Dólar opera em queda a R$ 5,81 com boas notícias no Brasil e EUA

Dólar

O dólar inverteu sua trajetória nesta sexta-feira (31) e passou a operar em queda, com a moeda norte-americana sendo cotada a R$ 5,81 por volta das 11h40. A baixa vem acompanhada de boas notícias sobre a economia brasileira, especialmente com a divulgação dos dados de emprego do IBGE.

Além disso, os investidores mantêm o foco nos números de inflação dos Estados Unidos, que também influenciam os mercados financeiros.

Queda no dólar e boas expectativas para o Brasil

Várias notas de dólar
Imagem: yukiqwa / Shutterstock.com

O mercado financeiro brasileiro reagiu positivamente aos dados apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou que a taxa de desocupação no Brasil caiu para 6,2% no último trimestre de 2024, uma leve redução em relação aos 6,4% do terceiro trimestre.

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A pesquisa também revelou que, ao longo do ano, a taxa de desemprego teve uma queda significativa, chegando a 6,6% em média, contra 7,8% no ano anterior. Esse é o menor nível de desemprego já registrado na série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012.

Esses números reforçam a recuperação do mercado de trabalho, o que reflete positivamente sobre a economia. No entanto, os investidores seguem atentos ao fato de que um mercado de trabalho aquecido pode gerar mais demanda por produtos e serviços, o que, por sua vez, poderia impulsionar a inflação. Mesmo assim, a estabilidade observada nos números de inflação nos Estados Unidos ajudou a amenizar as expectativas sobre uma possível aceleração nos juros.

A inflação nos Estados Unidos e seu impacto

Outro fator relevante para o desempenho da moeda americana foi a divulgação do indicador de preços PCE (Personal Consumption Expenditures) dos Estados Unidos. O PCE, que é o índice de inflação preferido pelo Federal Reserve (Fed), subiu 0,3% em dezembro e acumulou uma alta de 2,6% em 2024, em linha com as previsões do mercado financeiro. Esse índice é considerado importante, pois reflete a variação dos preços dos produtos e serviços mais consumidos pelos americanos, fornecendo uma medida crucial para as decisões do banco central dos Estados Unidos sobre as taxas de juros.

A inflação dentro das expectativas do mercado tem ajudado a aliviar as preocupações com relação ao aumento das taxas de juros pelo Fed. Isso porque, se a inflação se mantém controlada, a pressão sobre o Fed para aumentar os juros diminui. Essa percepção favorável tem impacto direto sobre os mercados financeiros, incluindo a cotação do dólar frente ao real.

O cenário político e econômico brasileiro

No Brasil, as repercussões das falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva também influenciaram o mercado financeiro. Durante entrevista à imprensa na última quinta-feira (30), Lula abordou uma série de questões econômicas e políticas, como as contas públicas, a liderança de Galípolo no Banco Central (BC) e as relações comerciais com os Estados Unidos. O presidente afirmou que tem “muita responsabilidade” em relação ao cenário fiscal e que busca o menor déficit possível, mas descartou a criação de uma nova medida fiscal, alinhando-se a uma postura mais cautelosa.

Além disso, Lula se manifestou sobre o aumento do preço do diesel, negando que tenha autorizado qualquer elevação. O presidente também se referiu às recentes declarações de Donald Trump, destacando que, caso os Estados Unidos decidam taxar o Brasil, o país tomará medidas recíprocas.

Essas declarações geraram discussões sobre as políticas econômicas do Brasil, o que impactou as expectativas dos investidores. No entanto, a postura mais cautelosa de Lula, aliada a números econômicos positivos, ajudou a criar um cenário mais favorável para a moeda brasileira.

O desempenho do Ibovespa e do dólar

Enquanto o dólar apresentava queda, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), seguia em alta. Por volta das 11h40, o índice subia 0,13%, aos 127.080 pontos. No pregão anterior, o Ibovespa havia registrado um ganho de 2,82%, fechando aos 126.913 pontos. Com isso, o índice acumulou alta de 3,65% na semana, 5,51% no mês e no ano.

O que influencia a alta e a queda do dólar?

Imagem de notas de dólar
Imagem: RomanR / Shutterstock.com

A variação do dólar está ligada a uma série de fatores, tanto internos quanto externos. No Brasil, dados econômicos como a taxa de desemprego e a inflação têm um grande impacto na cotação da moeda. No cenário internacional, o comportamento da inflação e as políticas monetárias adotadas pelos principais bancos centrais, como o Fed nos Estados Unidos, também afetam diretamente a moeda brasileira.

Além disso, o mercado financeiro também acompanha de perto as movimentações políticas, como as declarações de líderes como o presidente Lula e as políticas econômicas adotadas pelo governo. Esses elementos, aliados a fatores externos, como a evolução da pandemia ou crises geopolíticas, contribuem para a variação cambial.

Considerações finais

Com a divulgação dos dados de emprego e inflação, as expectativas para o dólar seguem voltadas para o desenrolar dos próximos meses. A tendência de queda pode ser sustentada caso o cenário econômico brasileiro continue a mostrar recuperação, especialmente no mercado de trabalho. No entanto, a evolução dos juros nos Estados Unidos e a trajetória da inflação mundial ainda permanecem como pontos de atenção para os investidores.

Em resumo, o dólar operando em queda a R$ 5,81 nesta sexta-feira reflete um cenário de otimismo moderado com a economia brasileira, mas também é uma reação a dados econômicos globais que tranquilizam o mercado. A perspectiva de uma inflação controlada nos EUA e a continuidade da recuperação econômica no Brasil são fatores que podem influenciar os próximos passos da moeda americana frente ao real.

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