Inquérito contra Gusttavo Lima e donos de bet é arquivado

A juíza Andréa Calado da Cruz, da primeira instância do Tribunal de Justiça de Pernambuco, arquivou, nesta quinta-feira (9), o inquérito sobre o cantor Gusttavo Lima e os donos da Vaidebet no âmbito da Operação Integration, deflagrada em setembro de 2024 pela Polícia Civil do estado.A operação investiga suposta lavagem de dinheiro por meio de jogos de apostas esportivas e do jogo do bicho.A magistrada acatou parecer do Ministério Público de Pernambuco, que pediu o arquivamento. Os promotores do órgão não viram elementos suficientes para fazer uma denúncia.Conteúdo relacionadoGusttavo Lima quer encontro com Lula e BolsonaroGusttavo Lima diz que será candidato à Presidência em 2026Justiça decreta prisão de cantor Gusttavo Lima”Determino o arquivamento do presente Inquérito Policial, ressalvando-se, porém, o disposto no art. 18 do Código de Processo Penal, que prevê a possibilidade de reabertura do procedimento caso surjam novas provas”, escreveu a juíza.Andréa Calado acatou o parecer da Procuradoria-Geral de Justiça de Pernambuco. O caso foi para o órgão após a juíza discordar do entendimento dos promotores responsáveis pelo caso, que pediram o arquivamento da parte da investigação relacionada ao cantor.Além do arquivamento, a juíza também retirou todas as medidas cautelares em relação ao cantor e ao casal José André da Rocha Neto -dono da empresa de apostas esportivas- e sua esposa, Aislla Sabrina Truta Henriques Rocha.A decisão também determina a restituição de bens apreendidos a Gusttavo Lima e aos proprietários da empresa Vaidebet.Inicialmente, o cantor foi indiciado por supostas lavagem de dinheiro e organização criminosa pela Polícia Civil. A polícia diz que o cantor comercializou, por meio de uma empresa sua, um avião para a Esportes da Sorte, que posteriormente foi devolvido sob a justificativa de um defeito na turbina. A mesma aeronave foi vendida depois aos proprietários da VaideBet.Para o Ministério Público, não há elementos consistentes contra Gusttavo Lima e o casal José e Aislla Rocha. “Para a deflagração da ação penal é necessário que se faça presente a justa causa, definida pela doutrina e pela jurisprudência, como a existência de indícios mínimos de autoria e prova da materialidade delitiva a sustentar a sua propositura”, escreveu em parecer a subprocuradora-geral de Justiça em assuntos jurídicos, Norma Mendonça Galvão de Carvalho.O trâmite da operação tem sido marcado por atritos dos promotores com a juíza responsável pelo caso. Em dezembro, os promotores acusaram a magistrada de cometer abusos no processo. No mesmo mês, Andréa Calado da Cruz apontou inércia na atuação dos integrantes da Promotoria.A decisão desta quinta-feira também informa à Polícia Federal e à Capitania dos Portos que não há restrição de circulação sobre Gusttavo Lima e o casal Rocha.Ao pedir o arquivamento em dezembro, a subprocuradora Norma Galvão também entendeu que as atividades da empresa de apostas VaideBet são diferentes das praticadas pela Esportes da Sorte.”Verifica-se que as atividades empresariais e financeiras da Pix365 Soluções Tecnológicas (Vaidebet), de propriedade de José André da Rocha Neto e Aislla Sabrina Truta Henrique Rocha não se confundem com as atividades empresariais e financeiras da empresa da HSF Entretenimento e Promoção de Eventos (Esportes da Sorte), pertencente a Darwin Henrique da Silva Filho, o qual possivelmente explora modalidade de jogo enquadrada como contravenção penal, que se consubstanciaria como infração antecedente dos crimes de lavagem de dinheiro apurados nestes autos”, escreveu a subprocuradora.Por meio de nota, José André da Rocha Neto e Aislla Rocha disseram: “sempre confiamos na Justiça e desde o início da operação nunca tivemos dúvida sobre qual seria o desfecho da investigação”. O casal também agradeceu “às autoridades pela lucidez e pela celeridade com que trataram nosso caso”.A defesa do cantor afirmou, em nota, que a decisão “confirma o que outras instâncias já haviam apontado: a inocência de Gusttavo Lima”. “A defesa lamenta danos à imagem do artista, mas celebra que a verdade tenha sido restabelecida.”Em outras ocasiões, a defesa do cantor disse que os contratos do artista e suas empresas estão em conformidade com a legislação e que as negociações para venda de imagem e de bens foram feitas dentro da legalidade.Quer ver mais notícias? Acesse nosso canal no WhatsAppA outra parte da Operação Integration continua, com a continuidade da investigação em relação ao CEO da Esportes da Sorte, Darwin Henrique da Silva Filho, suas empresas e a Zelu Pagamentos, apontada na investigação como intermediadora de pagamentos da empresa de apostas.Neste caso, a subprocuradora-geral de Justiça disse, em dezembro, “existirem fortes indícios de práticas de atividades empresariais ilícitas”. Norma Galvão ainda afirmou, na ocasião, que o MP-PE aguarda o relatório sobre as quebras de sigilos bancário e fiscal para tomar posicionamento em relação a Darwin, suas empresas e à Zelu Pagamentos.
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