Mão de obra idosa será indispensável nos próximos anos, entenda o motivo

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Lançado no meio de janeiro, o relatório do McKinsey Global Institute destaca um tema urgente e de grande relevância para a economia mundial: as consequências do impacto demográfico. Duas características dominam esse cenário: a queda da taxa de natalidade e o envelhecimento da população. Esse diagnóstico aponta para uma transformação radical no mercado de trabalho, no consumo global e na produtividade econômica até 2050. As previsões indicam que as maiores economias do mundo enfrentarão grandes desafios.

Este artigo explorará as implicações das mudanças demográficas e seus efeitos na economia global.

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O cenário demográfico global

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Imagem: Keitma / shutterstock.com

A queda da taxa de natalidade

A primeira grande questão que o relatório levanta é a queda da taxa de natalidade. Nos últimos anos, dois terços da população mundial vivem em países onde a taxa de fertilidade está abaixo de 2,1 filhos por mulher, considerada necessária para a reposição populacional. O Brasil se insere nesse contexto, onde as famílias estão optando por ter menos filhos, e as taxas de natalidade continuam a cair. Isso acarreta uma série de desafios para as economias que dependem de uma população jovem e em crescimento para sustentar o mercado de trabalho e o consumo.

O envelhecimento demográfico

Simultaneamente à queda na natalidade, o envelhecimento demográfico está criando uma nova realidade. Estima-se que, até 2050, o número de pessoas com 65 anos ou mais em países desenvolvidos representará cerca de 29% da população, um aumento significativo em relação aos 17% atuais. Em 1997, esse percentual era de apenas 10%. O envelhecimento populacional não só muda o perfil de consumo, como também impacta diretamente o mercado de trabalho, com um número crescente de trabalhadores mais velhos.

Impactos econômicos da transição demográfica

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Imagem: gopixa/ Shutterstock.com

Queda na produção de riqueza

A queda na taxa de natalidade e o envelhecimento demográfico representam um risco de colapso para as maiores economias do mundo. Se essas tendências persistirem, os países poderão enfrentar uma diminuição significativa na sua capacidade de produzir riqueza, medida pelo produto interno bruto (PIB). A ONU estima que as economias das nações desenvolvidas poderão enfrentar uma queda de 20% a 50% até o final deste século. O que está em jogo é a capacidade dos países de manter uma população economicamente ativa que sustente a produção e o consumo.

Desafios da produtividade

Com menos jovens entrando no mercado de trabalho, será necessário aumentar a produtividade para manter o ritmo de crescimento econômico. No entanto, as pessoas tendem a trabalhar menos à medida que envelhecem. Para enfrentar esse desafio, será preciso incorporar a mão de obra mais velha, que, apesar das dificuldades relacionadas à idade, tem muito a oferecer. As empresas terão que investir em treinamento e desenvolvimento contínuo para garantir que os trabalhadores mais velhos se mantenham produtivos e relevantes no cenário econômico.

A inclusão da mão de obra mais velha

Novas oportunidades para trabalhadores maduros

O relatório do McKinsey destaca que um número crescente de trabalhadores acima de 65 anos tem expressado interesse em continuar a trabalhar, mas não encontra oportunidades atraentes ou enfrentam barreiras etaristas. Entre 19% e 25% dos entrevistados com mais de 65 anos afirmaram que gostariam de ser economicamente ativos, mas a falta de oportunidades ou o preconceito relacionado à idade muitas vezes os impede de ingressar no mercado de trabalho.

Inovação nas empresas diante das mudanças demográficas

As empresas precisam se adaptar a essa nova realidade e revisar suas estratégias de recrutamento e gestão de talentos. Para aproveitar o potencial da mão de obra mais velha, elas devem adotar políticas que incentivem a flexibilidade, com horários de trabalho adaptáveis e funções específicas que atendam às necessidades dos trabalhadores maduros. Isso permitirá que os mais velhos se mantenham economicamente ativos e produtivos por mais tempo, sem perder a qualidade de vida ou a autonomia.

O consumo demográfico e a transformação do mercado

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Imagem: LookerStudio/Shutterstock

Aumento da participação dos idosos no consumo global

Além do impacto no mercado de trabalho, o envelhecimento demográfico afetará diretamente o consumo global. Em 1997, os idosos representavam uma fatia menor do consumo global. No entanto, até 2050, espera-se que eles respondam por um quarto do consumo global, o dobro da participação observada no final do século XX. As empresas terão que se adaptar a esse novo perfil de consumidores, oferecendo produtos e serviços que atendam às necessidades dessa faixa etária.

Adaptação das empresas ao novo cenário demográfico

Com o envelhecimento da força de trabalho, as empresas não podem mais ignorar o potencial dos trabalhadores mais velhos. A escassez de jovens no mercado de trabalho cria uma oportunidade para os mais velhos, desde que sejam devidamente treinados e inseridos em funções estratégicas. Ao mesmo tempo, as organizações terão que desenvolver novas formas de engajamento e motivação para garantir a continuidade da produtividade, mesmo com uma força de trabalho mais envelhecida.

Conclusão: enfrentando os desafios demográficos

A queda da taxa de natalidade e o envelhecimento demográfico representam um desafio significativo para a economia global. As previsões apontam para um futuro em que as maiores economias do mundo terão que se adaptar a uma nova realidade, com mais idosos no mercado de trabalho e no consumo. Para garantir a sustentabilidade econômica, será essencial investir em treinamento, inovação e inclusão. Empresas que entenderem essas mudanças demográficas terão uma vantagem competitiva significativa, podendo prosperar nesse novo cenário.

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