Plano Brasileiro de Inteligência Artificial já perdeu seis meses sem sair do papel

A inteligência artificial não é apenas uma inovação tecnológica; ela representa uma série de rupturas profundas que estão redefinindo o que significa ser humano, pensar e existir. Ela impulsiona a transformação digital, que intensifica a desconexão entre corpo e mente, enquanto as reflexões filosóficas emergentes nos instigam a repensar os fundamentos da realidade e do conhecimento.

“Inteligência artificial é sobre aprender, não é uma máquina de respostas. E essa é a primeira chave para a gente ver mais claramente o universo de rupturas ao nosso redor. Primeiro, uma era de ruptura no aprendizado, depois na colaboração. E a terceira de parar de discutir o que é inteligente ou não, mas como isso contribui para nossas performances”, afirma o professor, pensador, empreendedor e um dos maiores especialistas em inovação do Brasil, Sílvio Meira.

Ao discutir inteligência artificial no CDemPauta, da Convergência Digital, Sílvio Meira apontou que o Brasil tem condições de participar ativamente do aprendizado, colaboração e performance que se tornaram a tônica do desenvolvimento tecnológico atual. Em especial porque, coisa incomum no país, temos um plano adequado para tratar do tema. Mas é um plano que ainda precisa sair do papel.

“Em agosto do ano passado, a gente publicou o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial. Estamos em março e, até agora, a gente não começou a investir no plano. O plano é bom. É razoável para o Brasil. É espetacular se a gente considerar que não tínhamos nenhum plano e passamos a ter um. O que a gente precisa é tirar ele do chão”, afirma.

Afinal, insiste Sílvio Meira, nesse espaço de tempo já aconteceu muita coisa no mundo da IA. “Seis meses em inteligência artificial são seis décadas de muitas outras áreas. Quando o plano foi feito, DeepSeek não estava na cabeça de ninguém que se sentou para conversar. Qwen não estava na cabeça de ninguém. Um mundo de agentes de inteligência artificial em rede também não estava lá para conversar. Um mundo de aplicações que a gente viu se tornar viável de lá para cá, também não estava lá. Se a gente não começar a investir imediatamente naquele plano, temos que refazer o plano, imediatamente também.”

Assista.

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