Governo estuda permitir uso do Pé-de-Meia para investimentos no Tesouro Direto

O Tesouro Direto tem se consolidado como uma das principais formas de investimento de baixo risco no Brasil. Em 2025, com a previsão de alcançar até cinco milhões de investidores, o Tesouro Nacional está preparando novos produtos para atrair ainda mais o público, especialmente o investidor pessoa física.

Com um cenário macroeconômico desafiador e taxas de juros elevadas, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, compartilhou com exclusividade ao Valor Investe os planos de expansão do Tesouro Direto, incluindo o lançamento de produtos mais simples e acessíveis, além da ampliação do horário de negociação.

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O que esperar do Tesouro Direto em 2025?

O ano de 2025 promete ser um marco para o Tesouro Direto. A meta é não só aumentar a quantidade de investidores, mas também simplificar a experiência de investimento e introduzir novos produtos que atendam a diferentes perfis. O secretário Rogério Ceron falou sobre as estratégias de crescimento da plataforma e os próximos lançamentos que visam facilitar o acesso dos pequenos investidores aos títulos públicos. Em fevereiro de 2025, o número de clientes ativos do Tesouro Direto atingiu a marca de três milhões, e a expectativa é que esse número cresça ainda mais até o final do ano.

O lançamento da “poupança de emergência”

Um dos maiores anúncios para 2025 é o lançamento de um novo produto: a “poupança de emergência”. Ainda com nome provisório, a poupança será pós-fixada, acompanhando a taxa de juros, assim como o Tesouro Selic, mas com a promessa de ser mais simples de entender e acessível para o pequeno investidor. A ideia é que o valor mínimo de aplicação seja inferior ao atual valor do Tesouro Selic, que é de R$ 160. Isso deve facilitar a entrada de novos investidores, especialmente aqueles com menos recursos para aplicar.

A proposta é que o produto seja uma opção mais atraente para quem busca montar uma reserva de emergência, mas não quer correr o risco de perder dinheiro caso precise resgatar o valor antes do vencimento, como ocorre com outros tipos de investimentos. Ceron destacou a importância dessa simplificação para atender a um público maior, especialmente as classes C e D, que podem investir a partir de quantias menores.

Iniciativas de educação financeira

A educação financeira tem sido uma prioridade do Tesouro Nacional. Em 2024, o Tesouro Direto lançou diversas ações para aumentar a conscientização sobre investimentos públicos. A Olimpíada de Educação Financeira (OLITEF) foi uma das principais iniciativas, levando o conhecimento sobre investimentos às escolas públicas e privadas, com foco nos alunos do ensino médio. O objetivo é que, ao aprender desde cedo sobre finanças, as novas gerações se tornem investidores mais informados no futuro.

Além disso, o Tesouro tem se empenhado em simplificar o processo de adesão ao Tesouro Direto, com ferramentas como o Cad&Pag, que combina cadastro rápido e investimento via PIX. Isso facilita a vida de quem está começando a investir e contribui para a inclusão financeira de um público mais amplo.

Os desafios do Tesouro Direto

Apesar dos avanços, o Tesouro Direto enfrenta desafios, especialmente em relação ao comportamento dos investidores. Em 2024, o Tesouro registrou um recorde de resgates antecipados, com 62% dos resgates ocorrendo nos títulos do Tesouro Selic. Isso reflete um movimento estratégico de reposicionamento, com investidores aproveitando a alta das taxas de juros para migrar para outros títulos.

Outro desafio identificado é a pouca visibilidade do Tesouro Direto nas plataformas dos grandes bancos. Embora os bancos menores tenham adotado uma estratégia de promover os títulos públicos como forma de atrair clientes, os grandes bancos ainda não fazem a mesma aposta. Segundo Ceron, o Tesouro Direto não busca competir com os bancos, mas sim educar o investidor e facilitar seu acesso ao mercado financeiro.

Tesouro Direto 24 horas

Uma das novidades mais aguardadas é a ampliação do horário de negociações para 24 horas por dia, sete dias por semana. Isso deve ocorrer no segundo semestre de 2025, começando com o Tesouro Selic e, posteriormente, se expandindo para outros títulos. A medida visa atender uma demanda crescente de investidores que, por conta de suas rotinas diárias, não conseguem realizar transações nos horários convencionais de mercado. Isso permite maior flexibilidade para quem deseja investir, tornando o Tesouro Direto mais acessível a uma população que tem horários alternativos para fazer investimentos.

O impacto do Tesouro Direto para os investidores

Com essas inovações, o Tesouro Direto se aproxima cada vez mais de seu objetivo de democratizar o acesso a investimentos seguros e rentáveis, permitindo que mais brasileiros tenham a oportunidade de começar a poupar e investir. Ceron destaca que o Tesouro Direto não se preocupa apenas com o volume financeiro, mas com a quantidade de investidores que a plataforma consegue atrair e fidelizar.

Com novos produtos mais simples, a ampliação do horário de negociação e a continuidade dos esforços de educação financeira, o Tesouro Direto se posiciona como uma das principais opções para quem busca um investimento de baixo risco e com boa rentabilidade.

Conclusão: o futuro do Tesouro Direto

Em 2025, o Tesouro Direto passará por transformações significativas que o tornarão ainda mais acessível para a população brasileira. O lançamento de produtos como a “poupança de emergência” e a ampliação do horário de negociação para 24 horas são apenas algumas das inovações que ajudarão a impulsionar o mercado de títulos públicos. Com a educação financeira como um pilar fundamental, o Tesouro Direto busca não só expandir a base de investidores, mas também garantir que o público esteja cada vez mais preparado para tomar decisões financeiras informadas.