Banco do Brasil (BBAS3) aprova nova política de dividendos; saiba como isso impacta

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O Banco do Brasil (BBAS3), uma das instituições financeiras mais procuradas por investidores de dividendos, anunciou uma mudança que pode impactar seus acionistas. A estatal estabeleceu uma nova faixa de payout entre 40% e 45% para 2024, abaixo da taxa fixa anterior de 45%. Isso significa que o banco pode destinar uma parcela menor do lucro ao pagamento de dividendos.

A decisão foi justificada pelo aumento da inadimplência, especialmente no setor do agronegócio, e pela necessidade de maior flexibilidade na gestão de capital. O CFO do Banco do Brasil, Geovanne Tobias, destacou que o contexto econômico no início de 2024 era mais otimista, com previsão de queda dos juros, mas esse cenário mudou ao longo do ano.

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O impacto da redução do payout nos dividendos

O que significa o novo payout?

O payout é a porcentagem do lucro que a empresa distribui aos acionistas na forma de dividendos. Anteriormente, o Banco do Brasil comprometia-se a distribuir 45% do lucro líquido, mas agora a faixa pode variar entre 40% e 45%. Isso pode levar a uma redução do montante pago aos acionistas.

Em 2023, o Banco do Brasil distribuiu R$ 15,3 bilhões em dividendos. No ano passado, esse valor foi de R$ 14,8 bilhões, já refletindo uma leve redução. Com a nova política, o valor de 2024 pode ser ainda menor, dependendo do desempenho financeiro e da inadimplência.

O que dizem os analistas?

Para o BTG Pactual, apesar da queda no payout, o Banco do Brasil continua sendo uma opção interessante para investidores focados em dividendos. O banco estima que, mesmo com a nova faixa de distribuição de lucros, o dividend yield (retorno com dividendos) do BBAS3 permanecerá em torno de 9,5%. Isso ainda é considerado um nível atrativo, justificando a recomendação de compra das ações.

Por outro lado, a redução no guidance de lucro líquido e o impacto da Resolução nº 4.966, que impõe novas exigências de capital aos bancos, foram vistos como fatores negativos pelos investidores. As ações do Banco do Brasil podem sofrer pressão de curto prazo no mercado.

Razões para a mudança na política de dividendos

1. Aumento da inadimplência

O Banco do Brasil identificou uma alta na inadimplência, especialmente no agronegócio, setor que representa uma parcela relevante da sua carteira de crédito. O aumento do risco de calotes levou a uma postura mais conservadora.

2. Maior flexibilidade na gestão de capital

Com a redução do payout, o banco consegue manter mais recursos em caixa para reforçar sua liquidez e lidar com eventuais dificuldades financeiras no futuro.

3. Novo cenário econômico

A expectativa de um ciclo de corte de juros que impulsionaria o setor bancário não se concretizou da forma esperada. Diante desse novo panorama, o Banco do Brasil adotou uma estratégia mais cautelosa.

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Pontos positivos

  • Dividend yield ainda atrativo: Mesmo com a redução do payout, o yield estimado é de 9,5%, um patamar interessante para investidores de renda passiva.
  • Banco sólido: O Banco do Brasil tem histórico de crescimento e continua sendo um dos mais rentáveis do país.
  • Perspectiva de manter distribuição no topo da faixa: A gestão indicou que pretende trabalhar no teto da nova política, ou seja, 45%.

Pontos de atenção

  • Pressão nas ações: A mudança no guidance de lucro pode impactar negativamente o preço das ações no curto prazo.
  • Cenário de inadimplência: Se a inadimplência continuar subindo, a distribuição de dividendos pode ser ainda mais afetada.
  • Impacto da Resolução nº 4.966: A nova regulamentação impõe desafios adicionais para os bancos, afetando a previsibilidade dos dividendos.

Considerações finais

A decisão do Banco do Brasil de reduzir a faixa de payout de 45% para um intervalo entre 40% e 45% reflete uma estratégia de maior prudência diante do novo cenário econômico. Apesar dessa redução, o dividend yield da ação segue atrativo, em torno de 9,5%, mantendo BBAS3 como uma opção interessante para investidores de longo prazo.

Por outro lado, o mercado pode reagir negativamente no curto prazo devido às novas projeções de lucro e ao impacto da regulação bancária. Para quem busca dividendos consistentes, vale acompanhar de perto o desempenho financeiro do Banco do Brasil e sua capacidade de manter a distribuição no teto da nova política.

Imagem: Freepik/ Edição: Seu Crédito Digital

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