Saiba como identificar o ‘café fake’ nos supermercados

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Com o aumento do preço do café, um novo produto tem chamado atenção nos supermercados: o chamado “café fake” ou “cafake”. Comercializado como “pó sabor café”, esse item se aproveita da semelhança com as embalagens tradicionais para confundir os consumidores.

Mas o que exatamente é esse produto? Ele pode ser considerado uma fraude? Saiba como identificar e evitar cair nesse engano.

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O que é o ‘Café Fake’?

Cafake
Imagem: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

Nos últimos meses, diversas marcas lançaram um produto que, à primeira vista, se assemelha ao café tradicional, mas não é feito 100% de grãos de café. O “pó sabor café” é uma mistura que pode conter cevada, milho e outros ingredientes, mas que se apresenta de forma enganosa para o consumidor desavisado.

Embora a descrição correta do produto esteja presente na embalagem, ela costuma aparecer em letras pequenas, enquanto o design, as cores e até o nome das marcas imitam produtos tradicionais. Em muitos casos, a diferença de preço também chama a atenção: enquanto um pacote de 500g de café tradicional pode custar quase R$ 50, o “café fake” pode ser encontrado por valores em torno de R$ 13,99, segundo a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic).

Como esse produto se encaixa na legislação?

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) ainda investiga se o “pó sabor café” pode ser considerado uma fraude. De acordo com a legislação brasileira, para ser classificado como café, o produto precisa conter exclusivamente grãos de café torrados e moídos.

Como algumas dessas novas versões incluem outros ingredientes, sua comercialização pode ser enquadrada em outras categorias.

Principais classificações que podem incluir o ‘café fake’:

  • Mistura para preparo de alimentos ou bebidas: segundo a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 719/2022 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), essa categoria engloba alimentos compostos por mistura de ingredientes que precisam ser adicionados a outros itens (como água) para o consumo. Exemplos incluem cappuccino e massas para bolo.
  • Preparados sólidos: regulamentado pela portaria nº 123 do Ministério da Agricultura, esse grupo abrange bebidas saborizadas, como chás e refrescos.

No entanto, a principal preocupação dos especialistas é que o “café fake” se aproveita de brechas na legislação para induzir os consumidores ao erro.

Como identificar o ‘Café Fake’ no supermercado?

A semelhança das embalagens entre o café tradicional e o “pó sabor café” tem causado confusão. Para evitar cair no engano, fique atento a alguns pontos essenciais ao escolher seu café no supermercado.

1. Leia atentamente a embalagem

Embora o produto tente se passar por café, a descrição correta aparece na embalagem, geralmente em letras pequenas. Busque expressões como “pó para preparo de bebida sabor café”, que indicam que o item não é composto apenas de grãos de café.

2. Verifique a lista de ingredientes

Diferente do café tradicional, que deve conter apenas “café”, o “café fake” pode listar ingredientes como cevada, milho e aromatizantes. Se houver mais de um item na composição, desconfie.

3. Observe a aparência da embalagem

Marcas de “pó sabor café” costumam imitar cores, fontes e até a disposição dos elementos das embalagens tradicionais. Algumas ainda incluem imagens de grãos de café e xícaras fumegantes para reforçar a ilusão.

4. Fique atento a nomes parecidos

Um dos exemplos mais emblemáticos dessa estratégia foi a criação da marca “Melissa”, que utilizou cores e fontes similares à marca tradicional “Melitta”.

5. Compare os preços

O café tradicional tem um custo mais elevado devido ao processo de produção e qualidade dos grãos. Se um produto similar estiver muito mais barato, desconfie e cheque a embalagem antes de comprar.

O que dizem os especialistas?

Dois cafés sendo preparados em cafeteria
Imagem: Freepik/Reprodução

Especialistas em alimentação e defesa do consumidor alertam que a prática pode induzir ao erro e comprometer a transparência na escolha do consumidor. Mariana Ribeiro, nutricionista do programa de Alimentação Saudável e Sustentável do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), destaca que a situação se assemelha ao caso dos iogurtes e bebidas lácteas.

“Os dois produtos são permitidos. A questão é que a composição deles é diferente, por mais que, às vezes, algumas estratégias publicitárias te façam acreditar que você está levando uma coisa, enquanto na verdade é outra”, explica a nutricionista.

Conclusão

O “café fake” não é exatamente uma fraude, mas seu posicionamento nos supermercados pode enganar consumidores menos atentos. Como o Ministério da Agricultura ainda investiga a situação, é fundamental que os clientes estejam alertas ao comprar café.

A melhor forma de evitar enganos é sempre conferir a embalagem e a lista de ingredientes antes da compra. Assim, você garante que está levando para casa um café de verdade e não um “pó sabor café”.

Imagem: Art_Photo / Shutterstock.com

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