MG fecha 2024 com mais de um trabalhador em situação análoga à escravidão por dia

O Ministério do Trabalho e Emprego divulgou, nesta sexta-feira (31), um balanço das ações de combate ao trabalho análogo à escravidão em Minas Gerais no ano de 2024. Segundo o levantamento, em todo o ano, os agentes resgataram 500 pessoas vivendo sob a condição de trabalho degradante e fora dos padrões legais, o que representa uma média de 1,3 trabalhador por dia.

Ao todo, a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Minas Gerais e o GEFM (Grupo Especial de Fiscalização Móvel da SIT) realizaram 111 fiscalizações durante o ano. Destas, 42 identificaram atividades irregulares em 38 cidades mineiras.

Segundo o órgão federal, os maiores resgates aconteceram no Alto Paranaíba e no Triângulo Mineiro. O município de Ibiá liderou com 78 resgatados em três fiscalizações. O ranking negativo segue com Serra do Salitre, onde 39 pessoas foram resgatadas em duas ações. Em Romaria, foram 43, e Tapiraí teve 41 resgatados, em uma única ação em cada cidade.

“Se a gente tivesse resgatado um trabalhador, já seria algo indigno para o século 21. Mas estamos falando de 500 pessoas vilipendiadas, exploradas, sem receber salário, água e condições de dormir bem”, disse ao BHAZ o superintendente regional do Trabalho, Carlos Calazans.

O representante da pasta explica que, durante as fiscalizações, os agentes recolhem informações para qualificar a atividade como análoga à escravidão e, caso confirmado, o empregador é autuado e pode responder judicialmente.

“Nós pegamos os trabalhadores, calculamos quanto eles têm a receber. O empregador precisa arrumar meios para voltar com o trabalhador para a cidade dele, já que muitos são de fora. Temos um grande trabalho para recuperar a dignidade dessas pessoas. Mas o grande vilão é na Justiça, já que raramente essas pessoas são condenadas. A lei existe. A dificuldade está na aplicação”, critica.

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