A Polícia Rodoviária Federal (PRF) emitiu um importante alerta à população brasileira sobre o ressurgimento de um golpe que tem enganado motoristas em diversas regiões do país: o da falsa suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Apesar de não ser novo, o golpe voltou a circular com força nos últimos meses e preocupa autoridades por seu grau de sofisticação e pelo aumento do número de vítimas.
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O golpe da suspensão da CNH
Como os criminosos atuam
O golpe consiste no envio de mensagens falsas por e-mail, SMS ou aplicativos de mensagens como o WhatsApp. Nessas comunicações, os golpistas se passam por órgãos oficiais — principalmente a própria PRF ou a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) — e informam ao condutor sobre a existência de supostas multas não pagas, que estariam prestes a resultar na suspensão da CNH.
Essas mensagens vêm acompanhadas de boletos bancários, com aparência oficial e que, à primeira vista, parecem legítimos. O motorista, acreditando estar regularizando sua situação, efetua o pagamento. O dinheiro, no entanto, não vai para os cofres públicos, mas sim para contas bancárias ligadas a quadrilhas especializadas em crimes cibernéticos.
De acordo com a PRF, os boletos são cuidadosamente falsificados, inclusive com logos e identidades visuais de órgãos públicos, o que dificulta a identificação do golpe, principalmente por pessoas com menos familiaridade com meios digitais.
Contas “fantasmas” e laranjas
Após o pagamento, o dinheiro vai direto para contas bancárias abertas com documentos falsos ou no nome de “laranjas” — pessoas que cedem ou têm seus dados utilizados de forma indevida. Isso dificulta o rastreamento e a recuperação dos valores pagos.
Em muitos casos, quando a vítima percebe o golpe, já é tarde demais para acionar o banco e cancelar a transação. Por isso, o alerta das autoridades é para que os motoristas fiquem atentos antes de realizar qualquer pagamento relacionado a infrações de trânsito.
PRF orienta: como identificar e evitar o golpe
Comunicações oficiais são feitas pelos Correios
Um dos principais pontos destacados pela PRF é que nenhuma notificação de multa, processo administrativo ou penalidade é feita por aplicativos de mensagens ou redes sociais. A comunicação oficial ocorre exclusivamente por meio de correspondência enviada pelos Correios, com o selo da Senatran e endereço oficial do órgão.
Portanto, qualquer mensagem recebida fora desse canal deve ser considerada suspeita, especialmente se incluir links, boletos ou solicitações de dados pessoais e bancários.
Principais dicas para não cair no golpe
A PRF divulgou algumas orientações importantes para que motoristas se protejam contra esse tipo de crime:
1. Nunca forneça dados pessoais ou bancários por mensagem
Evite responder a e-mails ou mensagens solicitando informações como CPF, número da CNH, senhas ou dados bancários. Órgãos públicos não fazem esse tipo de solicitação por meios digitais.
2. Desconfie de mensagens com tom de urgência
Mensagens que induzem o cidadão ao pânico, alegando que a CNH será suspensa em poucos dias ou que há multas de valores elevados a vencer imediatamente, costumam ser tentativas de golpe. A ideia é forçar a vítima a agir rapidamente, sem verificar a veracidade da informação.
3. Não clique em links desconhecidos ou suspeitos
Links encurtados ou com grafias estranhas, especialmente enviados por WhatsApp ou SMS, devem ser evitados. Eles podem levar a páginas falsas ou mesmo instalar malwares no dispositivo.
4. Verifique a autenticidade dos boletos recebidos
Antes de pagar qualquer boleto relacionado a infrações de trânsito, acesse o site oficial do Detran do seu estado ou da Senatran para confirmar a existência da dívida. O pagamento de multas pode ser feito diretamente nesses portais com segurança.
5. Em caso de dúvida, procure canais oficiais
A PRF recomenda que qualquer dúvida seja esclarecida diretamente pelos canais oficiais do órgão. O telefone 191 está disponível para atendimentos e também é possível buscar informações no site da instituição ou nos portais dos Detrans estaduais.
O que fazer se já foi vítima
Caso o motorista perceba que caiu no golpe após efetuar o pagamento, é fundamental agir rapidamente:
- Registre um boletim de ocorrência (BO) presencialmente ou pela delegacia virtual do seu estado.
- Comunique o banco imediatamente e tente bloquear ou reverter a transação.
- Reúna todas as provas, como mensagens recebidas, comprovantes de pagamento e prints da conversa, para auxiliar nas investigações.
Também é indicado registrar uma denúncia na Polícia Federal ou nos órgãos de defesa do consumidor, como o Procon, e ficar atento a eventuais movimentações bancárias estranhas nos dias seguintes.
Prevenção é a melhor forma de proteção
A Polícia Rodoviária Federal reforça que, embora o golpe tenha ganhado novas versões, o objetivo dos criminosos segue o mesmo: explorar a boa-fé dos cidadãos e lucrar com fraudes. Por isso, a conscientização é a principal ferramenta para impedir que mais brasileiros sejam prejudicados.
Divulgar essas informações entre amigos, familiares e colegas de trabalho pode evitar que mais pessoas caiam nesse tipo de armadilha. Informar-se por canais confiáveis e estar sempre atento aos sinais de fraude são atitudes fundamentais no combate ao estelionato digital.
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