Como a classe média será impactada pelo financiamento imobiliário em 2025

Imóveis m2 mais caro

O sonho da casa própria sempre esteve entre os maiores anseios da população brasileira, principalmente a classe média. Para muitos, ter um lar é sinônimo de estabilidade, segurança e realização pessoal. De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a compra do imóvel continua sendo uma prioridade para 31% dos brasileiros, superando outras metas financeiras como investimentos bancários e reformas residenciais.

Esse desejo, no entanto, encontra obstáculos consideráveis em 2025. A alta nas taxas de juros, a elevação dos preços dos imóveis e as novas exigências para obter financiamento tornaram a compra da casa própria um objetivo mais distante, especialmente para a classe média.

Desafios enfrentados pela classe média

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Imagem: grustock/ Freepik

Aumento das taxas de juros

Desde 2023, o Brasil tem experimentado um ciclo de alta nas taxas de juros, com a taxa Selic subindo para níveis historicamente elevados. Essa medida, adotada pelo Banco Central, visa combater a inflação, mas tem impactos diretos sobre o crédito imobiliário. Para a classe média, os juros mais altos significam parcelas mais caras, que tornam a compra de imóveis mais difícil.

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Com os financiamentos ficando mais caros, a classe média se vê forçada a rever seus planos, adiando a realização do sonho da casa própria ou até mesmo optando por imóveis menores e menos valorizados. Isso sem falar na redução do valor do crédito aprovado pelas instituições financeiras, que agora exigem mais garantias de pagamento.

Elevação dos preços dos imóveis

Outro fator que contribui para a dificuldade de acesso à casa própria é o aumento constante nos preços dos imóveis. Nos últimos anos, o mercado imobiliário brasileiro registrou uma valorização considerável, impulsionada pela escassez de terrenos em áreas urbanas, pela demanda crescente por imóveis e pela inflação. Em 2025, essa valorização ainda continua, afetando diretamente o poder de compra das famílias de classe média.

O aumento dos preços não é apenas uma questão de valorização. Ele também está relacionado ao custo de construção, que subiu devido ao aumento dos preços de materiais e à escassez de mão de obra especializada. Essa combinação de fatores encarece a aquisição de imóveis, tornando-os inacessíveis para a maioria das famílias.

Exigência de maior valor de entrada

Se o aumento nos juros não fosse suficiente, as instituições financeiras também passaram a exigir um maior valor de entrada para a concessão de financiamentos. Em vez dos tradicionais 20% do valor do imóvel, muitas instituições agora exigem entradas que podem ultrapassar 30%, o que dificulta ainda mais o acesso da classe média ao financiamento.

Com essa exigência, muitas famílias se veem impossibilitadas de financiar imóveis que atendam às suas necessidades, obrigando-as a procurar alternativas ou a buscar financiamento em condições mais desfavoráveis.

Impactos no mercado imobiliário

Mudança no perfil dos compradores

As dificuldades enfrentadas pela classe média resultaram em uma mudança no perfil dos compradores de imóveis. Enquanto a classe média luta contra as novas exigências e condições mais difíceis de crédito, as classes de maior renda continuam a investir no setor imobiliário, aproveitando as oportunidades de diversificação de patrimônio e de investimento em imóveis de alto valor.

Ao mesmo tempo, a classe de menor renda segue contando com os subsídios de programas habitacionais do governo para adquirir seu primeiro imóvel. Isso tem gerado uma distorção no mercado, com a classe média sendo menos contemplada em novos empreendimentos.

Foco das incorporadoras

Diante desse cenário econômico desafiador, muitas incorporadoras imobiliárias estão redirecionando seus esforços para atender a um público mais específico: as faixas de renda mais altas e as mais baixas. Isso ocorre devido à possibilidade de contar com subsídios para os mais pobres e à maior capacidade financeira de consumidores mais ricos.

A classe média, por sua vez, tem se tornado um nicho de mercado menos explorado, pois a margem de lucro das incorporadoras não se compara à rentabilidade de empreendimentos voltados para outros segmentos. Com isso, os novos empreendimentos voltados para esse público se tornaram mais escassos e com características menos atraentes.

Alternativas para a Classe Média

Imagem de uma pessoa calculando algo, utilizando uma calculadora. Ainda sobre a mesa, se encontram uma casa em miniatura e moedas. casa própria ITBI
Imagem: Andrey Popov/Shutterstock.com

Consórcios imobiliários

Uma alternativa interessante que tem se mostrado viável para a classe média em 2025 são os consórcios imobiliários. Essa modalidade de aquisição de imóvel não exige o pagamento de juros, mas sim uma taxa de administração, o que torna o processo mais acessível a longo prazo.

No consórcio, o participante paga uma parcela mensal até ser contemplado, podendo adquirir o imóvel desejado. Para muitos, essa pode ser uma alternativa menos onerosa quando comparada ao financiamento tradicional, embora exija paciência e planejamento para ser bem-sucedido.

Programas habitacionais

Embora muitos programas habitacionais sejam direcionados às classes de menor renda, a classe média pode, sim, se beneficiar de algumas iniciativas locais ou estaduais. Em 2025, o governo federal e os estados têm lançado novos programas habitacionais com subsídios mais atrativos, principalmente para a classe média que está inserida em faixas de renda mais baixas.

Planejamento financeiro

Um aspecto fundamental para a classe média que deseja conquistar a casa própria em 2025 é o planejamento financeiro. A primeira etapa para quem deseja financiar um imóvel é juntar uma boa quantia para a entrada. Além disso, a redução de gastos supérfluos, a busca por fontes adicionais de renda e o aprimoramento do controle financeiro pessoal são passos importantes para aumentar a capacidade de pagamento.

Com disciplina financeira, muitos brasileiros podem encontrar formas de superar as dificuldades do financiamento imobiliário, adaptando-se à nova realidade econômica.

Considerações finais

Em 2025, a classe média brasileira enfrenta um cenário desafiador para conquistar a casa própria. O aumento das taxas de juros, a elevação dos preços dos imóveis e as novas exigências para o financiamento estão tornando a aquisição do imóvel um sonho distante para muitas famílias.

No entanto, com alternativas como consórcios imobiliários, programas habitacionais e um planejamento financeiro adequado, é possível que a classe média encontre caminhos para driblar as dificuldades e realizar o sonho da casa própria.

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