Tiro dado por PM de folga que matou entregador durante discussão não foi acidental, aponta laudo


Justiça determinou que o PM vá a júri popular e negou o pedido para que ele responda ao processo em liberdade. Vídeo mostra o momento do disparo. Homem é morto ao levar tiro durante briga em Goiás
O tiro disparado pelo policial militar Roberval Crecêncio de Jesus contra o entregador Lucas Marcelino Botelho não foi acidental, conforme apontou o laudo da Polícia Científica. O PM estava de folga quando discutiu com Lucas e atirou nele em frente a uma distribuidora em Itumbiara, no sul do estado. Um vídeo mostra o crime (assista acima).
“Após a realização dos exames periciais […] conclui-se que não havia defeito ou falha no mecanismo de disparo da arma examinada”, detalhou o laudo pericial.
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Nesse sentido, o laudo da Polícia Científica indicou que não havia possibilidade de um tiro acidental nas condições descritas. A análise concluiu que o percussor da arma não poderia atingir a espoleta do cartucho e disparar sem que o gatilho fosse acionado de forma adequada, seja direta, indireta, voluntária ou involuntariamente.
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O laudo pericial contradiz a versão apresentada pela Polícia Militar (PM). Segundo a corporação, no dia dos fatos, as partes entraram em vias de fato e “acidentalmente ocorreu um disparo de arma de fogo”.
Em agosto deste ano, a juíza Natácia Lopes Magalhães determinou que o PM fosse a júri popular e negou o pedido para que ele respondesse ao processo em liberdade. O crime aconteceu no dia 13 de março deste ano.
O g1 não conseguiu contato com a defesa do PM até a última atualização desta reportagem. Na época dos fatos, um advogado do departamento jurídico da Assego, associação que patrocina a defesa do militar envolvido no caso, afirmou que “tem a convicção de que será provado que o militar não agiu com dolo, inclusive foi ele quem chamou o socorro, se apresentou espontaneamente na delegacia após o ocorrido e colaborou com toda a investigação”.
Relembre o caso
Homem é morto ao levar tiro durante briga em Goiás
Reprodução/Redes Sociais
De acordo com o Ministério Público, o policial militar assumiu o risco e matou Lucas Marcelino Botelho, por motivo fútil, utilizando um recurso que dificultou a defesa da vítima, com emprego de meio que resultou em perigo comum, ou seja, que poderia colocar em risco outras pessoas. Segundo a denúncia, Roberval Crecêncio também ameaçou, verbalmente, Wellington Mota Neto, que presenciou toda a situação.
Segundo a denúncia, Roberval Crecêncio de Jesus estava na praça em frente à distribuidora quando, mesmo não estando em serviço, abordou um adolescente que conduzia uma motocicleta fazendo acrobacias, informando-o que chamaria um guincho para apreender o veículo.
Ainda de acordo com o MP, ao perceber que a confusão entre Roberval e o adolescente ocorria próximo ao local onde sua motocicleta estava estacionada, Lucas Marcelino decidiu retirá-la das proximidades.
Segundo o documento, quando Lucas se aproximou, Roberval puxou a motocicleta, enquanto Lucas Marcelino, por sua vez, tentou empurrá-la, mesmo desligada, o que fez com que a moto caísse ao chão, desencadeando uma discussão entre os dois.
Na sequência, conforme o MP, Roberval atacou Lucas, desferindo socos e empurrões. Ao desferir um chute em Lucas Marcelino, Roberval desequilibrou-se e caiu ao chão. Em seguida, Roberval levantou-se já com a arma de fogo em mãos, que estava municiada e destravada, e desferiu um golpe com a mão que segurava a arma, causando o disparo que resultou na morte de Lucas.
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