Após reunião com Lula, Leite diz que empresas têm dificuldade para acessar recursos de programas federais voltados ao RS


Governador gaúcho deu a declaração no Palácio do Planalto. Segundo ele, programa federal para preservar empregos no RS tem regras ‘engessadas’. O governador do RS, Eduardo Leite (PSDB), concede entrevista após reunião com o presidente Lula
Guilherme Mazui/g1
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), afirmou nesta quarta-feira (21) que empresas gaúchas estão tendo dificuldade para acessar recursos dos programas criados pelo governo federal para recuperar o estado depois das fortes chuvas do primeiro semestre.
O tucano deu a declaração depois de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Palácio do Planalto, em Brasília.
Leite citou como exemplo o programa instituído para preservar empregos em empresas que foram atingidas pelos temporais de maio deste ano. Para o governador, a iniciativa tem regras “engessadas” e precisa ser ajustada.
“Tem um descompasso entre o apoio que é anunciado e apoio que se está efetivando lá na ponta. É isso que a gente demanda. Eu não faço a crítica para que seja o governo fustigado. Eu faço a crítica para que ajustem, melhorem e aprimorem. E entreguem, portanto, à população o que eles mesmos propuseram”, declarou o tucano.
O governador avaliou que o programa de preservação de empregos precisa passar por uma remodelação de forma a se aproximar do que foi feito durante a pandemia da Covid-19, quando, na gestão Jair Bolsonaro, o governo federal flexibilizou regras trabalhistas, com redução de jornadas e salários, para evitar demissões.
Troca de farpas com Lula
Na sexta passada (16), em visita ao Rio Grande do Sul, Lula concedeu entrevista à Rádio Gaúcha, do Grupo RBS, e reclamou das críticas de Leite, que já disse ter “cansado de esperar” os anúncios do governo federal para o estado.
“Eu às vezes fico incomodado, porque o governador ele nunca está contente com as coisas. O governador deveria um dia me agradecer: ‘Lula, obrigado pelo tratamento que você está dando ao Rio Grande do Sul, porque o Rio Grande do Sul nunca foi tratado assim'”, comentou Lula na ocasião.
Na mesma entrevista, o presidente disse que “ninguém será tratado diferente” por não gostar do PT e que não faz política para governador.
“O governador também fala todo dia: ‘é insuficiente, insuficiente, insuficiente’. Tudo é insuficiente”, afirmou Lula.
Após a entrevista, durante evento de entrega de casas populares em Porto Alegre, Leite disse que “não se trata de qualquer coisa pessoal ou ideológica”. Segundo o governador, “se trata das demandas para que o estado seja atendido”.
“Não é só que o Rio Grande do Sul que quer mais atenção. O Rio Grande do Sul precisa dessa atenção e reivindica os seus direitos. Não deixará de haver reconhecimento, portanto, não deixará de haver, de outro lado também, cobranças e demandas para que a gente possa entregar para a nossa sociedade o que é de direito”, rebateu Leite.
Por fim, Lula disse que não há disputas com o governador do RS.
“Eduardo, toda vez que você olhar para o governo federal, saiba que você tem um amigo. Eu não disputo nada com você, não disputo popularidade, não sou um gestor. Eu sou um político e gosto de fazer política”, disse.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.