Qual a verdadeira intenção por trás da volta dos extintores nos carros?

O retorno da obrigatoriedade dos extintores de incêndio em veículos brasileiros está em pauta novamente, dez anos após sua extinção pelo Contran. Historicamente, o extintor foi exigido entre 1970 e 2015, período em que tecnologias menos avançadas aumentavam os riscos de incêndio nos automóveis.

Com a evolução tecnológica, a obrigatoriedade foi eliminada para veículos leves. O deputado federal Moses Rodrigues propôs um projeto para restabelecer a obrigatoriedade dos extintores nos carros.

O projeto, com parecer favorável da comissão liderada pelo senador Eduardo Braga, será discutido no plenário. Os defensores do retorno utilizam estatísticas que consideram veículos mais antigos. No entanto, entidades do setor automobilístico se opõem fortemente à proposta.

Argumentos contra a obrigatoriedade

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Entidades como a Anfavea e a AEA argumentam que a segurança atual dos veículos já é suficiente, sem a necessidade de extintores.

As tecnologias modernas reduzem significativamente o risco de incêndios. Estruturas projetadas para absorver impactos e materiais anti-inflamáveis são alguns dos avanços citados.

Segundo as opiniões técnicas, o retorno trará:

• A Anfavea destaca que a obrigatoriedade vai na contramão das tendências internacionais.
• Hilton Spiler, da AEA, reforça que não há novos fatos que justifiquem revisão técnica.
• Especialistas alertam para a eficácia limitada dos extintores sem treinamento adequado.

Interesses financeiros por trás da discussão

Os interesses financeiros são um componente significativo na discussão. Calcula-se que a obrigatoriedade poderia gerar um mercado inicial de R$ 4 bilhões, considerando a quantidade de veículos em circulação e o custo de cada extintor. Essa quantia tende a aumentar com a entrada de novos veículos e a substituição dos extintores expirados.

Os lobistas defendem o retorno, mas especialistas enfatizam que a implementação não se justifica tecnicamente. A eficácia dos extintores é questionável sem o devido manejo. Especialistas sugerem que o uso deve ser restrito a quem possui treinamento adequado.

A votação sobre a proposta está prevista para fevereiro. O Brasil corre o risco de alinhar-se a poucos países que ainda mantêm essa exigência. A decisão causará impacto significativo na indústria automotiva e nos consumidores, devendo ser amplamente debatida antes de qualquer deliberação final.

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