Shirley Manson fala sobre superação, saúde e possível fim do Garbage antes de shows no Brasil

Se alguém conhece bem os desafios que vêm com a estrada e o peso dos anos, é Shirley Manson, a emblemática vocalista do Garbage. A banda, ícone dos anos 1990, chega ao Brasil no final de março para shows no Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba, dividindo os palcos com a lendária banda L7. Os ingressos já estão disponíveis e a expectativa para as apresentações é alta, especialmente diante das recentes declarações de Shirley sobre o futuro da banda.

Problemas de saúde e volta aos palcos

Em agosto do ano passado, Shirley passou por momentos difíceis que levaram o Garbage a interromper sua turnê. Ela chegou a ser carregada em cadeira de rodas nos aeroportos de Londres e Los Angeles, sofreu com uma forte laringite e uma crise de herpes. O medo era que tivesse comprometido as cordas vocais, ferramenta essencial de seu trabalho. Felizmente, exames posteriores tranquilizaram a artista: tudo estava bem.

“Achei que tinha danificado minhas cordas vocais, mas o exame mostrou que está tudo normal. Foi um alívio”, revelou a cantora.

Agora recuperada, Shirley está de volta e pronta para retomar os compromissos com o Garbage.

O retorno aos palcos coincide com o lançamento recente do álbum de covers “Copy/Paste Vol. 1”, no qual o Garbage presta homenagem a artistas como David Bowie, Patti Smith, Siouxsie Sioux e U2. Shirley destaca a importância dessas figuras em sua formação pessoal e artística, além de celebrar a representatividade feminina na música.

Mas não para por aí: em maio de 2025 chega o álbum inédito “Let All that We Imagine Be the Light”, com letras mais suaves e reflexivas, contrapondo-se à turbulência política que marcou o início do governo Trump nos Estados Unidos. Shirley acredita que o público precisa de músicas que tragam conforto e alívio em tempos difíceis.

“A música deve atender às necessidades das pessoas, e hoje elas buscam uma sonoridade mais tranquila, mais positiva”, afirma Shirley.

Shirley Manson nunca fugiu dos assuntos difíceis. Ao lembrar do início do Garbage, recorda que a presença feminina numa banda de rock causava desconfiança. Muitos sugeriam que sua função era apenas “embelezar” o grupo formado por veteranos como Butch Vig, produtor de Nirvana, e os guitarristas Duke Erikson e Steve Marker. Shirley rebate esses comentários com clareza:

“Vivemos em uma sociedade patriarcal. Poderíamos passar dias discutindo os preconceitos enfrentados pelas mulheres na música. Mas eu tive a sorte de crescer com um pai que valorizava nossa felicidade, não nossa aparência.”

E completa com sinceridade: “Eu me achava feia naquela época, mas recentemente vi fotos antigas e percebi que era bonita. Hoje, sei que o que me faz conquistar fãs é a qualidade do nosso trabalho.”

Recentemente, Shirley mencionou que o Garbage poderia estar em seus últimos anos, dada a idade dos integrantes e o desgaste físico das turnês. Contudo, ela reforça que a aposentadoria da banda não significa o fim da sua carreira pessoal:

“Estamos ficando mais velhos, e os últimos anos foram difíceis. Talvez o fim da banda seja uma possibilidade, mas não penso em parar de trabalhar com música. Faço isso desde os 15 anos e é o que quero fazer sempre.”

Shows no Brasil:

Garbage e L7 no Rio de Janeiro

  • Data: 21/03/2025 (sexta-feira)
  • Local: Sacadura 154
  • Ingressos: Fastix

Garbage e L7 em São Paulo

  • Data: 22/03/2025 (sábado)
  • Local: Terra SP
  • Ingressos: Clube do Ingresso

Garbage e L7 em Curitiba

  • Data: 23/03/2025 (domingo)
  • Local: Live Curitiba
  • Ingressos: Fastix

Classificação Etária: 18 anos. Menores entre 14 e 18 anos somente acompanhados por responsável legal.

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