Bolsa Família e BPC/LOAS no mesmo endereço: há risco de perder os benefícios?

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O Brasil conta com dois importantes pilares de transferência de renda voltados para pessoas em situação de vulnerabilidade: o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Ambos são cruciais para proporcionar segurança financeira e melhorar a qualidade de vida de milhões de cidadãos.

Ambos os programas têm objetivos semelhantes: combater a pobreza, garantir a proteção social e proporcionar uma rede de assistência para aqueles que mais precisam. Porém, cada um deles é destinado a diferentes públicos e segue critérios específicos para a concessão dos benefícios.

Recentemente, mudanças legislativas passaram a permitir que famílias beneficiadas pelo BPC possam também receber o Bolsa Família, desde que cumpram os critérios exigidos. Essa mudança trouxe um alívio para muitos brasileiros, pois ampliou a proteção social, mas também gerou dúvidas quanto aos riscos de perda dos benefícios quando acumulados no mesmo endereço.

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O que é o Benefício de Prestação Continuada (BPC)?

BPC
Imagem: Freepik e Canva

Previsto na Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), o BPC é destinado a idosos com 65 anos ou mais e pessoas com deficiência que comprovem estar em situação de vulnerabilidade social. Esse benefício é essencial para garantir uma renda mínima a pessoas que, por diversas razões, não conseguem se sustentar.

Requisitos para receber o BPC

Para ser contemplado pelo BPC, é necessário que o beneficiário atenda a uma série de requisitos:

  • Idosos: Ter 65 anos ou mais.
  • Pessoas com deficiência: Passar por uma perícia médica e uma análise socioeconômica detalhada.
  • Renda familiar per capita: A renda de cada pessoa da família deve ser inferior a 1/4 do salário mínimo vigente.
  • Cadastro: É obrigatório estar inscrito no Cadastro Único (CadÚnico), que é o sistema responsável por organizar as informações sobre as famílias de baixa renda no Brasil.

O valor do BPC é de um salário mínimo mensal, e ele tem como objetivo garantir a subsistência de quem não tem outra fonte de renda. Para as pessoas com deficiência, a análise não se restringe apenas à questão financeira, mas também leva em consideração as limitações impostas pela deficiência, com base em perícias médicas.

Bolsa Família: Combate à Pobreza

O Bolsa Família é o principal programa de transferência de renda do governo federal, voltado para atender famílias em situação de pobreza e extrema pobreza. Seu objetivo é garantir uma base de segurança financeira para famílias que, de outra forma, estariam vulneráveis a crises econômicas, dificuldades para acessar serviços básicos e outros desafios da vida cotidiana.

Benefícios do Bolsa Família

Para se qualificar ao Bolsa Família, a renda familiar per capita deve ser de até R$ 218 mensais, o que abrange uma grande parte da população brasileira em situação de vulnerabilidade.

Além de garantir um valor mínimo de R$ 600 por família, o Bolsa Família oferece benefícios adicionais:

  • R$ 150 para cada criança de até 6 anos;
  • R$ 50 para gestantes e adolescentes entre 7 e 17 anos;
  • R$ 50 para nutrizes (mulheres com crianças de até 6 meses).

Esses valores adicionais são destinados a proporcionar uma assistência mais direcionada a diferentes necessidades dentro da família, como cuidados infantis e apoio para mulheres no pós-parto. Os pagamentos são realizados pela Caixa Econômica Federal, e o beneficiário pode acessar o dinheiro por meio de agências bancárias, casas lotéricas ou até mesmo pelo aplicativo Caixa Tem, que permite movimentar os valores de maneira mais prática.

Mudanças na Legislação: Acúmulo de Benefícios

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Imagem: Freepik/ Edição: Seu Crédito Digital

A aprovação da Lei nº 14.601, de 2023, trouxe uma mudança importante para as famílias que já recebiam o BPC. Agora, o valor do BPC não é mais considerado como parte da renda familiar para o cálculo de elegibilidade ao Bolsa Família. Isso significa que as famílias que já recebem o BPC, desde que cumpram os outros critérios de renda e cadastro, podem se inscrever no Bolsa Família e garantir acesso aos benefícios adicionais.

Acúmulo de benefícios no mesmo endereço

Antes dessa alteração legislativa, o acúmulo do BPC com o Bolsa Família era uma possibilidade limitada e, em alguns casos, até proibida. Com a mudança na legislação, o acúmulo é agora permitido, mesmo quando mais de uma pessoa na mesma residência recebe o BPC. Essa mudança representa um avanço importante, pois amplia a cobertura dos dois programas e garante maior proteção para as famílias em situação de vulnerabilidade.

Além disso, é importante ressaltar que a possibilidade de acumular os benefícios sem riscos de perder um deles é uma das principais vantagens dessa mudança. O governo federal, por meio dessa alteração, busca oferecer mais apoio e dignidade para as famílias que estão em uma situação de vulnerabilidade extrema.

Evite o Cancelamento dos Benefícios

Embora a possibilidade de acumular o Bolsa Família e o BPC seja um avanço significativo, é necessário que as famílias atendam a todos os critérios de elegibilidade e mantenham seus dados atualizados para evitar o cancelamento dos benefícios.

Atualização no CadÚnico

O Cadastro Único é um sistema fundamental para a concessão de ambos os benefícios. Ele deve ser mantido atualizado a cada dois anos ou sempre que houver mudanças na composição familiar, endereço ou situação financeira. A falta de atualização no CadÚnico pode resultar em cortes nos benefícios, prejudicando as famílias que dependem dessa assistência.

Pente-fino no CadÚnico

O governo federal realiza periodicamente um pente-fino nos cadastros para verificar se há irregularidades. Por isso, é essencial que as informações cadastradas sejam corretas e atualizadas, para garantir que o beneficiário continue recebendo os programas de forma regular.

Como Solicitar os Benefícios

Cadastro no Bolsa Família

O responsável pela família deve realizar a inscrição no CadÚnico em uma unidade do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS). São necessários documentos como:

  • CPF e RG de todos os membros da família;
  • Comprovante de residência;
  • Comprovantes de renda, caso aplicável.

Após a inscrição, os dados serão analisados pelo governo, e, se tudo estiver correto, o benefício será concedido de acordo com o cronograma do programa.

Solicitação do BPC

Já o BPC pode ser solicitado de duas maneiras: pelo aplicativo Meu INSS ou diretamente em uma agência da Previdência Social. Para pessoas com deficiência, é obrigatória a realização de uma perícia médica, que pode ser agendada pelo INSS. Dependendo do caso, também podem ser solicitados documentos como laudos médicos e receitas.

Imagem: Marcelo Camargo / Agência Brasil

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