Bradesco aposta em primeiro corte da Selic em 2025, saiba o motivo

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O Bradesco atualizou suas projeções econômicas para os próximos anos, ajustando suas previsões para a taxa de câmbio e os juros básicos da economia. A expectativa do banco agora é que o dólar encerre 2025 cotado a R$ 5,90, abaixo da estimativa anterior de R$ 6,00.

Já a taxa Selic deve continuar subindo no curto prazo, atingindo 15,25% antes de iniciar um ciclo de cortes. O primeiro ajuste para baixo, segundo o banco, deve ocorrer apenas na última reunião do ano, levando a Selic para 14,75%.

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O que motivou a revisão das projeções?

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Imagem: Alf Ribeiro / Shutterstock

Contexto global e impacto nos mercados emergentes

A equipe econômica do Bradesco baseia suas novas projeções em três fatores principais:

  • Incerteza global: Apesar das turbulências internacionais, o impacto nos emergentes tende a ser neutro, mantendo os preços dos ativos relativamente estáveis.
  • Política fiscal doméstica: O governo brasileiro não deve abandonar o arcabouço fiscal, mas deve operar no limite inferior das metas estabelecidas, o que pode gerar alguma instabilidade nos mercados.
  • Desaceleração econômica: O aperto monetário atual deve contribuir para a redução da inflação ao longo do tempo, ainda que os juros permaneçam altos por um período prolongado.

Efeito das políticas dos EUA no câmbio brasileiro

Um dos fatores que mais influenciam a taxa de câmbio no Brasil é o cenário econômico dos Estados Unidos. Embora seja difícil medir o impacto direto das políticas do governo americano, o Bradesco observa que:

  • A incerteza pode elevar a aversão ao risco, tornando o real mais vulnerável.
  • A desaceleração da economia americana pode enfraquecer o dólar, o que beneficiaria moedas de países emergentes como o Brasil.

Expectativa para o câmbio: volatilidade e riscos

O Bradesco destaca que a taxa de câmbio deve continuar volátil, oscilando ao redor dos patamares atuais.

Historicamente, o real poderia estar mais valorizado em relação ao dólar, mas as incertezas políticas e econômicas dificultam uma tendência clara. Segundo o banco, variações de cerca de 5% na cotação da moeda americana devem ser consideradas normais.

Dessa forma, a projeção central de R$ 5,90 por dólar reflete um equilíbrio diante das incertezas esperadas para os próximos trimestres.

Selic em alta: como isso afeta a economia?

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Imagem: rafastockbr/ shutterstock.com

O aumento da taxa Selic tem um impacto direto no consumo, nos investimentos e na inflação. O Bradesco projeta que o Banco Central continuará elevando os juros, com uma alta total de 2 pontos percentuais, chegando a 15,25% antes de iniciar um ciclo de cortes.

O primeiro corte deve ocorrer no fim de 2025, reduzindo a Selic para 14,75%. Para 2026, a expectativa é que os juros caiam gradualmente para 12,25%.

Efeitos do aperto monetário

A política de juros altos deve trazer os seguintes efeitos:

  • Inflação em queda: Com crédito mais caro, o consumo diminui, reduzindo a pressão inflacionária.
  • Crescimento econômico desacelerado: Empresas e consumidores enfrentam custos mais altos para financiamento, o que pode reduzir investimentos e emprego.
  • Maior atratividade para investimentos estrangeiros: Juros elevados tornam os títulos públicos mais rentáveis, atraindo investidores internacionais e ajudando a equilibrar o câmbio.

Medidas do governo e impacto na economia

O governo brasileiro adotou algumas iniciativas para estimular a economia, como:

  • Liberação do FGTS: Medida visa injetar dinheiro na economia, impulsionando o consumo.
  • Isenção do Imposto de Renda para salários até R$ 5 mil: Pode aliviar o orçamento de parte da população, mas o impacto fiscal ainda é incerto.

O Bradesco acredita que, embora essas ações possam ajudar no curto prazo, elas não serão suficientes para reverter os efeitos do aperto monetário. Além disso, a relação entre dívida e PIB deve continuar crescendo nos próximos anos, o que pode gerar volatilidade nos mercados.

Perspectivas para os próximos anos

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Imagem: Freepik e Canva

A expectativa do Bradesco é de um cenário de juros altos por um período prolongado, seguido por um ajuste gradual. O câmbio deve se manter volátil, mas dentro da faixa projetada.

O comportamento do mercado nos próximos meses dependerá de fatores como:

  • Decisões do Banco Central sobre a Selic
  • Evolução da inflação e do crescimento econômico
  • Cenário político e fiscal no Brasil
  • Tendências do mercado internacional

Conclusão

As projeções revisadas do Bradesco indicam um cenário de desafios para a economia brasileira. Com juros altos e um câmbio ainda instável, o país deve enfrentar um período de desaceleração econômica antes de ver sinais concretos de recuperação.

Os investidores e consumidores devem se preparar para um ambiente de incerteza, acompanhando de perto as decisões do Banco Central e as tendências do mercado financeiro.

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