Acidente na BR-116: bloco transportado por caminhão atingiu ônibus e causou tragédia

A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu que o acidente que matou 39 pessoas na BR-116, em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, foi causado pelo deslocamento do bloco de pedra transportado pelo caminhão.

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O delegado Amaury Tomaz explicou que os indícios apontam que o material atingiu o ônibus.

“Inicialmente foi apresentada uma versão de que o pneu do ônibus teria estourado, mas as provas não levam a este sentido”, comentou o chefe da delegacia na manhã desta quarta-feira (22).

Apesar da avaliação, o inquérito ainda não foi concluído. A Polícia Civil também levanta informações sobre eventual responsabilidade de outras pessoas, como a do proprietário da transportadora.

Além da prisão do motorista Arilton Bastos Alves, os agentes cumpriram mandados de busca e apreensão no Espírito Santo, mas os detalhes do alvo não foram revelados.

Prisão

Alves foi preso no Espírito Santo, nessa terça-feira (20), quando a tragédia completou um mês.

Desta vez, a Justiça acatou o pedido de prisão após a polícia apresentar laudos que indicam a presença de substâncias lícitas e ilícitas no organismo do condutor no momento do acidente.

“A partir da quantidade de material metabólico encontrado no corpo dele, nós conseguimos identificar se no momento do acidente propriamente dito ele estava sob efeito dessas substâncias”, explica Thales Bittencourt, superintendente de polícia técnico-científico de Minas Gerais.

Os exames, segundo Bittencourt, apontaram para a o consumo de cocaína, ecstasy, álcool, remédios antidepressivos e ansiolíticos.

O exame foi realizado no laboratório do IML de Minas Gerais a partir de urina e sangue cedidos pelo próprio motorista. De acordo com Bittencourt, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) confirmou os resultados.

O delegado Amaury Tomaz afirma que o uso das substâncias e outras circunstâncias identificadas até o momento levam a crer que o caso trata-se de um crime, com dolo eventual. Ou seja, em que o motorista agiu assumindo o risco de provocar as mortes.

Dentre os elementos também apontados para a avaliação estão o excesso de peso de quase 30 toneladas na carga de granito, falta de descanso durante o trajeto e excesso de velocidade.

A perícia estima que o caminhão atingiu o ônibus a cerca de 95 km/h, mas em alguns trechos ele chegou a trafegar acima de 130 km/h.

“Para a Polícia Civil ele assume o risco até mesmo pelo estado psíquico já apontado”, conclui o delegado.

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