Fêmur com prótese e couro cabeludo são encontrados em Brumadinho nesta semana

Um fêmur com prótese e partes de um couro cabeludo estão entre os segmentos encontrados nessa quinta-feira (6) em Brumadinho, por equipes que seguem nas buscas de desaparecidos vítimas do rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão, da Vale. Os restos mortais foram localizados no Remanso 4 e já estão com a perícia da Polícia Civil para realizar a identificação

“Os segmentos têm alta probabilidade de serem de corpo humano, mas a confirmação final será feita pela perícia da Polícia Civil. O segmento de maior interesse trata-se de um fêmur, e este contém uma prótese. Por isso, é de relevância dentro dos nossos protocolos, pois aumenta a probabilidade de identificação”, explicou o tenente Henrique Barcellos, porta-voz dos bombeiros, em coletiva de imprensa.

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O local onde foram encontrados os segmentos está a aproximadamente 1,5 km do pontilhão da linha férrea e a 2 km da pousada Nova Instância, pontos que ficaram marcados pela tragédia. Conforme destacou Barcellos, a equipe está na oitava estratégia de atuação, que consiste em secar rejeitos antes da triagem, acelerando a localização de materiais relevantes.

Para os bombeiros, a descoberta recente é um sinal de esperança. “Todos os bombeiros de Minas Gerais passaram pela operação Brumadinho. A sensação é de que estamos no caminho certo e cumprindo nosso dever de vistoriar todo o rejeito”, concluiu Barcellos.

A Operação Brumadinho segue em busca das vítimas do desastre ocorrido em janeiro de 2019. A última identificação foi registrada em dezembro de 2022, sendo um homem de 55 anos à época da tragédia. A identificação aconteceu após 1.021 dias de missão. As pessoas ainda não encontradas são Maria de Lurdes da Costa Bueno, então com 59 anos, Natália Porto de Oliveira, 25 anos, e Tiago Tadeu Mendes da Silva, 34 anos. 

O rompimento liberou 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração, que soterraram a região, contaminaram o rio Paraopeba e destruíram a biodiversidade.

No âmbito jurídico, o caso avança lentamente. A Justiça Federal analisa as acusações contra executivos da Vale e da Tüv Süd, empresa responsável pela declaração de estabilidade da barragem. Eles respondem por homicídio doloso e crimes ambientais, mas, até o momento, ninguém foi condenado.

Seis anos da tragédia

No último dia 31, o CBMMG inaugurou, na sede da Academia do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, na região da Pampulha, e BH, um memorial para honrar as vítimas e destacar a importância do trabalho dos militares na operação.

O monumento é formado por peças retiradas pela corporação da área atingida pelo rejeito de minério durante os trabalhos. Dentre elas, há pedaços de ferro e aço de estruturas retorcidas, pneus de veículos engolidos pela onda de lama e a réplica de uma bandeira do Brasil localizada durante as buscas. Além disso, um grande destaque do projeto é a estátua de um bombeiro em tamanho real.

No dia 25 de janeiro deste ano, fez seis anos que a barragem estourou na Mina de Córrego do Feijão.

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