O homem que matou e esquartejou um homem no bairro Santo Antônio, região Centro-sul da capital, foi condenado a 8 anos e 8 meses de reclusão. A juíza Myrna Fabiana Monteiro Souto determinou que o réu seja internado em instituição psiquiátrica por no mínimo três anos. O crime ocorreu em fevereiro de 2023.
Matheus Peixoto de Barros, de 25 anos, foi julgado pelo 2º tribunal de Júri de Belo Horizonte. Para a magistrada, a decisão pela internação deverá perdurar “enquanto não for a averiguada, mediante perícia médica, a cessação da periculosidade”.
Tanto a promotoria, quanto a defesa utilizaram pouco mais da metade do tempo previsto nos debates e concordaram na tese de que houve homicídio qualificado, com causa de diminuição da pena, prevista no artigo 26 do código penal que prevê a inimputabilidade ou semi imputabilidade do acusado. É considerado inimputável alguém que não tem condições de autodeterminação na data do crime ou que seja inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato.
Após as argumentações, os jurados votaram pelo reconhecimento do crime de homicídio qualificado, mas também votaram pela diminuição da pena. “Diante da decisão do conselho de sentença, a Juíza julgou parcialmente procedente a denúncia do ministério público condenando o Matheus Peixoto de Barros à uma pena Base de 13 anos de reclusão, e, diante da causa de diminuição de semi imputabilidade, concretizou a pena em 8 anos e 8 meses de reclusão”, informa nota divulgada pela Justiça de BH.
Durante a sentença, a juíza ainda considerou que o acusado demonstrou frieza no interrogatório em plenário, além de relatar que comprava coelhos no mercado e os matava para sentir-se mais aliviado e calmo. Citou ainda o fato de o acusado ter cumprido medida sócio educativa quando adolescente por ter matado a própria mãe.
Abusos na infância e o crime
Em depoimento diante do júri, Matehus disse que era espancado pelo pai durante a infância, período em que também sofreu com abusos psicológicos. Ele contou, ainda, que era abusado sexualmente pela mãe e pelo pai.
O réu confirmou que tinha o hábito de levar moradores de rua para seu apartamento para “conversar e desabafar, como se fossem sessões de terapia”. Segundo ele, os encontros não tinham nenhuma conotação sexual.
Ainda conforme o acusado, ele teria levado para sua casa uma outra pessoa em situação de rua na mesma noite do crime. Disse que conversaram, ele desabafou e o homem foi embora. Como ainda não se sentia bem, saiu novamente e encontrou a vítima. Esse morador de rua aceitou conversar com Matheus no apartamento, em troca de dinheiro e de um pendrive com algumas músicas.
Os dois teriam começado a conversar e, no bate-papo, a vítima admitiu que já havia matado uma pessoa, cometido diversos roubos e furtos e feito sexo não consentido com uma mulher. A conversa escalou para uma briga física, que culminou no assassinado do homem a facadas.
Entenda o caso
Segundo o processo, Matheus Peixoto de Barros atraiu uma pessoa em situação de rua para dentro do apartamento dele. No local, o jovem partiu para cima do homem, matando-o e, em seguida, esquartejando o corpo dele com uma serra elétrica.
Após cometer o crime, Matheus colocou partes do corpo em sacolas e malas e deixou em locais diferentes do bairro Santo Antônio. Ele também ligou para a própria advogada confessando o assassinato.
Laudo médico aceito pela Justiça constatou que Matheus tem transtorno de personalidade mista, ou seja, uma perturbação da saúde mental, que reduz parcialmente a compreensão dos fatos, mas não completamente. Dessa forma, ele foi considerado semi-imputável, ou seja, caso condenado, terá a pena reduzida (de um a dois terços) ou substituída da pena por medida de segurança.
Jovem matou a mãe da mesma forma
Matheus também confessou ter assassinado a mãe quando ainda era adolescente, em 2017. O crime ocorreu no bairro Tirol, na região do Barreiro. A vítima, de 48 anos, foi encontrada amordaçada e amarrada com fita crepe e usava uma espécie de máscara. Ela foi morta com um corte no pescoço no quarto do filho.
Após o crime, o suspeito fugiu para a casa da madrasta. Na sequência, ele se entregou à polícia e confessou o homicídio. No quarto dele, foram encontradas facas, uma espada e navalhas.
Por ser menor de idade, foi encaminhado ao Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE). Após cumprir medida socioeducativa e ser liberado, passou a morar sozinho no apartamento no bairro Santo Antônio.
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