Dólar cai pela 12ª sessão seguida: como a guerra comercial entre a China e a influência dos EUA?

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A cotação do dólar iniciou a sessão desta terça-feira, 4 de fevereiro de 2025, com queda de 0,24%, sendo negociado a R$ 5,8019. Esse movimento acompanha a desvalorização da moeda americana no cenário internacional, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, suspender temporariamente as tarifas de importação do Canadá e do México.

Além disso, o mercado monitora a resposta da China, que anunciou medidas retaliatórias contra os EUA, impondo novas tarifas entre 10% e 15% sobre produtos americanos. As negociações entre Trump e Xi Jinping podem definir os rumos do câmbio nas próximas horas.

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O que está movimentando o dólar hoje?

A desvalorização do dólar nesta terça-feira está diretamente ligada a fatores internacionais, com destaque para:

Suspensão das tarifas de importação dos EUA

O governo dos EUA decidiu suspender por um mês as tarifas sobre produtos importados do Canadá e do México. A decisão trouxe alívio aos mercados, reduzindo a demanda pela moeda americana.

Segundo analistas, a suspensão pode ser estendida, dependendo das negociações entre os países. O presidente canadense, Justin Trudeau, afirmou que o acordo inclui medidas de segurança para combater o tráfico de fentanil, um dos focos da política comercial de Trump.

Retaliação da China e impacto no mercado

Em resposta às recentes taxações impostas pelos EUA, a China anunciou tarifas adicionais sobre uma série de produtos americanos. Esse movimento pode reacender a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, trazendo volatilidade ao câmbio.

A expectativa é que Trump e Xi Jinping conversem nas próximas horas para evitar uma escalada na tensão. Qualquer novo anúncio pode impactar significativamente a cotação do dólar ao longo do dia.

Dólar já acumula 11 dias consecutivos de queda

Com a abertura desta terça-feira, o dólar registrou sua 11ª queda consecutiva, refletindo uma mudança na percepção do mercado sobre a política econômica dos EUA.

A influência do novo mandato de Trump

O início do novo mandato de Donald Trump tem sido marcado por um tom mais conciliador do que o esperado. Em dezembro, no auge da incerteza sobre a política fiscal dos EUA, o real brasileiro sofreu forte desvalorização. Agora, a moeda nacional lidera o movimento de recuperação entre os emergentes.

Fluxo de investimentos e entrada de dólares no Brasil

Segundo Lucas Dezordi, economista-chefe da Rubik Capital, o Brasil está recebendo um fluxo positivo de capital estrangeiro, o que favorece a valorização do real.

“À medida que os EUA anunciaram novos acordos com o México e intenção de negociar com os canadenses, a taxa de câmbio caiu. Estamos observando um fluxo positivo de entrada de recursos externos em nossa economia e com efeito compra de real”, afirma Dezordi.

A expectativa é que a cotação do dólar continue caindo e possa atingir R$ 5,70 ao longo de fevereiro, dependendo dos próximos desdobramentos do cenário internacional.

Como a Bolsa de Valores reage à queda do dólar?

A valorização do real e a queda do dólar impactam diretamente o mercado financeiro. No Brasil, o Ibovespa iniciou o dia em alta, impulsionado pelo otimismo dos investidores estrangeiros.

Setores beneficiados pela queda do dólar

  • Empresas importadoras: Setores que dependem de insumos importados, como o varejo e a indústria farmacêutica, tendem a se beneficiar.
  • Companhias aéreas: Com o dólar mais barato, os custos com combustíveis e leasing de aeronaves diminuem.
  • Tecnologia e eletroeletrônicos: Produtos importados, como celulares e computadores, podem ter preços mais estáveis.

Setores que podem ser prejudicados

  • Exportadores: Empresas do agronegócio e da indústria metalúrgica podem ver uma redução na competitividade internacional.
  • Petróleo e commodities: A Petrobras e mineradoras como a Vale podem enfrentar desafios se o real continuar valorizando.

Expectativas para o câmbio nos próximos dias

Os analistas seguem atentos aos próximos movimentos dos EUA e da China. As negociações comerciais devem continuar influenciando o câmbio, assim como as decisões de política monetária do Banco Central do Brasil.

Fatores que podem influenciar o dólar nos próximos dias

  • Decisão do Federal Reserve (Fed): Qualquer sinalização sobre juros nos EUA pode impactar a cotação da moeda.
  • Dados econômicos da China: Relatórios sobre crescimento e exportações chinesas podem afetar o dólar.
  • Ata do Copom no Brasil: As indicações sobre os rumos da política monetária brasileira também são fatores a se observar.

Dólar pode cair para R$ 5,70?

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Imagem: Freepik

De acordo com projeções de economistas, se o fluxo de investimentos estrangeiros continuar positivo e as tensões comerciais se acalmarem, o dólar pode testar o patamar de R$ 5,70 ainda em fevereiro.

Por outro lado, qualquer deterioração no cenário internacional pode reverter essa tendência e trazer volatilidade para o câmbio.

Considerações finais

A cotação do dólar segue em trajetória de queda, influenciada pela suspensão das tarifas comerciais dos EUA e pela entrada de capital estrangeiro no Brasil. No entanto, as tensões entre EUA e China ainda geram incertezas para o câmbio.

Os próximos dias serão decisivos para definir a direção do dólar, e os investidores devem ficar atentos às negociações internacionais e aos dados econômicos globais.

Imagem: Freepik/Edição: Seu Crédito Digital

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