Café e ovos mais caros: entenda o impacto da inflação nos preços

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Os brasileiros têm sentido no bolso o aumento dos preços de dois itens essenciais no dia a dia: o café e os ovos. Em fevereiro de 2024, o ovo de galinha registrou uma alta de 15,39%, enquanto o café moído subiu 10,77% em relação a janeiro. Os dados, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), fazem parte do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e refletem os desafios enfrentados pela produção desses produtos.

Mas o que está por trás desses aumentos? Especialistas apontam para uma combinação de fatores, como questões climáticas, sazonalidade, aumento da demanda global e até problemas na cadeia de suprimentos.

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Ovo: calor, exportação e sazonalidade pressionam preços

Imagem de cartela de ovos
Imagem: Erika Varga / Pixabay.com

O ovo, item básico na mesa dos brasileiros, vem enfrentando uma trajetória de alta nos últimos meses. Segundo o IBGE, o aumento nas exportações e a maior demanda interna, impulsionada pela volta às aulas, são alguns dos motivos para o encarecimento do produto.

No entanto, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) rebate parte dessa análise. De acordo com a entidade, menos de 1% dos 59 bilhões de unidades de ovos produzidos no Brasil em 2024 serão exportados. A ABPA destaca que as altas temperaturas registradas nas recentes ondas de calor no país têm um impacto direto na produtividade das aves, reduzindo a oferta e pressionando os preços.

Além disso, o milho, principal componente da ração das galinhas, também encareceu. O preço do grão subiu 30% nos últimos meses, enquanto os custos com insumos e embalagens mais que dobraram.

Outro fator que influencia o preço dos ovos é a sazonalidade. Durante a Quaresma, período tradicionalmente marcado pela redução no consumo de carnes vermelhas, os ovos e os peixes ganham espaço na dieta dos brasileiros. “Após um longo período com preços em baixa, a comercialização de ovos aqueceu pela demanda natural da época”, explicou a ABPA em nota.

Café: clima, demanda global e dólar elevam preços

O café, outro item indispensável no cotidiano dos brasileiros, também enfrenta uma escalada de preços. Problemas climáticos, como geadas e secas, têm afetado a produção do grão nos últimos anos. Em 2024, a situação se agravou com as altas temperaturas, que prejudicam as lavouras habituadas a climas mais amenos.

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, destacou em entrevista à CNN que o café é um dos produtos com maior resistência à queda de preços devido aos desafios ambientais. “O café passou quatro anos sofrendo com geadas e secas, falta de água e, agora, também sofreu com quebras no exterior”, afirmou.

A produção reduzida no Brasil e em outros países produtores, como o Vietnã, combinada com o aumento da demanda global e a valorização do dólar, fez com que um volume maior do grão fosse destinado ao mercado internacional. Com menos café disponível no mercado interno, os preços subiram.

Apesar do cenário inflacionário, o consumo de café torrado e moído no Brasil cresceu 1,1% entre 2023 e 2024. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), foram consumidas 21,9 milhões de sacas de 60 quilos no período, equivalente a 40,4% da safra do ano passado.

Impactos no bolso do consumidor

Xícara de café da marca Duralex
Imagem: NoemiEscribano/Shutterstock

O aumento nos preços do café e dos ovos tem um impacto direto no orçamento das famílias brasileiras, especialmente em um momento em que a inflação ainda preocupa. Para o consumidor, a alta desses produtos significa ajustes nas despesas do mês e a necessidade de buscar alternativas para economizar.

No caso do café, por exemplo, muitos brasileiros têm optado por comprar grãos de qualidade inferior ou reduzir o consumo. Já em relação aos ovos, a busca por promoções e a substituição por outras fontes de proteína, como frango ou peixe, têm sido estratégias comuns.

Perspectivas para os próximos meses

Especialistas avaliam que os preços do café e dos ovos devem continuar elevados nos próximos meses, mas com tendência de estabilização. No caso do ovo, a normalização das temperaturas e o fim do período de alta demanda sazonal podem ajudar a reduzir a pressão sobre os preços.

Já para o café, a recuperação das lavouras e a possível normalização das condições climáticas são fatores que podem contribuir para uma maior oferta do produto no mercado interno. No entanto, a volatilidade do dólar e a demanda global continuarão a influenciar os preços.

Conclusão

O aumento dos preços do café e dos ovos reflete uma combinação de fatores complexos, que vão desde questões climáticas até a dinâmica do mercado global. Para os consumidores brasileiros, o cenário exige adaptações no orçamento doméstico e a busca por alternativas para manter o consumo desses produtos essenciais.

Enquanto especialistas monitoram a evolução dos preços, a esperança é que a normalização das condições de produção e a estabilização da demanda possam trazer alívio ao bolso dos brasileiros nos próximos meses.

Imagem: Freepik

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