TCU abre com caráter de urgência auditoria para avaliar perdas de R$ 14 bi na Previ

Placa na entrada do Tribunal de Contas da União com a sigla TCU

O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou, em caráter de urgência, uma auditoria para investigar as perdas acumuladas no Plano 1 da Previ, a Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil.

O ato foi autorizado pelo presidente do TCU, Vital do Rêgo, na quarta-feira (05), após um pedido formal do ministro Walton Alencar Rodrigues. Durante a sessão, Rodrigues expressou graves preocupações sobre a gestão dos investimentos da Previ, que registrou perdas significativas em 2024.

Prejuízos no Plano 1 da Previ

Placa do Tribunal de Contas da União com prédio sede ao fundo
Imagem: Agência Brasil/Valter Campanato

De acordo com o ministro Walton Alencar Rodrigues, de janeiro a novembro de 2024, o Plano 1 da Previ sofreu um prejuízo acumulado de aproximadamente R$ 14 bilhões. Este valor é alarmante, considerando que em 2023, o prejuízo registrado foi de apenas R$ 5,5 bilhões, o que demonstra uma discrepância de cerca de R$ 8,5 bilhões entre os dois anos.

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Para os especialistas e participantes do plano de previdência, esse desempenho é preocupante e exige uma investigação detalhada sobre a gestão da Previ.

O desempenho dos investimentos da Previ em 2024

Outro ponto levantado por Walton Alencar Rodrigues foi o baixo rendimento dos investimentos do plano Previ em 2024. Segundo o ministro, o rendimento foi de apenas 1,58%, um número muito abaixo das expectativas e comparado ao desempenho dos anos anteriores.

A falta de rentabilidade nos investimentos, que englobam diferentes classes de ativos como renda fixa, renda variável, ativos imobiliários e investimentos estruturados, gerou uma preocupação generalizada sobre a administração do fundo de pensão.

Desempenho comparado com anos anteriores

O desempenho de 2024 se mostra especialmente negativo quando comparado com os resultados de anos anteriores. O plano de previdência enfrentou uma queda substancial no retorno de quase todas as classes de investimento, o que eleva a urgência de uma auditoria para avaliar as causas dessa queda. O ministro ressaltou que os riscos para os segurados do Banco do Brasil aumentaram consideravelmente, já que o rendimento abaixo das expectativas coloca em risco a aposentadoria dos participantes do plano.

Possíveis consequências para o Banco do Brasil

A auditoria também levantou a possibilidade de graves danos para o Banco do Brasil, uma sociedade de economia mista controlada pela União. Caso a situação não seja corrigida, o banco poderá ser obrigado a contribuir de forma paritária com os segurados do plano, o que significaria um grande custo adicional para a instituição financeira pública. O controle da União sobre o Banco do Brasil torna esse caso ainda mais relevante, já que as perdas no plano de previdência podem afetar diretamente as finanças do banco.

A preocupação com a gestão da Previ

O ministro Walton Alencar Rodrigues não poupou críticas à gestão da Previ, afirmando que existem “sérios problemas de gestão” que estão impactando negativamente o desempenho do plano. A auditoria será uma ferramenta essencial para identificar os motivos das perdas e determinar se houve falhas na administração dos recursos. De acordo com Rodrigues, a situação apresenta “inequívoco risco” para os beneficiados do plano, e a auditoria visa a apuração minuciosa desses problemas.

O impacto na confiança dos segurados

As perdas acumuladas e a baixa rentabilidade dos investimentos geraram uma onda de desconfiança entre os segurados da Previ, que são funcionários do Banco do Brasil e suas famílias. O plano de previdência tem um papel fundamental na segurança financeira dos aposentados e futuros aposentados da instituição, e a recente deterioração do desempenho financeiro do plano abalou a confiança dos participantes.

O que a auditoria pode revelar?

A auditoria em caráter urgente aberta pelo TCU tem como objetivo principal levantar informações detalhadas sobre as causas do prejuízo acumulado e identificar falhas de gestão que possam ter contribuído para a queda no desempenho dos investimentos. Além disso, a auditoria pode fornecer recomendações para melhorar a administração do plano, a fim de evitar mais perdas no futuro.

O trabalho da Secretaria Geral de Controle Externo do TCU será essencial para garantir que a Previ volte a operar com a eficiência esperada, resgatando a confiança dos segurados e protegendo os interesses financeiros dos participantes do plano.

O papel do TCU na fiscalização dos fundos de pensão

O TCU tem um papel crucial na fiscalização dos fundos de pensão, especialmente em instituições como a Previ, que gerencia recursos significativos destinados à aposentadoria de milhares de pessoas. Como órgão de controle externo, o TCU exerce a função de garantir que os recursos públicos e privados, administrados por essas entidades, sejam usados de maneira eficiente e transparente.

O futuro da Previ após a auditoria

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Imagem: Agência Brasil/ Valter Campanato

A auditoria aberta pelo TCU pode resultar em uma série de mudanças na gestão da Previ, dependendo das conclusões a que chegar. Caso sejam identificados problemas estruturais na administração do plano, medidas corretivas poderão ser implementadas para restaurar sua saúde financeira e garantir que os participantes possam contar com o fundo de pensão para sua aposentadoria.

O futuro da Previ também dependerá das ações tomadas pelo Banco do Brasil, que, como acionista majoritário, possui responsabilidades na governança da entidade. O banco precisará agir para corrigir a situação e evitar que o plano de previdência enfrente mais dificuldades financeiras no futuro.

Considerações finais

A abertura de uma auditoria urgente pelo TCU na Previ é uma resposta necessária às preocupações levantadas sobre as perdas acumuladas e a má gestão dos investimentos do plano. Com prejuízos que somam R$ 14 bilhões em 2024, a auditoria se faz crucial para avaliar as causas desses danos e garantir que os recursos destinados à aposentadoria dos funcionários do Banco do Brasil sejam bem administrados.

O TCU, ao iniciar a auditoria, demonstra sua atuação firme na fiscalização dos fundos de pensão e na proteção dos direitos dos segurados. As próximas semanas serão decisivas para o futuro da Previ e para a confiança dos participantes do plano, que aguardam com ansiedade os resultados da investigação.

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