Brasileiros vendem íris por cripto e ANPD fiscaliza empresa

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A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) iniciou uma fiscalização sobre a coleta e o tratamento de dados biométricos pela empresa Tools for Humanity (TFH), responsável pelo projeto World ID. O projeto utiliza a tecnologia de câmera avançada Orb para coletar dados da íris, face e olhos, com a finalidade de criar um sistema de verificação de identidade humana única.

Mais de 150 mil brasileiros já tiveram a íris escaneada no projeto que se iniciou em novembro de 2024 no país, e paga 25 criptomoedas da própria companhia, a WorldCoin, criada pelo cofundador da OpenAI, Sam Altman. O valor dessa quantidade de criptomoedas equivale a R$ 300, isto é, quase US$ 50.

O processo aberto pela ANPD vai investigar se a empresa está tratando esses dados sensíveis em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e garante que se trata de um recurso preventivo, cujas eventuais sanções dependerão da gravidade do caso e da resposta da empresa às medidas indicadas pela autoridade. 

A investigação inclui análise do contexto e objetivos do tratamento, segurança da informação, transparência, impacto nos direitos dos titulares e coleta de dados de crianças e adolescentes; questões que a empresa não detalha.

A Tools for Humanity, entretanto, explica que entre as potenciais aplicações de uso desses dados é para a prevenção de perfis falsos em sites e redes sociais e defendeu a segurança do projeto.

A empresa já foi obrigada a suspender sua coleta e tratamento de dados sensíveis na Espanha em junho de 2024, também para que autoridades europeias investigassem a forma de tratamento e protegessem os dados dos cidadãos.

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