Dólar abre em baixa, enquanto mercado aguarda novos dados de inflação dos EUA


No dia anterior, a moeda norte-americana subiu 1,31%, cotada a R$ 5,6546, no maior nível desde 6 de agosto. Já o Ibovespa encerrou em queda de 0,31%, aos 134.320 pontos.
Karolina Grabowska/Pexels
O dólar abriu em baixa nesta quarta-feira (11), com o cenário político e econômico dos Estados Unidos dominando o foco dos investidores no mundo todo.
Enquanto o mercado aguarda a divulgação de novos dados de inflação do país — os últimos dados antes da próxima reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) –, investidores também repercutem o debate presidencial entre Kamala Harris e Donald Trump, que aconteceu na véspera.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
MOTIVOS: Ibovespa tem melhor mês desde novembro, mas dólar não segue o entusiasmo
ENTENDA: Copom endurece discurso, e deixa a dúvida: a Selic pode subir?
DÓLAR: Qual o melhor momento para comprar a moeda?
Dólar
Às 09h, o dólar caía 0,29%, cotado a R$ 5,6383. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda americana teve alta de 1,31%, cotada em R$ 5,6546, no maior patamar desde 6 de agosto, quando fechou em R$ 5,6561. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,6714.
Com o resultado, acumulou:
alta de 1,16% na semana;
ganho de 0,39% no mês;
avanço de 16,53% no ano.

Ibovespa
O Ibovespa começa a operar às 10h.
Na véspera, o índice fechou em baixa de 0,31%, aos 134.320 pontos.
Com o resultado, o índice acumulou:
recuo de 0,19% na semana;
queda de 1,24% no mês; e
ganho de 0,10% no ano.

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O que está mexendo com os mercados?
No cenário doméstico, destaque segue com os novos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
A queda de 0,02% nos preços medidos pelo indicador foi a primeira deflação registrada pelo IBGE neste ano. Apesar da redução, a inflação anual continua muito perto do teto da meta do Banco Central do Brasil (BC).
No acumulado em 12 meses até agosto, os preços subiram 4,24%, abaixo das expectativas de mercado, de 4,30%, mas próximo aos 4,50% do limite estabelecido pelo BC.
A meta de inflação é de 3% para este ano, e será considerada cumprida se a inflação ficar entre 1,50% e 4,50%.
Mesmo com a deflação, o mercado segue com perspectivas de que o BC possa promover uma nova alta na Selic, taxa básica de juros, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que acontece na semana que vem.
Com a inflação mais acelerada nos últimos meses, as crescentes projeções de alta para os preços e a preocupação com os gastos públicos do Governo Federal trouxeram, sobretudo no último mês, uma visão de que o Copom terá de elevar os juros novamente, para conter a pressão inflacionária.
Hoje, a taxa Selic está em 10,50% ao ano, um patamar já considerado alto, mas resultado de uma sequência de cortes.
Juros maiores tornam os processos de tomada de crédito mais caros para a população e as empresas, o que tende a diminuir o consumo, os investimentos em expansão e desaquecer o mercado de trabalho.
A expectativa por esse aumento dos juros já começa a aparecer, inclusive, no Boletim Focus, relatório do BC que reúne as projeções de economistas para os principais indicadores econômicos do Brasil.
Nesta edição, o relatório mostrou que os economistas passaram a prever uma taxa Selic a 11,25% ao ano ao final de 2024 — projeção que pode já refletir as expectativas por uma alta na próxima semana. Há uma semana, a taxa era estimada em 10,50% até o fim do ano.
Mesmo com as perspectivas de juros elevados, as projeções para a inflação continua subindo e chegaram a oitava semana consecutiva de alta. Agora, os economistas esperam um IPCA de 4,30% em 2024, contra 4,26% na semana passada.
Vale lembrar que as medidas adotadas pelo BC, como elevação dos juros, demoram alguns meses até serem sentidas na economia real — o que pode levar a inflação a demorar um pouco mais a desacelerar, mesmo que o Copom aumente a taxa Selic.
Por fim, outro fator que influenciou os negócios desta terça-feira foi a forte queda nos preços internacionais do petróleo, após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) ter reduzido sua previsão para o crescimento da demanda global da commodity em 2024 e 2025.

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