Golpes com Pix vão causar prejuízo bilionário aos brasileiros; saiba mais

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Uma projeção divulgada na última terça-feira (21) pela ACI Worldwide, em parceria com a GlobalData, estima que golpes financeiros envolvendo o Pix podem gerar prejuízos anuais de até R$ 11 bilhões (US$ 1,937 bilhão) no Brasil até 2028. O estudo destaca um crescimento de 39% nas fraudes em relação aos R$ 2,2 bilhões registrados em 2023, marcando o Brasil como o país com maior avanço entre os seis analisados — Estados Unidos, Reino Unido, Índia, Austrália, Emirados Árabes Unidos e Brasil.

O relatório revela que o Brasil será responsável por 25% do total global de perdas causadas por fraudes em pagamentos instantâneos, cujas cifras podem ultrapassar US$ 7,6 bilhões (R$ 44 bilhões) em todo o mundo.

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Imagem: Freepik/ Edição: Seu Crédito Digital

Os tipos de golpes mais comuns no Brasil

De acordo com a pesquisa, os golpes mais prevalentes entre os brasileiros estão relacionados a táticas de engenharia social, em que os criminosos exploram a confiança da vítima para induzi-la a transferir dinheiro voluntariamente.

Principais modalidades de golpes:

  1. Golpe da venda de produtos inexistentes (22%)
    • A vítima paga por algo que nunca será entregue.
  2. Fraudes com investimentos (21%)
    • Promessas de retornos financeiros irreais ou falsas oportunidades de lucro.
  3. Pagamentos antecipados (17%)
    • Transferências feitas para garantir serviços ou produtos fraudulentos.

A influência da urgência nas fraudes

Uma característica comum nas fraudes com Pix é o uso de senso de urgência para pressionar a vítima a agir rapidamente.

“No caso da urgência, o criminoso trabalha para convencer a pessoa a desligar as próprias proteções. Um exemplo comum é uma promoção imperdível em que o pagamento precisa ser feito nos próximos minutos via Pix”, explica Cleber Martins, líder de Inteligência de Pagamentos e Soluções de Risco da ACI Worldwide.

A evolução dos golpes: Engenharia social e inteligência artificial

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Imagem: Freepik/ Edição: Seu Crédito Digital

A pesquisa alerta que a combinação de engenharia social com o uso de inteligência artificial (IA) está tornando os golpes mais sofisticados.

Como a IA está sendo usada pelos criminosos:

  • Recriação de voz e imagem: Usando IA generativa, golpistas conseguem imitar a voz de conhecidos das vítimas.
  • Chamadas falsas em vídeo: Simulações realistas para reforçar a credibilidade da fraude.
  • Abordagens mais persuasivas: A tecnologia permite criar mensagens e conteúdos extremamente convincentes.

“O que eles estão fazendo com a IA é recriar a voz, a imagem e até fazer chamadas em vídeo se passando por pessoas conhecidas, como pais ou filhos”, detalha Cleber Martins.

Impacto nos bancos e consumidores

As fraudes com Pix não geram apenas perdas financeiras imediatas. Segundo o relatório, 25% das vítimas de golpes indicam que abandonariam a conta bancária comprometida, representando um risco significativo à confiança dos clientes nos bancos e na segurança do sistema financeiro.

“Isso representa um risco significativo a longo prazo para a receita e a confiança dos clientes, algo que os bancos brasileiros precisam considerar em suas estratégias”, aponta o estudo.

Medidas para mitigar fraudes com Pix

O Banco Central e as instituições financeiras têm implementado diversas ações para minimizar os impactos das fraudes:

Medidas adotadas:

  1. Limites de transferência: Restrições nos valores transacionados em horários específicos.
  2. Verificação de dispositivos: Análise de comportamento e validação de dispositivos usados nas transações.
  3. Alertas de segurança: Notificações automáticas para transferências consideradas suspeitas.

O papel da inteligência artificial na prevenção

Enquanto a IA está sendo utilizada por criminosos, a mesma tecnologia pode ser aliada dos bancos:

  • Monitoramento em tempo real: Análise de dados de transações para identificar comportamentos suspeitos.
  • Colaboração entre instituições: Compartilhamento de alertas de fraudes sem expor dados sensíveis dos clientes.

“A próxima geração de IA vai permitir que os bancos aprendam juntos, em tempo real, quando os alertas de fraudes acontecerem. Isso fortalecerá a segurança contra golpes”, destaca Martins.

Como se proteger contra golpes com Pix

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Imagem: Freepik/ Edição: Seu Crédito Digital

Embora as instituições financeiras estejam trabalhando para melhorar a segurança, é fundamental que os consumidores também adotem medidas preventivas.

Dicas para evitar fraudes com Pix:

  1. Desconfie de mensagens com senso de urgência
    • Golpistas usam táticas para pressionar a vítima a agir rapidamente.
  2. Verifique sempre a identidade do solicitante
    • Entre em contato diretamente com a pessoa ou empresa antes de realizar uma transferência.
  3. Evite clicar em links suspeitos
    • Links enviados por SMS, e-mails ou aplicativos de mensagem podem direcionar para páginas fraudulentas.
  4. Habilite notificações no app do banco
    • Receba alertas para monitorar movimentações na sua conta em tempo real.
  5. Atualize os dados de segurança no banco
    • Certifique-se de que suas informações de contato e senhas estão protegidas.

Considerações finais

Os golpes financeiros com Pix representam um desafio crescente no Brasil e no mundo. Com a projeção de prejuízos de até R$ 11 bilhões até 2028, é essencial que consumidores e bancos trabalhem juntos para mitigar os impactos das fraudes.

A combinação de educação financeira, tecnologia avançada e medidas preventivas pode ajudar a reduzir os danos causados por golpistas, preservando a confiança no sistema de pagamentos instantâneos, que já transformou a forma como os brasileiros lidam com suas finanças.

Para os usuários, o recado é claro: esteja sempre atento, desconfie de abordagens incomuns e utilize os recursos de segurança disponíveis. O Pix trouxe praticidade, mas a segurança continua sendo a prioridade número um.

Imagem: Freepik/ Edição: Seu Crédito Digital 

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