Além de suspensão de mototáxis, Belo Horizonte pode ganhar corredores exclusivos para motos

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e o superintendente regional do Trabalho e Emprego de Minas Gerais, Carlos Calazans, discutiram a possibilidade de implementação de corredor exclusivo, a conhecida faixa azul, para motocicletas no trânsito da capital mineira. O recurso consiste na instalação de sinalização específica que direciona motociclistas para áreas delimitadas e exclusivas entre faixas de circulação de carros.

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Segundo Calazans, o assunto foi abordado durante reunião entre ele e o secretário de Governo da PBH, Guilherme Daltro, na última terça-feira (21). “Foi o ponto mais positivo da reunião. Eu defendi que a faixa azul em BH não gera grande custo, mas gera um grande benefício”, destacou em entrevista ao BHAZ.

A implementação da chamada faixa azul, corredores exclusivos para as motocicletas, também foi sugerida pelo superintendente, a exemplo do que já acontece em outras cidades. Segundo ele, eles podem reduzir os acidentes, uma vez que acabam com a disputa dos motoqueiros com os motoristas.

Ainda de acordo com o superintendente, a proposta é baseada na adesão em São Paulo. “O prefeito [Ricardo Nunes (MDB)] afirma que [a faixa azul] reduziu os acidentes em 60%, é muita coisa”, disse Calazans. “Hoje existe uma guerra entre motos e carros na cidade. Se colocar a faixa azul na avenida do Contorno, na Amazonas, cria-se uma disciplina”. A sugestão, segundo ele, foi bem recebida pela PBH e constará na proposta formal da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego SRTE/MG.

A reportagem entrou em contato com a PBH para entender o avanço das discussões sobre o tema. Assim que houver retorno, a matéria será atualizada.

Mototáxis em BH

Embora a faixa azul tenha sido, nas palavras de Calazans, ‘o ponto mais positivo da reunião’, o encontro do superintendente com o secretário de Governo teve como foco a suspensão dos serviços de transporte de passageiros por aplicativos de moto em Belo Horizonte.

Conforme apuração, Daltro solicitou a Calazans que seja redigido um documento detalhando a proposta de intervenção sobre o assunto ainda nesta semana. “Vou propor que a Prefeitura assuma uma suspensão do trabalho de mototáxi na cidade por 90 dias e chame todos para uma conversa que vai discutir a possibilidade de regulamentação, como idade mínima [para condutores], as condições da moto, do passageiro, seguro do motociclista e do passageiro, equipamento de proteção, lugar de apoio às mãos do passageiro, entre outros”, revelou.

Questionada, ontem (22), sobre a possibilidade de suspensão, a PBH afirmou que o funcionamento do transporte de passageiro por aplicativo no Brasil é amparado pelas leis federais 12.587/2012 e 13.640/2018. “Sendo assim, a competência para regulamentação do exercício profissional, incluindo as normas de segurança do trabalho, é da União”, rebateu.

Ainda segundo Calazans, o desejo de suspensão é referente apenas ao transporte de passageiros, e não de alimentos ou quaisquer outros tipos de objetos. “A discussão não é sobre as motos de entrega ou de mercadorias, é de passageiros. Do jeito que tá não pode ficar, porque tá expondo a vida de muitas pessoas”, ressaltou. Ele afirmou que uma nova reunião com representantes da PBH deverá ocorrer em 15 dias para discutir novamente o tema sob a luz do documento a ser elaborado.

Protesto

Em reação ao pedido de suspensão dos serviços de mototáxis em BH, motociclistas de aplicativos se manifestam pelas ruas da capital na tarde desta quinta-feira (23). A concentração ocorre em frente à Câmara Municipal, no bairro Santa Efigênia, e a expectativa dos representantes do movimento é que haja diálogo com parlamentares sobre o assunto.

De acordo com pessoas ligadas à organização do protesto, a expectativa é manter a manifestação até às 16h. Após o início na sede do Legislativo, o grupo vai sair em comboio até a Prefeitura e o Ministério do Trabalho. Eles prometem um protesto com buzinaço, cartazes e marcha lenta, o que pode afetar o fluxo de carros na região.

“Acredito que vamos reunir cerca de 2.000 pessoas. A intenção é parar tudo porque temos que manifestar nosso direito de trabalhar. É okay ter regulamentação, mas não há necessidade de nos manter fora do aplicativo por 90 dias para discutir isso”, comentou a mototaxista e motoentregadora Jully Costa de Souza, uma das organizadoras do protesto.

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