vivo, pode ser o diferencial que atrai mais clientes e fideliza os que já frequentam o local.

O que Fazer se o Estabelecimento Não Cumprir a Lei?

Em Caso de Dúvidas, Recorrer ao Procon

Embora a cobrança do couvert artístico seja regulamentada por lei, alguns estabelecimentos podem não seguir as normas corretamente, seja por desconhecimento ou desinformação. Nesses casos, o consumidor tem o direito de questionar a cobrança indevida ou não transparente.

Se o estabelecimento não fornecer informações claras sobre o couvert ou se a cobrança for feita de forma indevida, o consumidor pode recorrer ao Procon ou até mesmo buscar orientação jurídica. O Procon é responsável por fiscalizar e garantir que os direitos dos consumidores sejam respeitados, podendo aplicar penalidades aos estabelecimentos que descumprirem as normas.

Imagem: Jader Souza

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