Idosos são isentos de dívidas? Entenda como funciona

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No Brasil, os idosos possuem uma série de direitos garantidos por leis que visam proteger sua qualidade de vida, dignidade e segurança financeira. Entre esses direitos, destaca-se a proteção contra o superendividamento, uma realidade enfrentada por muitos aposentados e pensionistas do INSS que, por diversas razões, acumulam dívidas que comprometem sua subsistência.

Para enfrentar esse problema, foi criada a Lei do Superendividamento. Essa legislação tem como objetivo principal promover a renegociação de débitos de forma justa, protegendo indivíduos e famílias em situação de vulnerabilidade financeira.

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Imagem: fizkes / shutterstock.com

O que é a Lei do Superendividamento?

A Lei do Superendividamento, sancionada em 2021, foi criada para auxiliar pessoas que acumulam dívidas excessivas e não conseguem quitá-las sem prejudicar suas necessidades básicas.

Essa lei é uma ferramenta de proteção ao consumidor e estabelece regras para renegociação de dívidas, buscando evitar abusos por parte de instituições financeiras e outras empresas.

Quem pode se beneficiar?

Para utilizar os recursos da Lei do Superendividamento, o devedor deve atender aos seguintes critérios:

  • Boa-fé na contratação das dívidas: É necessário comprovar que os débitos foram contraídos sem má intenção ou fraude.
  • Renda insuficiente: Demonstrar que a renda mensal não é suficiente para quitar as dívidas sem prejudicar necessidades básicas, como alimentação, moradia e saúde.

Quais dívidas podem ser renegociadas?

A Lei do Superendividamento abrange diversos tipos de débitos relacionados ao consumo, permitindo que os devedores renegociem suas dívidas de forma que elas não comprometam sua sobrevivência.

Dívidas incluídas

  • Contas de consumo: Água, luz, gás e telefone.
  • Boletos e carnês: Produtos e serviços essenciais.
  • Empréstimos e financiamentos: Contratos com bancos e financeiras.
  • Parcelamentos e crediários: Pagamentos de compras feitas a prazo.

Dívidas não cobertas pela Lei

Alguns tipos de débitos não são contemplados pela Lei do Superendividamento, como:

  • Impostos e tributos em atraso;
  • Multas de trânsito;
  • Pensão alimentícia;
  • Financiamento imobiliário;
  • Crédito rural;
  • Produtos e serviços de luxo.

Essa distinção garante que a lei se concentre nas dívidas que afetam diretamente as condições de vida do devedor, protegendo sua subsistência.

Como funciona o processo de renegociação?

A renegociação de dívidas sob a Lei do Superendividamento pode ser feita por meio de órgãos de proteção ao consumidor, como o Procon, Defensoria Pública, Fóruns ou com auxílio de advogados particulares.

Etapas da renegociação

1. Identificação das dívidas elegíveis

O primeiro passo é listar todas as dívidas e identificar quais são elegíveis para renegociação, com base nos critérios estabelecidos pela lei.

2. Elaboração de um plano de pagamento

Um plano de pagamento deve ser criado, considerando:

  • A renda mensal do devedor;
  • Os gastos essenciais, como moradia, alimentação e saúde;
  • O limite de comprometimento de renda, que não pode ultrapassar 35% do rendimento mensal.

O prazo máximo para quitar as dívidas é de cinco anos.

3. Audiência de conciliação

Uma audiência conciliatória é realizada com os credores, supervisionada por um juiz. O objetivo é negociar condições de pagamento que sejam justas e compatíveis com a situação financeira do devedor.

4. Formalização do acordo

Após a aprovação do plano de pagamento, o acordo é formalizado, garantindo a proteção do devedor contra novas cobranças abusivas ou juros excessivos.

Proteção para idosos e beneficiários do INSS

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Imagem: Freepik/ Edição: Seu Crédito Digital

A Lei do Superendividamento é especialmente importante para idosos, aposentados e pensionistas, pois esses grupos frequentemente enfrentam desafios financeiros, como:

  • Comprometimento de renda: Muitos idosos utilizam grande parte de seus rendimentos para pagar empréstimos consignados.
  • Abusos financeiros: Instituições financeiras podem oferecer crédito de forma irresponsável, sem avaliar a capacidade de pagamento do consumidor.
  • Vulnerabilidade: Pessoas em situação de vulnerabilidade social, como analfabetos ou sem acesso à informação, são mais suscetíveis a endividamentos excessivos.

Benefícios da Lei do Superendividamento

1. Redução de abusos financeiros

A lei estabelece que empresas devem oferecer crédito de forma responsável, avaliando a capacidade de pagamento do consumidor e evitando contratos abusivos.

2. Garantia de subsistência

Ao limitar o comprometimento da renda a 35%, a lei protege o consumidor de perder o acesso a itens básicos, como alimentação e moradia.

3. Recuperação financeira

Com a renegociação de dívidas, os devedores têm a oportunidade de reorganizar suas finanças e retomar o equilíbrio financeiro.

Como prevenir o superendividamento?

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Imagem: Freepik

Além de utilizar os recursos oferecidos pela Lei, é importante adotar boas práticas financeiras para evitar o superendividamento:

Controle de gastos

  • Mantenha um orçamento mensal e registre todas as despesas.
  • Priorize gastos essenciais e evite compras por impulso.

Evite múltiplos empréstimos

  • Antes de contratar crédito, avalie sua capacidade de pagamento.
  • Fuja de propostas com juros muito altos ou condições pouco claras.

Educação financeira

  • Busque informações sobre planejamento financeiro e investimentos.
  • Utilize ferramentas online, como calculadoras de orçamento, para gerenciar melhor suas finanças.

Considerações finais

A Lei do Superendividamento é um avanço significativo na proteção dos direitos dos consumidores brasileiros, especialmente para idosos, aposentados e pensionistas. Ao oferecer ferramentas para renegociação de dívidas, a legislação promove justiça financeira e evita que pessoas em situação de vulnerabilidade comprometam sua subsistência.

Além de conhecer seus direitos, é fundamental adotar boas práticas financeiras para prevenir o superendividamento e garantir uma vida mais tranquila e estável.

Lembre-se: Procurar ajuda em órgãos como Procon ou Defensoria Pública pode ser o primeiro passo para retomar o controle das suas finanças e garantir sua dignidade.

Imagem: Freepik/ Edição: Seu Crédito Digital 

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