Mercado global de internet das coisas vai dobrar até 2028 e superar R$ 10 trilhões

O mercado global de Internet das Coisas cresce a uma taxa anual composta (CAGR) de 13,5%, saltando de US$ 959,6 bilhões (R$ 5,5 trilhões) em 2023 para US$ 1,8 trilhão (R$ 10,4 trilhões) em receita até 2028. O crescimento é impulsionado pelo aumento de aplicações empresariais, impulsionadas por tecnologias como 5G e inteligência artificial.

No Brasil, segundo dados da Anatel, o segmento de internet das coisas cresceu 9% em 2024, em número de dispositivos conectados, passando de 42,9 milhões para 47,2 milhões.

Um estudo da GlobalData, sobre o mercado mundial de IoT, aponta, no entanto, que permanecem desafios de segurança, além da fragmentação de padrões, a serem superados para garantir a adoção em larga escala.

O relatório, “Internet of Things”, revela que a IoT empresarial representará 72% da receita do mercado até 2028, ante 70% em 2023, enquanto o segmento de consumo cairá de 30% para 28% no mesmo período.

Novas tecnologias de conectividade terrestre e satelital estão expandindo as opções para a IoT. O 5G aprimorado, por exemplo, agora suporta casos de uso que exigem menor complexidade, custo reduzido e menor consumo de energia. Já as redes não terrestres (NTN) 5G-satélite permitirão que dispositivos em locais remotos enviem e recebam dados via satélites. Essas tecnologias são ideais para dispositivos que precisam de conectividade contínua e bateria de longa duração, mas não demandam toda a capacidade do 5G, como maior largura de banda e baixa latência.

A inteligência artificial tem se tornado cada vez mais crucial para o ecossistema da IoT. A chamada Artificial Intelligence of Things (AIoT) envolve a integração de IA em dispositivos, softwares e serviços de IoT. A combinação de dados coletados por sensores e atuadores conectados com IA permite operações automatizadas e manutenção preditiva. A IA pode operar na nuvem, diretamente nos dispositivos (com algumas limitações) ou em ambos.

William Rojas, diretor de pesquisa de Inteligência Estratégica da GlobalData, comenta: “As tecnologias AIoT, como microprocessadores com aceleração de IA embarcada, combinadas com novas opções de conectividade sem fio, serão um catalisador adicional para a adoção da IoT nos setores empresarial e de consumo. Implantações que antes usavam apenas um tipo de sensor agora estão se expandindo para incluir uma variedade maior, à medida que a capacidade de processamento de análises na nuvem continua a crescer.”

A segurança continua sendo uma preocupação crítica para a IoT. A falta de padrões globais e a fragilidade de muitos dispositivos podem frear a adoção da tecnologia. Muitos dispositivos IoT têm capacidade computacional limitada e não conseguem executar softwares de segurança eficazes, tornando-os – e as redes às quais estão conectados – vulneráveis a ciberataques.

Rojas ressalta: “Ao contrário de outras ferramentas tecnológicas, como IA, cibersegurança e computação em nuvem, a IoT é um ecossistema digital composto por camadas interdependentes de conectividade e dados que agregam, armazenam e processam informações de sensores. A AIoT embarcada também pode melhorar a segurança no nível do dispositivo. Quando são necessários recursos computacionais mais robustos com baixa latência, a computação de borda será a melhor opção.”

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