Trump abre arquivos sobre morte de Kennedy nesta terça (18)

Trump assinou a ordem executiva revogando o sigilo em janeiro. Reprodução: Flipar

Mais de 60 anos após o assassinato de John Kennedy, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, disse que as 80 mil páginas relacionadas ao crime começarão a ser divulgadas nesta terça-feira (18).

A declaração de Trump a respeito dos documentos secretos relacionados ao crime que chocou o mundo foi feita nesta segunda-feira (17), durante visita do presidente ao Kennedy Center.

Quando assumiu a presidência, ele anunciou a retirada do sigilo sobre as investigações do assassinato do então presidente norte-americano. “Tudo será revelado”, disse Trump.

John F. Kennedy foi morto em 22 de novembro de 1963, enquanto desfilava em carro aberto na cidade de Dallas, no Texas. Até hoje, a cena ainda repercute na memória coletiva dos EUA e dá margem a muitas teorias da conspiração.

A investigação oficial aponta um ex-fuzileiro naval que teria agido sozinho, Lee Harvey Oswald, como autor dos disparos, mas proponentes de versões alternativas jogam a responsabilidade pelo crime em Cuba, na CIA e até na máfia.

O então presidente Kennedy foi morto enquando desfilava de carro aberto em DallasReprodução

Para muitos americanos que não acreditaram na versão oficial, o caso permanece sem solução.

A versão oficial

Seis dias após a morte de Kennedy, o vice Lyndon B. Johnson, que assumiu em seu lugar, criou a Comissão Warren, para dar a palavra final sobre o assassinato.

Johnson estava sendo pressionado pela opinião pública após a morte do principal suspeito, Lee Harvey Oswald, dois dias depois da morte do presidente, em frente às câmeras de TV que transmitiam imagens ao vivo.

A comissão Warren concluiu que o presidente havia sido morto por Oswald e que ele agiu sozinho.

Os investigadores concluíram também que Oswald foi morto por Jack Ruby, dono de uma boate com ligações com a máfia — e que este também agiu sozinho.

Um dos principais pontos da investigação da comissão é a “teoria da bala única”. Ela aponta que o primeiro tiro, que atingiu a nuca de Kennedy e saiu por sua garganta, foi o mesmo que atingiu o governador texano John Connally.

Jacqueline Kennedy, primeira-dama, estava ao lado do presidente e entrou em choqueReprodução

O relatório final atesta que os tiros foram todos disparados por Lee Harvey Oswald do sexto andar de um depósito de livros escolares na Elm Street, que estava vazio devido a uma reforma.

O principal registro usado pela comissão é o chamado Filme de Zapruder, uma filmagem sem som de cerca de 30 segundos registrada em cores pelo cinegrafista amador Abraham Zapruder. Apesar de não ser o único registro em filme, é o que mostra o evento mais nitidamente.

 Desconfiança e teorias

 Mas essa versão não convenceu muitos americanos que, ao longo dos anos, apontaram falhas e criaram muitas teorias da conspiração.

A quem diga que Kennedy foi morto pela União Soviética e sua agência de espionagem, a KGB, já que sua presidência foi marcada por um dos períodos mais tensos na Guerra Fria, quando a União Soviética se aproximou do regime de Fidel Castro e instalou mísseis balísticos em Cuba. Outros apontam o regime de Fidel Castro em Cuba. Também há quem diga que foi a máfia e ainda quem acusa a CIA e o FBI.

Eventualmente, surgem tentativas de colocar seu então vice como o mentor do assassinato do presidente. E até quem alega que o assassinato foi uma operação do Mossad, o serviço secreto israelense, motivado pela oposição vocal de Kennedy ao programa nuclear israelense, desenvolvido pelo então primeiro-ministro do país, David Ben-Gurion.

O que quase todos concordam é que o assassinato de Lee Harvey Oswald, dois dias após ser apontado como principal suspeito, teria sido queima de arquivo.

Agora, o presidente Trump promete abrir os arquivos secretos e desvendar o crime.

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