
Em um cenário de crescimento expressivo para o setor de eletroeletrônicos, o Brasil alcançou um marco importante em 2024: o país se tornou o segundo maior produtor de ar-condicionado do mundo.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, anunciou em coletiva de imprensa que o Brasil produziu 6 milhões de unidades de ar-condicionado, ficando atrás apenas da China.
Esse desempenho não só consolida a indústria brasileira como um dos principais polos produtores de eletroeletrônicos no mundo, como também representa um grande avanço no mercado de consumo de produtos tecnológicos no país.
A seguir, vamos explorar os fatores que levaram o Brasil a alcançar essa marca histórica, os impactos desse crescimento no mercado interno e as previsões para o futuro da indústria de ar-condicionado no Brasil.
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O Crescimento da Produção de Ar-Condicionado no Brasil

A produção de ar-condicionado no Brasil em 2024 cresceu 38% em comparação com o ano anterior, um aumento significativo que reflete a demanda crescente por esses produtos, tanto no mercado interno quanto no mercado externo.
De acordo com os dados apresentados por Alckmin, o Brasil não apenas superou suas expectativas, mas também se consolidou como um grande player no setor global, com um volume de produção que coloca o país logo atrás da China, uma das maiores potências industriais do mundo.
Esse crescimento representa um marco histórico para a indústria de ar-condicionado brasileira, um setor que já é essencial no mercado de eletroeletrônicos do país. Além disso, esse desempenho é reflexo de uma série de fatores que vão desde políticas públicas até o aumento da geração de empregos, o que impactou diretamente no poder de compra da população.
Fatores que Impulsionaram o Crescimento
O aumento da produção de ar-condicionado pode ser atribuído a diversos fatores que convergiram para favorecer o setor em 2024. Entre os principais, destacam-se:
1. Aumento da Geração de Emprego e Renda
A recuperação econômica, com a geração de empregos e aumento da renda das famílias, desempenhou um papel importante no crescimento das vendas de produtos como o ar-condicionado. Com o poder de compra mais alto, muitos consumidores passaram a investir em produtos de maior valor agregado, como eletrodomésticos, e especialmente em soluções para o conforto térmico, como os ar-condicionados.
2. Políticas Públicas de Incentivo à Indústria
Além da recuperação econômica, o governo brasileiro implementou políticas públicas que ajudaram a impulsionar a indústria. O apoio a setores como a fabricação de eletroeletrônicos foi essencial para o crescimento da produção no país, com incentivos fiscais e apoio à modernização das fábricas, o que aumentou a competitividade e a capacidade de produção.
3. Ondas de Calor e Mudanças Climáticas
Outro fator significativo foi o impacto das ondas de calor intensas que afetaram várias regiões do Brasil. Com temperaturas mais altas, a demanda por ar-condicionado se intensificou, uma tendência observada especialmente nos meses de calor extremo. As altas temperaturas impulsionaram as vendas, tornando o ar-condicionado uma prioridade nas compras de muitos brasileiros.
4. Inovações Tecnológicas nos Produtos
Além dos fatores externos, a inovação constante no design e na eficiência dos aparelhos de ar-condicionado contribuiu para o aumento da demanda. Modelos mais econômicos, com tecnologias que consomem menos energia e oferecem maior durabilidade, atraíram uma base de consumidores que busca não apenas conforto, mas também soluções mais sustentáveis e de menor custo operacional.
O Desempenho do Mercado de Eletroeletrônicos no Brasil

Além do crescimento na produção de ar-condicionado, o mercado de eletroeletrônicos no Brasil teve um desempenho recorde em 2024. A venda de eletrodomésticos como um todo atingiu 117,7 milhões de unidades, representando uma alta de 29% em relação ao ano anterior. Esse aumento foi o melhor desempenho da última década para o setor.
O crescimento no mercado de eletroeletrônicos, especialmente de ar-condicionados, foi um reflexo de uma série de condições econômicas favoráveis. A volta do consumo e o aquecimento do mercado interno, impulsionado por políticas de estímulo à produção e consumo, também contribuíram para esses números positivos.
Exportação de Eletroeletrônicos: Oportunidades para o Brasil
Outro ponto importante destacado durante a coletiva de imprensa foi o aumento da exportação de eletroeletrônicos. Apesar de ainda representar uma parte pequena da produção brasileira, com cerca de 10% das unidades produzidas exportadas, o mercado externo começa a mostrar potencial para o Brasil.
A Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) já observa sinais de aumento do volume de exportação, o que pode significar uma ampliação das oportunidades para as empresas brasileiras nesse segmento.
O mercado de ar-condicionados, por exemplo, possui grande potencial de expansão em outros países, especialmente em regiões que enfrentam altas temperaturas e onde a classe média está crescendo, como no Oriente Médio, África e América Latina. Essa expansão pode representar uma alternativa estratégica para a indústria brasileira diversificar seus mercados e reduzir a dependência do mercado interno.
Impactos Econômicos e Setoriais do Crescimento na Produção de Ar-Condicionado

1. Aquecimento da Economia Local
O aumento na produção de ar-condicionado também tem efeitos diretos nas economias locais, especialmente nas regiões onde as fábricas estão localizadas.
A geração de empregos nas indústrias de produção e nos setores relacionados, como a logística e o varejo, contribui para o aquecimento da economia local. O setor também gera uma demanda significativa por matérias-primas, beneficiando fornecedores e empresas de logística.
2. Sustentabilidade e Eficiência Energética
Com o aumento da produção e venda de ar-condicionados, surge a necessidade de se preocupar com a sustentabilidade e o impacto ambiental. A indústria de ar-condicionado precisa continuar investindo em soluções mais eficientes em termos de consumo energético e emissões de gases do efeito estufa.
Muitos consumidores já buscam aparelhos mais ecológicos e de baixo consumo, e essa tendência deve crescer nos próximos anos, com as empresas adaptando seus produtos para atender a essas demandas.
3. Inovação e Tecnologia no Setor
A inovação é outro fator que deve continuar impulsionando o mercado de ar-condicionados. O uso de tecnologias como o controle remoto via smartphone, sistemas de automação e integração com smart homes são algumas das inovações que devem ganhar destaque no futuro.
Essas inovações tornam o produto mais atrativo para uma nova geração de consumidores que busca conforto e praticidade aliados à tecnologia.
O Futuro da Indústria de Ar-Condicionado no Brasil
O Brasil, como o segundo maior produtor de ar-condicionado, se encontra em uma posição estratégica para se beneficiar de uma demanda crescente, tanto no mercado interno quanto no externo. O ano de 2024 foi um marco para o setor, mas o futuro reserva grandes oportunidades, especialmente se a indústria continuar investindo em inovação, sustentabilidade e exportação.
Além disso, o cenário de mudanças climáticas e o aumento das temperaturas globais podem garantir uma demanda constante por produtos de climatização, o que, aliado a políticas públicas de incentivo e à melhora das condições econômicas, pode fazer com que o Brasil continue a crescer como um grande produtor e exportador de ar-condicionado.
Considerações finais
O Brasil tem se consolidado como um dos maiores players no mercado de ar-condicionado, alcançando um marco histórico em 2024 com a produção de seis milhões de unidades.
Esse crescimento é impulsionado por diversos fatores, incluindo políticas públicas de incentivo, aumento da geração de emprego, e mudanças climáticas que impulsionam a demanda por soluções de conforto térmico.
Com a tendência de aumento das exportações e o foco na inovação e sustentabilidade, a indústria de ar-condicionado brasileira tem um futuro promissor pela frente.