Brasileiros sentem no bolso: 84% estão pessimistas com os preços

Na ilustração da foto estão sendo exibidas cédulas de cinquenta, cento e duzentos reais e uma moeda de um real em destaque.

A inflação continua sendo um dos maiores desafios econômicos no Brasil. Recentemente, uma pesquisa realizada pelo PoderData revelou que 84% da população brasileira está pessimista quanto ao futuro dos preços no país. Esse índice reflete a crescente desconfiança da população em relação à capacidade do governo de controlar a inflação no curto prazo.

A pesquisa foi divulgada nesta quinta-feira (30) e trouxe dados preocupantes sobre a perspectiva econômica dos brasileiros.

A pesquisa e o panorama atual

Dois dados, um em cima do outro. O de cima tem o símbolo de porcentagem, enquanto o de baixo tem duas setas, uma para cima e outra para baixo. inflação IPC
Imagem: Dmitry Demidovich / Shutterstock.com

O levantamento, que foi realizado entre os dias 25 e 27 de janeiro de 2025, ouviu 2,5 mil pessoas de 219 municípios das 27 unidades federativas. A pesquisa teve uma margem de erro de 2 pontos percentuais, o que confere maior confiabilidade aos dados. Entre os resultados mais alarmantes, 51% dos entrevistados acreditam que haverá um aumento de preços nas próximas semanas, enquanto apenas 9% estão otimistas e esperam uma queda nos preços.

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Os dados indicam que a maioria da população não só está desconfiada, mas também espera uma piora no cenário econômico. Para 33% dos brasileiros, não deve haver mudanças nos preços, enquanto 7% não souberam ou não quiseram responder. Esses números reforçam a sensação de insegurança em relação à estabilidade financeira do país.

O pessimismo é generalizado

O levantamento também revelou que o pessimismo em relação aos preços não se limita a uma faixa específica de renda. Independentemente da classe social, a maioria dos entrevistados acredita que a inflação deve continuar sua trajetória de alta. Entre os que ganham de dois a cinco salários mínimos, 53% acreditam que os preços irão piorar. Já entre os que recebem até dois salários, o índice sobe para 54%.

Esses números são ainda mais acentuados entre as faixas de renda mais alta. Quase metade dos entrevistados (49%) que ganham entre cinco a dez salários mínimos também acreditam que os preços aumentarão. Apenas 9% desse grupo espera uma queda nos preços, um sentimento que se reflete em praticamente todas as classes sociais. A pesquisa indica que não há uma percepção de recuperação econômica para o futuro imediato.

Alta nos preços nos últimos dias

Outro dado relevante é que 61% dos entrevistados afirmam ter notado um aumento nos preços nas últimas semanas. Este número demonstra o impacto imediato da inflação sobre o consumo das famílias. Apenas 10% dos entrevistados relatam que perceberam uma queda nos preços, o que evidencia a persistência do aumento de custos nos últimos tempos. Esse cenário reforça a sensação de incerteza e medo do futuro próximo, gerando um ciclo de pessimismo entre os consumidores.

O controle da inflação e a confiança nas autoridades

A pesquisa também aponta que a população brasileira está cética quanto à capacidade das autoridades do país de controlar a inflação. O desânimo generalizado é um reflexo da dificuldade enfrentada pelo governo e pelas instituições econômicas em estabilizar a economia. A desconfiança é especialmente visível em relação às medidas adotadas para tentar conter a escalada dos preços, que, ao que parece, ainda não surtem efeito no bolso dos brasileiros.

A incapacidade de estabilizar os preços, mesmo com políticas econômicas, tem levado muitos cidadãos a adotar um comportamento mais cauteloso em suas compras. Esse receio tem gerado um ciclo vicioso, em que o medo de uma possível alta de preços no futuro próximo leva os consumidores a limitar seus gastos no presente, o que, por sua vez, afeta o crescimento da economia.

A pesquisa no recorte de renda

Ao analisar a pesquisa com foco nas faixas de renda, fica claro que a percepção da inflação é ainda mais pronunciada entre as pessoas de menor poder aquisitivo. Aqueles que ganham até dois salários mínimos, por exemplo, apresentam o índice mais alto de pessimismo, com 54% acreditando que os preços devem continuar subindo.

Por outro lado, entre os que recebem entre cinco a dez salários mínimos, a proporção de entrevistados que veem os preços subindo é de 49%. Embora a percepção seja um pouco mais otimista entre os mais ricos, ainda assim, a maioria acredita que o Brasil enfrentará uma piora na economia nos próximos meses.

O impacto na economia e no consumo

Brasil
Imagem: RHJPhtotos/shutterstock.com

Com os preços em alta, o impacto sobre o consumo das famílias tem sido evidente. O levantamento sugere que a inflação tem atingido diretamente o poder de compra dos brasileiros, que estão tendo que se adaptar a um cenário de aumento constante de custos. A incerteza econômica tem levado muitas pessoas a buscar alternativas para reduzir seus gastos, como a priorização de produtos essenciais e o adiamento de compras consideradas supérfluas.

Além disso, a pesquisa revela que, diante da alta nos preços, os consumidores têm se mostrado cada vez mais cautelosos e seletivos em suas compras. Isso impacta diretamente o desempenho do comércio e pode afetar negativamente o crescimento da economia, especialmente se a inflação continuar a subir sem controle.

Considerações finais

A pesquisa do PoderData evidencia o pessimismo da população brasileira em relação à inflação e aos preços no curto prazo. Embora a situação econômica do país seja complexa e envolva diversos fatores, o sentimento de insegurança e a falta de confiança nas autoridades econômicas são claros.

A maioria da população acredita que os preços continuarão a subir, impactando diretamente o consumo e a qualidade de vida dos brasileiros. O controle da inflação permanece um desafio para as autoridades, e a expectativa é que o cenário continue desafiador nos próximos meses.

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