Brasileiros deportados relatam agressões e Itamaraty pedirá explicação aos Estados Unidos

Brasileiros deportados dos Estados Unidos após a posse do presidente Donald Trump denunciaram as condições precárias enfrentadas na viagem de retorno ao país. De acordo com os relatos, os passageiros foram tratados com agressividade pelos agentes de imigração e chegaram a ser algemados. O avião chegou ao Aeroporto Internacional de Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, na noite desse sábado (25). A diplomacia brasileira informou que irá pedir explicações ao governo norte-americano.

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Em conversa com o g1, a empresária Sandra Pereira de Souza, de 36 anos, disse que os problemas se estendiam desde as agressões até o avião, que apresentava problemas no funcionamento. Ela viajou junto com o marido, Alisdete Gonçalves dos Santos, 49, e os dois filhos.

“Um inferno, uma tortura desde que saímos da Louisiana. Deu para perceber que o avião tinha algum problema. Acho que foi uma falta de compromisso deles com os seres humanos, a gente estava morrendo de medo de morrer”.

Sandra continua o relato dizendo que foi enganada pelos agentes norte-americanos. A família saiu de casa acreditando que iria para uma reunião com a imigração, mas não voltaram.

O casal comentou ainda que imigrou ilegalmente há três anos, mas que cumpriam com as determinações do Estado desde então. Eles deixam para trás uma empresa, a casa e um carro.

Brasileiros algemados

A informação sobre os brasileiros algemados foi divulgada pelo diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues. O voo com 79 passageiros que iria para o Aeroporto de Confins precisou fazer um pouso de emergência em Manaus, no Amazonas, na noite desta sexta-feira (24), devido a problemas técnicos.

Após a aterrissagem em solo brasileiro, a Polícia Federal proibiu que os brasileiros fossem novamente detidos pelas autoridades americanas. Em nota, o Governo Federal informou que a medida garante a “soberania brasileira em território nacional”.

“Ao tomar conhecimento da situação, o Presidente Lula determinou que uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) fosse mobilizada para transportar os brasileiros até o destino final, de modo a garantir que possam completar a viagem com dignidade e segurança”, continua o comunicado.

“O Ministério da Justiça e Segurança Pública enfatiza que a dignidade da pessoa humana é um princípio basilar da Constituição Federal e um dos pilares do Estado Democrático de Direito, configurando valores inegociáveis”, completa.

Itamaraty pedirá explicações

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, se reuniu com agentes da Polícia Federal e da FAB (Força Aérea Brasileira) na noite deste sábado (25) para conversar sobre o transporte dos brasileiros deportados dos EUA. Estiveram presentes o o delegado Sávio Pinzón, superintendente interino da Polícia Federal no Amazonas, e o major-brigadeiro Ramiro Pinheiro, comandante do 7º Comando Aéreo Regional.

Nas redes sociais, o Itamaraty frisou que o Brasil pedirá “explicações ao governo norte-americano sobre o tratamento degradante dispensado aos passageiros no voo”.

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