Por que o real desvalorizou tanto frente ao dólar? Veja as causas e projeções para 2025

Dólar

O dólar fechou a R$ 6,12 na última quinta-feira (19/12), após atingir o recorde de R$ 6,30 durante o dia. Esse aumento marca o terceiro dia consecutivo em que a moeda americana ultrapassa a marca de R$ 6,20, consolidando o real como a moeda mais desvalorizada entre as principais do mundo em 2024.

A alta reflete uma combinação de fatores globais, como o fortalecimento da economia dos Estados Unidos e a reeleição de Donald Trump, além de desafios internos no Brasil, como inflação elevada e incertezas fiscais. Neste artigo, exploramos as razões por trás dessa disparada, os impactos no mercado e o que esperamos para 2025.

Leia mais:

Trump promete até US$ 500 bilhões em infraestrutura para avanço da IA

Alta do dólar: o que está por trás dos registros?

Dólar
Imagem: rafastockbr / shutterstock.com

Na quinta-feira (19/12), o dólar caiu R$ 6,30 durante a sessão, mas recuperou para R$ 6,12 depois que o Banco Central realizou dois leilões de US$ 8 bilhões. Este é o terceiro dia consecutivo que a moeda americana ultrapassa a marca de R$ 6,20 , consolidando-se como um dos maiores registros cambiais de 2024.

Essa disparada destaca o real como a moeda mais desvalorizada entre as 20 mais negociadas do mundo, em um cenário global de valorização do dólar, pressão econômica interna e incertezas políticas.

Por que o dólar está tão alto?

A valorização do dólar no mundo

O fortalecimento do dólar não é um sinal isolado no Brasil, mas faz parte de um movimento global impulsionado por:

  • Alta dos juros nos EUA: O Federal Reserve (Fed) elevou os juros básicos para conter a inflação, tornando os títulos americanos mais atrativos para investidores.
  • Demanda por dólar: Os investidores retiram capital de mercados emergentes, aumentando a pressão sobre moedas locais, como o real.
  • Força da economia americana: Dados econômicos positivos nos EUA reforçam a confiança no dólar como ativo seguro.

A influência das políticas de Donald Trump

A reeleição de Donald Trump em novembro trouxe incertezas adicionais ao cenário global. Seu plano econômico inclui medidas protecionistas, como aumento de tarifas comerciais e corte de impostos, que podem fortalecer ainda mais o dólar no curto prazo, mesmo que isso vá contra seu desejo declarado de enfraquecer a moeda americana.

O impacto da inflação e da política econômica no Brasil

Inflação em alta

No Brasil, a inflação tem superado a meta de 4,5%, chegando a 4,87% nos 12 meses até novembro. Esse cenário é agravado por:

  • Dúvidas sobre o controle fiscal: O mercado questiona se o pacote fiscal anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, será suficiente para equilibrar as contas públicas.
  • Aumento da taxa Selic: O Banco Central elevou a Selic para 12,25% ao ano, buscando conter a inflação.

Desvalorização do real

O real desvalorizou-se 21% ao longo de 2024, passando de R$ 4,85 em janeiro para R$ 6,12 em dezembro. Essa tendência reflete tanto os desafios econômicos internos quanto a influência de fatores globais.

Como o Banco Central está reagindo?

Dólar
Imagem: Brenda Rocha – Blossom /Shutterstock.com

Leilões de dólares

O Banco Central fez dois leilões de US$ 8 bilhões para conter a alta do dólar. Essas intervenções visam estabilizar o câmbio e reduzir a volatilidade no mercado.

Comunicação com o mercado

Além dos leilões, o Banco Central tem mantido diálogo com investidores para fortalecer a confiança na política monetária e nas medidas de controle fiscal.

O que esperar do dólar em 2025?

Tendências globais

A trajetória do dólar dependerá de fatores como:

  • Cortes de juros nos EUA: Embora iniciadas em setembro, as cortes estão acontecendo de forma lenta, o que pode manter o dólar forte.
  • Crescimento econômico global: Previsões de recuperação econômica nos EUA podem continuar fortalecendo a moeda americana.

Perspectivas para o real

No Brasil, as expectativas para 2025 indicam uma possível estabilização do câmbio, com o dólar em torno de R$ 5,85 , segundo o Boletim Focus. No entanto, isso dependerá de avanços nas reformas económicas e de um cenário global mais favorável.

Considerações Finais

A alta do dólar reflete uma combinação de fatores globais e domésticos. No cenário internacional, a força da economia americana e as políticas de Donald Trump impulsionam a valorização da moeda. Internamente, a inflação alta e as incertezas fiscais agravaram a desvalorização do real.

Para 2025, a estabilização do câmbio dependerá de medidas concretas para equilibrar as contas públicas no Brasil e de uma política econômica menos agressiva nos Estados Unidos. Até lá, o dólar deve continuar sendo uma inflação da confiança no mercado financeiro global e na economia brasileira.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.