Chuvas devem se intensificar até março na Grande Belém

Já estamos no inverno amazônico e é visível a intensidade de chuvas em Belém e Região Metropolitana. A previsão é de que a quantidade de chuvas se intensifique até o mês de março, marcando o aumento de volume de chuvas iniciado em dezembro último. O tempo também deve permanecer predominantemente nublado na maior parte do dia ao longo deste mês.De acordo com o coordenador do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) no Pará, Adriroseo Raimundo Alves dos Santos, do início do ano até ontem (13), os sistemas do Inmet registraram 179,8 milímetros de chuva, cerca de 45% do esperado para a média total do mês de janeiro (393,8 milímetros). “A meteorologia indica que este semestre vai ultrapassar o quantitativo médio de chuvas”, afirma. Neste mês de janeiro, a data de maior chuva em Belém foi registrada no dia 9, com 56,2 milímetros.A média em fevereiro deve chegar a 437,8 milímetros e março a 506,3 milímetros. O especialista explica que a ocorrência de chuvas é devido a diferentes fatores. Em Belém, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), sistema meteorológico que atua nos trópicos e é parte integrante da circulação geral da atmosfera, faz com que ocorram os encontros dos ventos alísios, que são ventos constantes e úmidos. “O encontro desses ventos entra na Amazônia com muita umidade, resultando na quantidade atual de chuvas”.Conteúdos relacionados:Fortes tempestades no Pará: ventos podem atingir 100 km/h, diz InmetChuva deixa ruas alagadas e derruba árvore em BelémOutro fator é o La Niña, fenômeno climático e oceânico caracterizado pelo resfriamento das águas superficiais das partes central e leste do Pacífico Equatorial e de mudanças na circulação atmosférica tropical. “O La Niña começa a ter atuação e se fortalece, o que resulta em chuvas na região norte e nordeste do país, pois há mais umidade entrando na atmosfera”, explica.Adriroseo Raimundo também destaca a influência das chuvas a partir da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), caracterizada por uma larga e prolongada zona de convergência de umidade sobre o Brasil, que gera grandes áreas de chuva sobre parte do país, por vários dias consecutivos. “Essa Zona de Convergência do Atlântico Sul resulta em um corredor de umidade, que tem refletido em mais chuvas em áreas como São Félix do Xingu e Novo Repartimento, por exemplo”, explica o pesquisador em relação às intensas chuvas na região sudeste do Pará.“A média é que sejam registrados cerca de 100 milímetros a mais de chuva na Região Metropolitana de Belém, o que chamamos de anomalia positiva, quando o índice pluviométrico fica acima da média. Logo, este inverno amazônico vai se caracterizar com muito mais chuva. Estamos usando modelos que utilizam inteligência artificial para gerar dados com mais precisão”, destacou o especialista sobre o uso de dados de satélites e sensores para monitorar padrões climáticos a partir de algoritmos.Quer saber mais notícias do Pará? Acesse nosso canal no WhatsappENTENDAA quantidade de água captada da chuva é medida em milímetros. Um milímetro de chuva equivale a um litro de água por metro quadrado. Se for registrado 50 milímetros de chuva, são 50 litros de água em cada metro quadrado. A intensidade da chuva é medida em relação ao tempo. Segundo o Inmet, uma chuva fraca tem menos de 2,5 milímetros por hora (mm/h), a moderada tem entre 2,5 mm/h e 10 mm/h, a forte fica entre 10 mm/h e 50 mm/h e a chuva violenta registra mais de 50 mm/h.
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