Como as multas de condomínio funcionam? Entenda

Sobre uma mesa, há uma maquete de condomínio residencial com dois prédios, árvores e carros estacionados. Em torno da maquete, é possível identificar as mãos de duas pessoas: uma delas aponta para a maquete com o dedo indicador, enquanto a outra faz contas em uma calculadora.

Morar em um condomínio traz a conveniência de dividir custos e responsabilidades em um espaço compartilhado. No entanto, é essencial seguir as regras estabelecidas pela convenção condominial e pelo regimento interno.

Quando essas normas são violadas, os responsáveis podem ser penalizados com multas, que variam conforme a gravidade da infração.

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Pessoa mostrando a maquete de uma casa
Imagem: Orathai Mayoeh / Shutterstock.com

Principais causas de multas em condomínios

As multas de condomínio podem ser aplicadas por diversas razões, desde atraso no pagamento de taxas até comportamentos que prejudiquem a convivência. Veja as principais:

Atraso no pagamento da taxa condominial

  • Multa aplicada: Geralmente, 2% sobre o valor em atraso, conforme o Código Civil.
  • Juros adicionais: Podem ser cobrados mensalmente, conforme estabelecido na convenção.

Infrações às normas internas

Exemplos:

  • Festas ou eventos fora do horário permitido;
  • Mau uso das áreas comuns, como deixar objetos pessoais ou descumprir regras de higiene;
  • Deixar de recolher dejetos de animais de estimação em áreas compartilhadas.

Comportamentos antissociais

Incluem atos que prejudicam a convivência ou geram desconforto, como:

  • Barulho excessivo: Música alta, obras fora do horário permitido ou festas que ultrapassam o limite de som.
  • Agressividade: Discussões, brigas ou ameaças contra vizinhos, funcionários ou visitantes.
  • Atitudes discriminatórias: Ofensas de cunho racial, religioso ou preconceituoso.

Obras irregulares

Modificações realizadas sem autorização do condomínio, como reformas em áreas comuns ou mudanças na estrutura que comprometem a segurança.

Como as multas são calculadas?

Os valores das multas são definidos pela convenção do condomínio e podem variar conforme a gravidade da infração. Algumas orientações gerais incluem:

Infrações simples

Multas podem equivaler a até 5 vezes o valor da taxa condominial.

Atos antissociais

Infrações mais graves, como comportamentos que prejudiquem os demais moradores, podem gerar multas de até 10 vezes o valor da taxa condominial, conforme o artigo 1.337 do Código Civil.

Proporcionalidade

O valor da multa deve ser proporcional à infração cometida e devidamente justificado, evitando abusos por parte da administração.

Como recorrer contra uma multa de condomínio?

Taxas condomínios rendas
Imagem: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

Caso considere a multa injusta ou abusiva, o morador tem o direito de contestá-la. O processo geralmente envolve as seguintes etapas:

1. Solicitar justificativas

Peça ao síndico ou à administradora os documentos que detalham a infração e justificam a aplicação da multa.

2. Apresentar defesa formal

Envie uma carta ou e-mail explicando sua posição e, se possível, inclua provas que sustentem sua defesa.

3. Assembleia geral

Se a convenção do condomínio permitir, leve o caso para votação em assembleia, envolvendo os demais moradores.

4. Ação judicial

Se as tentativas anteriores falharem e a multa não seguir as regras da convenção, é possível recorrer à Justiça para anular a cobrança.

Infrações mais comuns em condomínios

Morar em um espaço coletivo exige o cumprimento de normas que garantem o bem-estar de todos. Algumas das infrações mais recorrentes incluem:

Barulho fora do horário permitido

  • Exemplo: Festas, música alta ou obras fora do horário estipulado na convenção ou lei do silêncio.
  • Consequências: Multas e, em casos graves, notificações legais.

Uso inadequado de áreas comuns

  • Deixar objetos pessoais em locais compartilhados;
  • Realizar eventos não autorizados em salões ou piscinas;
  • Descumprir normas de higiene em áreas como academias ou playgrounds.

Animais de estimação

  • Falta de recolhimento de dejetos em áreas comuns;
  • Permitir a circulação sem coleira em locais compartilhados;
  • Barulho excessivo causado por animais.

Estacionamento irregular

  • Utilizar vagas de outros moradores sem autorização;
  • Estacionar em áreas proibidas ou de circulação.

Obras fora do padrão

  • Modificações estruturais realizadas sem aprovação do condomínio, que podem comprometer a segurança do prédio.

Quem paga a multa: inquilino ou proprietário?

A responsabilidade pelo pagamento da multa depende da natureza da infração e do que está especificado no contrato de locação entre inquilino e proprietário.

Infrações causadas pelo inquilino

Quando o inquilino descumpre normas do regimento interno, como barulho excessivo ou mau uso das áreas comuns, ele é responsável pelo pagamento da multa.

Infrações relacionadas ao imóvel

Se a multa for resultado de problemas estruturais ou taxas em atraso, a responsabilidade é do proprietário. O Código Civil e a Lei do Inquilinato (Lei nº 8.245/1991) estabelecem essas diretrizes, mas o contrato pode especificar condições adicionais.

Como evitar multas em condomínios?

Para garantir uma convivência harmoniosa e evitar penalidades, é essencial seguir algumas boas práticas:

Conheça as regras

Leia a convenção do condomínio e o regimento interno para entender as normas aplicáveis.

Respeite os horários

Evite barulho ou atividades que possam incomodar os vizinhos fora dos horários permitidos.

Cuide das áreas comuns

Mantenha o espaço limpo e evite causar desconforto a outros moradores.

Mantenha a comunicação

Em caso de dúvidas ou situações excepcionais, converse com o síndico ou a administradora do condomínio.

Por que é importante entender as multas de condomínio?

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Imagem: Freepik/ Edição: Seu Crédito Digital

Saber como funcionam as multas em condomínios é fundamental para proteger seus direitos e evitar penalidades desnecessárias. Além disso, o entendimento das regras contribui para uma convivência mais harmoniosa entre os moradores.

Benefícios de conhecer seus direitos

  • Evitar abusos: Entender os limites da lei ajuda a identificar cobranças indevidas ou abusivas.
  • Convivência pacífica: Seguir as normas reduz conflitos com vizinhos e administração.
  • Tranquilidade financeira: Evitar multas contribui para o equilíbrio do orçamento.

Considerações finais

Morar em um condomínio exige respeito às normas estabelecidas na convenção e no regimento interno. O descumprimento dessas regras pode resultar em multas, que devem ser aplicadas de forma proporcional e justificada.

Conhecer seus direitos e responsabilidades como morador é essencial para evitar conflitos e garantir uma convivência harmoniosa no ambiente coletivo. Caso enfrente uma situação de penalidade injusta, é importante saber como recorrer e buscar a solução de forma transparente e legal.

Imagem: comzeal images / shutterstock.com

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