Dólar hoje corrige queda e volta a ser cotado a R$ 5,70

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O dólar iniciou esta terça-feira (18) com alta de 0,38%, sendo cotado a R$ 5,7080. Depois de uma queda expressiva na véspera, o mercado observa um fortalecimento da moeda americana, refletindo as incertezas globais e os movimentos internos na economia brasileira.

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Copom deve aumentar a Selic para 14,5% na quarta-feira (19)

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Imagem: jcomp/Freepik

Dólar hoje: como abriu o mercado?

Por volta das 09h15, o dólar à vista registrava alta de 0,40% em relação ao real, cotado a R$ 5,708. A movimentação do mercado cambial é influenciada por uma combinação de fatores internacionais e domésticos que geram volatilidade.

Principais influenciadores da alta do dólar

Entre os elementos que pesam na valorização do dólar, estão:

  • Cenário internacional: divulgação de dados de produção nos Estados Unidos e expectativas em torno da política monetária do Federal Reserve;
  • Geopolítica global: negociações para um possível cessar-fogo na Ucrânia e desdobramentos da política de tarifas comerciais iniciada no governo Donald Trump;
  • Contexto fiscal no Brasil: atenção ao impacto da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, proposta que será entregue pelo presidente Lula ao Congresso.

Expectativas do mercado: Super Quarta e Selic no radar

Os investidores estão em compasso de espera pela Super Quarta, dia que marca reuniões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) irá definir a taxa Selic, enquanto o Federal Reserve divulgará sua decisão sobre os juros americanos.

De acordo com Rafael Lage, analista CNPI da CM Capital, o Ibovespa pode apresentar um dia de realização de lucros após os ganhos recentes. O EWZ, ETF composto por ADRs brasileiras, operava com queda de 0,45% no pré-mercado, indicando um pregão instável.

O dólar na véspera: menor patamar de 2025

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Na segunda-feira (17), o dólar teve uma queda expressiva de quase 1%, levando a moeda ao menor patamar do ano. A tendência de enfraquecimento global do dólar levou o Itaú BBA a revisar sua projeção para o câmbio ao final de 2025. O banco reduziu sua estimativa em R$ 0,15, projetando que o dólar encerre o ano a R$ 5,75.

Fatores que contribuíram para a queda do dólar na segunda-feira:

  • Expectativa de corte nos juros dos EUA, reduzindo a atratividade do dólar para investidores globais;
  • Fluxo positivo de capital para mercados emergentes, beneficiando o real;
  • Melhora na percepção de risco fiscal no Brasil, após declarações mais conservadoras do governo sobre os gastos públicos.

Projeções para o câmbio em 2025

Analistas divergem sobre a direção do dólar nos próximos meses, considerando tanto o cenário doméstico quanto internacional. As projeções variam conforme os seguintes fatores:

  • Taxa de juros nos EUA: Se o Federal Reserve iniciar um ciclo de corte de juros, o dólar pode perder valor globalmente, favorecendo moedas emergentes;
  • Política fiscal brasileira: O mercado acompanha de perto os desdobramentos das reformas econômicas do governo Lula, principalmente em relação à meta fiscal;
  • Fluxo de investimentos estrangeiros: Caso o Brasil mantenha um ambiente atrativo para investimentos, a entrada de dólares pode segurar a valorização da moeda americana.

Segundo previsões do Bradesco, o dólar deve oscilar entre R$ 5,50 e R$ 5,90 ao longo do ano, dependendo da política monetária dos EUA e da situação fiscal brasileira.

Como o dólar impacta a economia brasileira?

O comportamento do dólar afeta diretamente diversos setores da economia nacional:

Setor de importação e exportação

  • Alta do dólar: beneficia exportadores, tornando os produtos brasileiros mais competitivos no exterior;
  • Queda do dólar: favorece importação de bens e insumos, reduzindo custos para a indústria nacional.

Inflação e custo de vida

  • O dólar influencia o preço de commodities como petróleo, soja e milho, impactando os custos de combustíveis e alimentos.
  • A desvalorização do real pode gerar pressão inflacionária, levando o Banco Central a ajustar a taxa Selic para conter os preços.

Investimentos e mercado financeiro

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  • Oscilações cambiais afetam a rentabilidade de fundos de investimento e empresas expostas ao mercado externo.
  • Empresas endividadas em dólar podem enfrentar maior custo financeiro com a alta da moeda.

Considerações finais

O dólar iniciou esta terça-feira (18) em alta, refletindo a expectativa do mercado em relação à Super Quarta e à política fiscal do governo brasileiro. Apesar da recente queda, a volatilidade cambial deve continuar nos próximos dias, com investidores atentos à decisão do Copom sobre a taxa Selic e às movimentações do Federal Reserve.

O mercado segue dividido entre a perspectiva de um dólar abaixo dos R$ 5,75 até o fim do ano ou um movimento de recuperação diante das incertezas econômicas globais. O momento pede cautela por parte dos investidores e um acompanhamento constante dos indicadores financeiros.

Imagem: Freepik/Edição: Seu Crédito Digital

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