Com eventual mudança política, Ibovespa pode subir 45%, diz Santander

A antecipação do debate eleitoral de 2026 já movimenta o mercado financeiro. O Santander estima que o Ibovespa pode valorizar até 45%, atingindo 185 mil pontos até o final de 2025, caso o Brasil sinalize uma mudança para uma administração mais favorável ao setor produtivo.

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Cenários projetados pelo Santander

A projeção do banco considera três cenários principais para o Ibovespa:

• Cenário otimista: 200 mil pontos.
• Cenário favorável ao mercado: 185 mil pontos.
• Cenário-base (sem mudanças políticas expressivas): 145.219 pontos.
• Cenário pessimista: 117 mil pontos, em caso de maior intervencionismo estatal.

Os cálculos levam em conta a queda do juro real de 7,5% para 4,5%, uma redução no custo de capital de 17% para 14% e um crescimento de 15% nos lucros das empresas listadas.

Investidores estrangeiros atentos ao Brasil

Durante uma conferência com 180 investidores estrangeiros em Nova York, o Santander notou um crescente interesse pelo Brasil, mas com uma inclinação por uma mudança de governo. Segundo Aline Cardoso, chefe de pesquisa e estratégia de ações do banco:

“Eles ainda não estão se posicionando para a eleição, mas estão se preparando para isso.”

Os investidores estrangeiros operam com uma visão de longo prazo e já começam a considerar o cenário eleitoral de 2026 em suas decisões.

Impacto no mercado financeiro e Ibovespa

A bolsa brasileira registrou alta de 4,86% em janeiro de 2025, impulsionada pela entrada de capital estrangeiro. Três fatores contribuem para essa tendência:

1. Recuperação do interesse global por mercados emergentes.
2. Mudança no cenário internacional, especialmente nos EUA.
3. A ascensão de novos competidores no setor de inteligência artificial, reduzindo a hegemonia das gigantes americanas.

Setores como energia, utilities e financeiro são os favoritos dos estrangeiros. Empresas de alta liquidez e sólida governança corporativa, como WEG, Itaú, Nubank e Embraer, estão entre as preferidas dos investidores internacionais.

Expansão do Santander e o impacto eleitoral

De olho nesse movimento, o Santander ampliou sua atuação nos EUA, contratando mais de 300 profissionais para reforçar sua presença no mercado de capitais.

O banco aposta que um Brasil com responsabilidade fiscal e políticas pró-mercado pode se tornar um dos destinos mais atraentes para investidores globais.

Paralelo com a crise de 2014

A nova projeção do Santander relembra a crise de 2014, quando Lula criticou um relatório do banco que alertava clientes sobre os riscos econômicos da reeleição de Dilma Rousseff.

O documento, assinado pela economista Sinara Polycarpo Figueiredo, previa desvalorização do real, alta dos juros e queda da bolsa em caso de vitória de Dilma. A previsão se confirmou, com o PIB encolhendo 3,8% em 2015 e 3,6% em 2016, configurando a pior recessão da história do país.

Lula reagiu duramente e exigiu um pedido de desculpas do Santander, que demitiu Sinara. A economista moveu uma ação trabalhista e ganhou uma indenização de R$ 450 mil por danos morais.

A crise fiscal, agravada por subsídios bilionários e descontrole nas contas públicas, levou ao impeachment de Dilma em 2016.

Considerações finais

O mercado financeiro já precifica o cenário eleitoral de 2026, com expectativas de mudança que podem impulsionar o Ibovespa para 185 mil pontos ou mais. No entanto, o risco de um governo com maior intervencionismo econômico pode derrubar o índice para 117 mil pontos.

O posicionamento dos investidores internacionais indica preferência por um governo favorável ao setor produtivo, enquanto o investidor local monitora possíveis medidas expansionistas do atual governo.

Com a eleição de 2026 no horizonte, o desempenho do mercado nos próximos meses dependerá do compromisso do Brasil com o equilíbrio fiscal e um ambiente de negócios atrativo para investimentos.

Imagem: Freepik/ Edição: Seu Crédito Digital