Após governo recuar, mais de 200 instituições financeiras seguem sem obrigação de enviar dados do Pix

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Após uma grande pressão nas redes sociais e a disseminação de fake news, o governo brasileiro decidiu recuar nas regras de fiscalização sobre as movimentações financeiras via Pix, deixando mais de 200 instituições financeiras isentas de repassar os dados à Receita Federal. Isso inclui empresas de pagamentos digitais e fintechs, que agora não precisarão mais enviar informações detalhadas sobre transações financeiras de seus clientes, ao contrário do que era previsto no início deste ano.

A mudança nas regras

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Imagem: Freepik/ Edição: Seu Crédito Digital

Inicialmente, o governo havia proposto que empresas financeiras, incluindo as fintechs e as instituições de pagamento, enviariam dados de transações via Pix para o Fisco, caso o valor mensal de movimentação ultrapassasse R$ 5 mil para pessoas físicas e R$ 15 mil para empresas. Entretanto, diante da pressão pública, essa medida foi revista, e as regras de fiscalização foram flexibilizadas.

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Embora essa obrigação de repassar os dados tenha sido revogada, o governo explicou que a maioria das empresas já fornece esses dados de forma voluntária. Além disso, a Receita Federal manterá a fiscalização sobre os grandes bancos, que continuam obrigados a reportar informações sobre transações acima dos limites estabelecidos para pessoas físicas e empresas.

O papel das fintechs e instituições de pagamento

O recuo no envio de dados do Pix se aplica principalmente às fintechs e às instituições de pagamento, que desempenham um papel fundamental na modernização dos serviços financeiros no Brasil. Essas empresas, que incluem grandes nomes como Mercado Pago, Nubank, PicPay, PagSeguro e Shopee, não são bancos, mas viabilizam transações financeiras, como compras e transferências via Pix, entre outros serviços.

O impacto nas empresas financeiras

A decisão de não exigir o envio de dados dessas empresas alivia uma carga regulatória, especialmente para aquelas que lidam com um grande número de transações de baixo valor. A medida foi vista como uma tentativa de proteger as fintechs e pequenas empresas, que têm clientes com movimentações financeiras menores, mas com grande volume de operações.

Por outro lado, os grandes bancos, como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica, continuam obrigados a repassar dados sobre movimentações financeiras que ultrapassam os limites de R$ 2 mil para pessoas físicas e R$ 6 mil para empresas. A Receita Federal argumenta que esses valores são mais relevantes para a fiscalização fiscal.

O objetivo da ampliação da fiscalização

O governo justificou a ampliação da fiscalização como uma medida para identificar contribuintes que não tinham acesso a bancos tradicionais, mas que passaram a utilizar as fintechs e instituições de pagamento para realizar transações financeiras. Essas empresas se tornaram uma solução para muitos pequenos empreendedores que não conseguiam acessar serviços bancários convencionais.

Mauro Silva, presidente da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco), comentou sobre os objetivos da medida. Segundo ele, o governo estava tentando identificar pessoas que, embora não estivessem em conformidade com as regras fiscais, poderiam ser orientadas a se regularizar. Silva destacou, entretanto, que pequenos empresários não precisavam se preocupar, pois a fiscalização se concentraria em casos mais relevantes.

Pequenos empreendedores e a mudança nas regras

Muitos pequenos empresários, especialmente aqueles que atuam como microempreendedores individuais (MEIs), se sentiram impactados pela possibilidade de fiscalização mais rigorosa. No entanto, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, explicou que o foco da fiscalização não seria em empreendedores de baixo valor financeiro, mas sim em orientar aqueles que ainda não estavam regularizados, como MEIs sem formalização.

A mudança foi positiva para muitos pequenos negócios, que agora podem operar com mais tranquilidade, sem a pressão de ter que fornecer dados detalhados de suas movimentações financeiras.

A medida provisória e o impacto sobre a tributação do Pix

Em paralelo ao recuo sobre a fiscalização, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva editou uma medida provisória que assegura que transferências realizadas por meio do Pix não serão tributadas ou terão qualquer tipo de sobretaxa. Essa medida busca garantir que o Pix seja tratado da mesma forma que o dinheiro em espécie, sem custos adicionais para os usuários.

A medida também visa estabilizar o uso do Pix, que se tornou uma ferramenta financeira essencial para milhões de brasileiros, desde grandes varejistas até pequenos empreendedores.

O futuro da fiscalização do Pix

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Imagem: Freepik/ Edição: Seu Crédito Digital

Com a revogação das novas regras, muitos questionamentos surgem sobre o futuro da fiscalização do Pix. A Receita Federal, ao longo do tempo, parece querer automatizar os processos de fiscalização e regularização das movimentações financeiras de baixo valor. A medida visa facilitar o processo para os cidadãos e empresas que ainda não estão totalmente formalizados.

No entanto, a pressão pública e as críticas nas redes sociais mostraram que a sociedade está cada vez mais atenta às decisões do governo sobre o controle financeiro digital. O recuo, que já foi visto como uma vitória para as fintechs e para os pequenos empresários, levanta uma série de questões sobre a eficiência e a transparência na fiscalização das novas formas de pagamento.

Considerações finais

Com o recuo do governo, as fintechs e instituições de pagamento, que operam no Pix, não precisarão mais enviar dados detalhados sobre as movimentações financeiras de seus clientes à Receita Federal. Embora as grandes instituições bancárias sigam com a obrigação de repassar esses dados, as mudanças nas regras de fiscalização têm o potencial de beneficiar muitos pequenos empreendedores e clientes que fazem uso do sistema de pagamentos digitais, sem a imposição de uma carga tributária excessiva.

A medida também garante que o Pix continue sendo tratado como uma forma de pagamento igual ao dinheiro em espécie, sem a necessidade de tributação adicional, dando mais liberdade aos usuários dessa plataforma de pagamento inovadora. O cenário, no entanto, continua a evoluir, e a sociedade e os setores financeiros devem permanecer atentos às novas alterações na legislação sobre o tema.

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