Trump proíbe que FED, Banco Central dos EUA, crie moeda digital

Donald Trump Tiktok

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou na quinta-feira, 23 de janeiro, um decreto que proíbe o Federal Reserve (Fed) de desenvolver ou promover uma moeda digital emitida por um banco central, também conhecida como CBDC. A decisão marca uma mudança significativa na abordagem do governo americano em relação à digitalização da moeda, reforçando uma posição crítica às moedas digitais emitidas por governos.

Além da proibição, o decreto ordena que qualquer trabalho relacionado à criação de uma CBDC seja interrompido imediatamente. Essa medida surge em um momento em que o Fed havia iniciado estudos preliminares sobre a possibilidade de um dólar digital, embora sem avanços concretos.

Leia mais:

Nubank prevê efeito positivo de governo Trump e quer ampliar crédito

Trump
Imagem: Evan El-Amin/shutterstock.com

O debate sobre o dólar digital

Contexto e posições divergentes

A possibilidade de um dólar digital foi explorada durante o governo do ex-presidente Joe Biden, que via o projeto como uma oportunidade de modernizar o sistema financeiro e aumentar a competitividade dos EUA no mercado global. No entanto, Biden também reconhecia os riscos potenciais, como impactos na privacidade e na estabilidade financeira.

Por outro lado, o Federal Reserve sempre demonstrou ceticismo em relação ao tema. Em março de 2024, o presidente do banco central, Jerome Powell, declarou que o Fed estava “muito longe” de implementar um dólar digital, indicando que a instituição via mais desafios do que benefícios na adoção de uma CBDC.

O que o decreto de Trump determina

O decreto de Trump vai além de simplesmente vetar a criação de uma moeda digital pelo Fed. Entre as principais determinações, estão:

  1. Proibição explícita: O Fed está impedido de “criar, emitir ou promover uma moeda digital proveniente de um banco central”.
  2. Interrupção imediata de trabalhos: Todo esforço relacionado à pesquisa ou desenvolvimento de uma CBDC deve ser encerrado.
  3. Promoção das criptomoedas: Um grupo de trabalho será formado para analisar o mercado de criptomoedas e apresentar propostas ao Congresso e ao presidente, com o objetivo de fortalecer o setor nos EUA.

O lançamento da criptomoeda $TRUMP

Em paralelo à proibição do dólar digital, Donald Trump anunciou o lançamento de sua própria criptomoeda, chamada $TRUMP, em 17 de janeiro, três dias antes de reassumir a presidência.

Características da $TRUMP

  • Tipo: Classificada como uma “meme coin”, ou seja, uma criptomoeda que se baseia na popularidade de uma pessoa ou fenômeno viral.
  • Lançamento inicial: Introduzida ao mercado a US$ 7 (cerca de R$ 42).
  • Valorização: Em poucos dias, o preço da moeda disparou para US$ 34,72 (cerca de R$ 210).
  • Valor de mercado: Avaliada em US$ 6,94 bilhões (R$ 41,2 bilhões) até a tarde de quinta-feira, 23.

A criação da $TRUMP reflete uma estratégia de Trump para consolidar sua base de apoio e diversificar as opções financeiras dentro dos EUA, aproveitando a crescente popularidade das criptomoedas.

Criptomoedas nos EUA: oportunidades e desafios

bitcoin
Imagem: Freepik/ Edição: Seu Crédito Digital

Fortalecimento do setor

O decreto de Trump busca impulsionar o mercado de criptomoedas, promovendo inovação e competitividade nos EUA. A criação de um grupo de trabalho para apresentar propostas sobre o tema reforça o compromisso do governo em criar um ambiente favorável para o desenvolvimento desse mercado.

Críticas e preocupações

Apesar da visão otimista, críticos apontam que a ausência de um dólar digital pode colocar os EUA em desvantagem em relação a países como a China, que já lançou o yuan digital. Além disso, especialistas destacam riscos como:

  • Falta de regulamentação robusta: Criptomoedas ainda enfrentam desafios legais.
  • Volatilidade: Moedas como a $TRUMP, classificadas como “meme coins”, podem sofrer grandes flutuações de preço.

Comparação entre CBDCs e criptomoedas

CBDCs

  • Emitidas e reguladas por um banco central.
  • Oferecem maior controle e estabilidade.
  • Podem ameaçar a privacidade dos usuários devido ao rastreamento governamental.

Criptomoedas

  • Descentralizadas, sem controle de uma autoridade central.
  • Promovem liberdade financeira, mas enfrentam volatilidade e riscos de segurança.

Com a proibição das CBDCs nos EUA, Trump deixa claro seu posicionamento favorável às criptomoedas descentralizadas, um contraste com a visão de outros países que buscam equilibrar ambas as opções.

O impacto global da decisão

A proibição do dólar digital pode ter repercussões globais, afetando não apenas o mercado financeiro dos EUA, mas também sua posição como líder econômico.

Estados Unidos

  • Vantagens: Promoção da inovação no setor de criptomoedas e fortalecimento do mercado financeiro privado.
  • Desvantagens: Risco de perder competitividade em relação a países que adotam CBDCs.

Outros países

A decisão de Trump pode influenciar debates globais sobre moedas digitais, incentivando governos a reavaliar suas estratégias financeiras e tecnológicas.

O futuro das finanças nos EUA

eua
Imagem: JuiceCo / shutterstock.com – Edição: Seu Crédito Digital

O decreto de Trump marca um momento decisivo para o sistema financeiro americano. Ao proibir a criação de um dólar digital e lançar uma criptomoeda própria, ele redefine o papel das moedas digitais no país.

Próximos passos

O sucesso da $TRUMP e a eficácia do grupo de trabalho formado pelo governo serão fundamentais para determinar se essa estratégia fortalecerá a posição dos EUA no cenário global ou criará novas vulnerabilidades econômicas.

Considerações finais

A proibição de um dólar digital pelo governo Trump é uma decisão polêmica que reflete uma visão clara de priorizar o mercado de criptomoedas sobre as moedas digitais emitidas por bancos centrais. O lançamento da $TRUMP simboliza a tentativa de consolidar essa nova abordagem financeira, ao mesmo tempo em que busca fortalecer a economia digital dos EUA.

O impacto dessa decisão será observado nos próximos meses, tanto no mercado financeiro interno quanto nas relações econômicas globais. Independentemente do desfecho, fica evidente que o futuro das finanças está cada vez mais conectado à tecnologia e à inovação.

Imagem: touseefmalik6659 / Freepik

Adicionar aos favoritos o Link permanente.