O que esperar do primeiro ano letivo sem celular nas escolas?

celular nas escolas

Em uma medida que promete transformar a dinâmica nas salas de aula de todo o Brasil, a nova lei sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva proíbe o uso de celulares nas escolas, tanto públicas quanto privadas.

A legislação, que entra em vigor no primeiro semestre de 2025, tem gerado discussões sobre os impactos dessa mudança na educação e na vida dos estudantes.

A proibição, no entanto, não é absoluta: os aparelhos podem ser utilizados para fins pedagógicos, quando autorizados pelos professores.

Mas, como será o primeiro ano letivo sem celulares nas escolas? A seguir, exploramos as expectativas, os desafios e as possíveis vantagens dessa mudança para a educação brasileira.

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A preparação das escolas para a nova realidade

crianças estudando
Imagem: Ground Picture/ shutterstock.com

As escolas em todo o Brasil começaram a se preparar para as novas regras, com algumas já implementando restrições.

Algumas instituições, por exemplo, já haviam iniciado a redução do uso de celulares há alguns anos e agora se veem respaldados pela legislação.

A saber, a medida pode fortalecer a convivência social entre os alunos, que, antes, ficavam isolados com seus dispositivos.

Além disso, a adaptação inclui o uso de computadores nas aulas de tecnologia, proporcionando uma abordagem mais focada no aprendizado.

O impacto psicológico e o aumento da produtividade

Entre os estudantes, as reações à proibição do uso de celulares nas escolas são variadas. Alguns notam uma melhoria significativa na concentração durante as aulas, com o tempo passando de maneira mais produtiva.

Para muitos, a interrupção do uso constante de dispositivos móveis, especialmente nos intervalos, pode proporcionar uma experiência mais envolvente e significativa.

Esse movimento também está alinhado com a crescente conscientização sobre os impactos negativos do uso excessivo da tecnologia, como a atrofia cognitiva associada ao consumo excessivo de redes sociais, um fenômeno que vem sendo cada vez mais discutido.

A colaboração entre famílias e escolas na adaptação

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Imagem: Freepik

A medida também exige o envolvimento das famílias. Inicialmente, muitos pais demonstraram resistência à proibição dos celulares, preocupados com a dificuldade de monitorar seus filhos.

Contudo, com o tempo, foi ficando claro que o uso excessivo de celulares em casa também tem impacto no desempenho acadêmico, como apontado por estudos como o Pisa de 2023.

O papel das tecnologias na educação do futuro

Apesar das restrições impostas pela nova legislação, muitos educadores acreditam que os celulares podem ser uma ferramenta valiosa para o aprendizado.

Em algumas escolas, os dispositivos são utilizados em atividades pedagógicas, como produção de conteúdo e pesquisa. Para esses profissionais, o problema não está no uso do celular em si, mas na ausência de mediação pedagógica adequada.

A proposta é demonstrar que o celular pode ser uma ferramenta poderosa de aprendizado, além de ser uma fonte de entretenimento. Em vez de proibir o uso, defende-se a preparação dos educadores para utilizá-lo de forma consciente e produtiva.

A formação de hábitos digitais saudáveis

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Imagem: gpointstudio / Freepik

Enquanto isso, iniciativas como o Movimento Desconecta, criado por um grupo de mães, buscam sensibilizar as famílias sobre o impacto da tecnologia na saúde mental dos jovens. O movimento defende a ideia de limitar o uso de celulares antes dos 13 anos e adiar a entrada nas redes sociais até os 16.

A proposta visa criar uma abordagem mais equilibrada, onde tanto as famílias quanto as escolas compartilham a responsabilidade de cuidar da saúde digital dos estudantes.

O que diz a nova lei?

A nova lei é clara: o uso de celulares é proibido em sala de aula, durante o recreio e no intervalo entre as aulas, para todas as etapas de ensino.

Entretanto, os aparelhos poderão ser utilizados para fins pedagógicos ou didáticos, desde que autorizados pelos profissionais da educação.

Ademais, a legislação prevê exceções para situações específicas, como garantir acessibilidade, inclusão ou atender a condições de saúde dos estudantes.

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