Estudo da Fiocruz aponta que Bolsa Família reduziu mortalidade por transtornos mentais

Janeiro Branco

Um estudo recente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) trouxe à tona um importante achado sobre o impacto do programa Bolsa Família na saúde mental da população brasileira.

De acordo com a pesquisa publicada na revista científica PLOS Medicine, a transferência de renda tem demonstrado efeitos significativos na redução da mortalidade entre pessoas diagnosticadas com transtornos mentais.

O estudo analisou dados de cerca de 70 mil pacientes e revelou que o programa contribuiu para uma diminuição de até 11% na mortalidade por causas naturais, como doenças cardiovasculares e respiratórias.

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A pesquisa: impactos do Bolsa Família na mortalidade

Projeto de Lei Bolsa Família
Imagem: rafapress / Shutterstock.com

Conduzido pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs), o estudo comparou a mortalidade entre indivíduos que receberam o benefício do Bolsa Família e aqueles que não foram contemplados pelo programa, após hospitalização por transtornos mentais.

A pesquisa abrangeu o período de 2008 a 2015, destacando que os beneficiários do programa apresentaram uma redução significativa na mortalidade por causas naturais e uma diminuição global de 7% na taxa de mortalidade.

O programa e suas condições de acesso à saúde

Camila Bonfim, coordenadora da pesquisa, enfatizou a importância dos pré-requisitos do programa, como a exigência de acompanhamento na saúde e educação.

Segundo Bonfim, “esses impactos na redução da mortalidade por causas naturais como doenças cardiovasculares, cânceres, doenças respiratórias e outras coisas, mostram como o programa promoveu um melhor acesso a serviços de atenção primária e exames de rotina, já que uma das condições para receber o benefício é esse acompanhamento.”

Isso se reflete na melhoria do acompanhamento de doenças crônicas, que são fatores cruciais na diminuição das taxas de mortalidade entre os beneficiários.

Resultados significativos em jovens e mulheres

Mulher com mãos tampando o rosto, sentada em um escritório em frente a um computador
Imagem: Martin Lauge Villadsen / Shutterstock.com

O estudo também revelou que os efeitos positivos foram mais evidentes entre jovens e mulheres. Entre pacientes de 10 a 24 anos, a mortalidade por causas naturais caiu 44%, e a mortalidade total teve uma redução de 21%.

Para as mulheres, as taxas de diminuição foram de 27% para a mortalidade por causas naturais e 25% na mortalidade total. Esses números reforçam o impacto do Bolsa Família no aumento da qualidade de vida e da longevidade dessa população.

A redução da mortalidade e seus benefícios sociais

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Imagem: Pormezz/ Shutterstock.com

Além de melhorar a saúde física, o Bolsa Família também promove benefícios sociais.

O estudo sugere que, se o programa fosse estendido a todos os pacientes hospitalizados com transtornos psiquiátricos, pelo menos 4% das mortes poderiam ser evitadas.

A pesquisa destacou que programas de transferência de renda têm se mostrado eficazes em aumentar a segurança financeira e reduzir a tensão nas famílias, fatores que influenciam diretamente na saúde mental e nas taxas de mortalidade.

Confira o estudo completo aqui.

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