Mãe denuncia agressões a bebê em escola de Sete Lagoas

A Polícia Civil de Minas Gerais investiga um possível caso de agressão contra uma bebê de 1 ano e 11 meses em uma escola municipal de Sete Lagoas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A mãe da criança, que terá a identidade preservada, registrou um boletim de ocorrência após observar ferimentos pelo corpo da menina.

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Segundo a mulher, este é o primeiro ano da filha na escola, que não será identificada pela reportagem diante do processo de apuração dos fato. Em nota, a Secretaria Municipal de Sete Lagoas informou que o caso está sendo apurado pela Corregedoria Geral do Município. Nenhum profissional foi afastado até o momento (veja o texto completo abaixo).

Ao BHAZ, a mãe da criança relatou que a filha chegou em casa com diversos hematomas pelo corpo na útima sexta-feira (7). “Ela já tinha chegado em casa com um machucado no nariz alguns dias antes, mas a professora disse que tinha sido uma briga com outro aluno. Dessa vez foi muito pior: tinham marcas de mordidas na orelha, tufos de cabelo foram arrancados da cabecinha dela e ela estava com marcas pela perna”, lembra.

Desconfiada, a mãe levou a bebê ao hospital municipal, onde a pediatra de plantão confirmou que as agressões não poderiam ter sido causadas por outra criança. Vídeos regitrados pela mulher mostram que a criança teve partes do cabelo arrancadas da cabeça, deixando marcas avermelhdas na região. Ela chegou a encaminhar as imagens em um grupo com outros pais, gerando comoção na comunidade.

“Eu entrei em desespero, é uma situação que eu pensei que jamais iria vivenciar na minha vida. Eu deixei ela lá confiando na escola, lutei muito para conseguir a vaga para minha menina. O que era um sonho da minha filha estar na escola, virou um pesadelo. Estou dilacerada como mãe”, lamenta.

A mulher diz que, desde o ocorrido, a criança ficou traumatizada e muito estressada: “Desde sexta-feira, a minha filha não dorme. É como se tivessem me devolvido outra criança. A minha bebê está extremamente agressiva, quando ela começa a dormir ela fica agressiva, ela treme. Agora ela grita se eu não estou perto. Está muito complicado”.

A Polícia Civil instaurou um procedimento investigativo para apurar o caso. Por se tratar de menor de idade, a investigação tramita sob sigilo na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA).

Mãe denuncia omissão por parte do município

Ainda conforme o relato da mãe, ela procurou a escola quando notou as marcas de agressão na filha, mas até o momento nenhuma solução foi apresentada para o caso. A criança estuda em período integral, e convive com pelo menos quatro professoras diariamente.

“O secretário de educação foi lá em casa no sábado, viu os hematomas, e disse que as professoras foram afastadas, mas eu perguntei às outras mães e me disseram que elas continuam lá”.

A mulher também pediu as imagens das câmeras da sala de aula, mas a escola alega não possuir os registros. “Ninguém diz que viu ou ouviu nada. Ninguém me fala mais nada, ninguém me da noticia de nada e nada está acontecendo. Eles não querem me ajudar. O que eu realmente preciso, que é a resposta, eu não tenho. E fica essa tortura, já passou uma semana e nada”.

“A diretora pediu para apagar os vídeos e não achou certo eu ter mandado no grupo das mães. Quando ela falou isso comigo eu me senti coagida, senti que eles queriam abafar o caso”, completa.

Ao BHAZ, a Prefeitura de Sete Lagoas informou que ouviu todos os profissionais que posuem contato com a criança. Disse ainda que “colocou-se à disposição da família e ofereceu o acompanhamento do CRAS [Centro de Referência de Assistência Social] e de um profissional de psicologia, caso necessitassem”.

Nota da Secretaria Municipal de Sete Lagoas na íntegra

Na sexta-feira, 07 de março de 2025, por volta das 18h59min, a mãe da menor encaminhou mensagens, fotos e vídeos para a diretora escolar, pedindo explicações, pois sua filha havia chegado em casa com a orelha, bochecha e pescoço machucados, evidenciando sinais de mordida, além de algumas manchas na perna. A Diretora disse não ter tido conhecimento de nenhum acontecido na escola, mas que iria acionar imediatamente o corpo docente a fim de apurar os fatos. Solicitou ainda à mãe que levasse a criança até o Hospital Municipal para que fosse examinada. 

Questionou-se o fato de que o contato da mãe ocorreu apenas às 18h59min, uma vez que a criança foi entregue ao pai por volta de 16h40min e que ele, naquela oportunidade, não comunicou qualquer dano à criança.

No sábado, 08 de março de 2025, por volta de 9h, a diretora entrou em contato com o Secretário de Educação, informando o acontecido. Ele imediatamente contactou a mãe da criança e perguntou se poderia fazer uma visita à família para prestar solidariedade e ver as condições da menina. Chegando lá, constatou a presença das marcas de mordida na orelha, vermelhidão na bochecha e algumas manchas na perna e no braço. A mãe explicou que a filha foi atendida no Hospital Municipal por uma pediatra e que, por se tratar de uma criança, a Assistente Social de plantão teve que ser chamada, para registrar o caso e dar ciência do acontecido ao Conselho Tutelar.

O Secretário explicou à família que todas as pessoas que haviam tido contato com a criança seriam ouvidas para maior apuração dos fatos, uma vez que é interesse de todos compreender o que aconteceu. Colocou-se à disposição da família e ofereceu o acompanhamento do CRAS e de um profissional de Psicologia, caso necessitassem.

Na segunda-feira, 10 de março de 2025, a diretora escolar e a pedagoga foram ouvidas, juntamente com os pais da criança, momento em que foi reforçado aos pais da criança o apoio do CRAS e psicológico, além de ofertar a troca da criança de escola ou de sala de aula, além do acompanhamento psicológico na escola, para monitorar o comportamento da criança no ambiente escolar. Naquela oportunidade, os pais optaram por manter a criança na mesma escola e turma, e o Secretário se prontificou a enviar uma psicóloga para o acompanhamento escolar assim que a família informasse o retorno da criança.

Na terça-feira, 11 de março de 2025, todos os profissionais escolares que tiveram contato com a criança também foram ouvidos e emitiram seus relatórios em relação às interações com a criança no dia 07 de março de 2025.

Internamente, em atendimento ao dever procedimental administrativo, todos os relatos, fotos e imagens de sistema de monitoramento serão encaminhados à Corregedoria Geral do Município, visando a apuração minuciosa dos fatos ocorridos.

Paralelamente, no âmbito externo, certamente o Conselho Tutelar adotará as providências que julgar necessárias para investigar e apurar a autoria, bem como o momento em que ocorreram as lesões.

Lembramos que, por se tratar do envolvimento de criança, família e de profissionais competentes ligados a uma instituição que a tantos anos presta excelentes serviços educacionais à comunidade, precisamos tratar de tudo com muita cautela, respeito e responsabilidade, evitando de todas as formas o sensacionalismo e a exposição midiática dos fatos e das pessoas até que tudo seja devidamente esclarecido.

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