Preço do aluguel de imóveis deve subir mais em 2025, saiba o porquê

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As recentes mudanças nas regras de financiamento imobiliário da Caixa Econômica Federal estão gerando grande preocupação no setor imobiliário brasileiro. Além de afetar diretamente a oferta de crédito para compra de imóveis, essas novas normas podem ter um impacto inesperado no mercado de aluguel de casas e apartamentos.

Com o aumento do percentual necessário para entrada e a alta das taxas de financiamento, muitos brasileiros que desejam adquirir um imóvel estão migrando para a locação, o que, por sua vez, tem gerado uma pressão no preço dos aluguéis.

Em 2024, o mercado de locação registrou uma alta de 13,5% no preço dos aluguéis, de acordo com o índice FipeZap. Esse aumento está diretamente ligado às novas exigências para quem busca financiamento, que tornam a compra de imóveis mais difícil e cara, impulsionando a demanda por locações e, consequentemente, elevando os preços.

Neste artigo, vamos explorar os efeitos dessas mudanças nas regras de financiamento, como elas impactam a locação de imóveis e a construção civil no Brasil, além de apresentar relatos de quem já está sentindo as consequências dessa nova realidade.

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O Aumento no Valor de Entrada do Imóvel: Uma Realidade Dificultosa

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Imagem: MIND AND I / Shutterstock.com

Uma das principais mudanças nas novas regras de financiamento da Caixa Econômica Federal foi o aumento no valor necessário para a entrada do imóvel. Antes, o valor exigido era de 20% do preço do imóvel, mas com as novas regras, esse percentual subiu para 30% – e pode chegar a 50% em casos específicos.

Esse aumento tem dificultado ainda mais o sonho da casa própria para muitos brasileiros, pois a entrada representava uma parte significativa do valor total do imóvel, sem contar os custos adicionais, como cartório, escritura e o ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis).

O Impacto no Processo de Compra de Imóveis

Além do aumento da entrada, outro fator que tem prejudicado os potenciais compradores de imóveis é o aumento das taxas de financiamento, impulsionadas pela elevação da taxa Selic.

Com a alta da Selic, o custo do crédito para aquisição de imóveis também aumentou, tornando o financiamento ainda mais caro.

Isso tem levado muitas pessoas a reconsiderarem a ideia de comprar um imóvel, optando pela locação, uma vez que o valor das parcelas do financiamento comprometeria boa parte da renda familiar.

Depoimento de Maria Eduarda Santos: “A Via-Crúcis de Comprar um Imóvel”

Maria Eduarda Santos, advogada tributarista, é um exemplo claro de como essas mudanças têm impactado a vida dos brasileiros. Ela e seu noivo começaram a busca por um imóvel no ano passado e enfrentaram dificuldades não apenas com a Caixa Econômica, mas também com outros bancos para conseguir o financiamento.

“Está cada vez pior. Estamos correndo com a compra justamente por receio de que a situação piore ainda mais. Só vou me sentir aliviada quando assinarmos o contrato com o banco”, afirma Maria Eduarda, que teve dificuldades para conseguir aprovação do crédito e viu o preço do imóvel que queria comprar aumentar em R$ 100 mil a R$ 150 mil em apenas um ano.

Ela precisou se contentar com um imóvel inferior ao que havia planejado inicialmente. Maria Eduarda chegou a cogitar a possibilidade de alugar um apartamento devido aos altos preços de imóveis, mas desistiu ao perceber que, no caso da locação, os preços também estavam “surreais”.

Ela finaliza seu relato explicando que, com a dificuldade em obter crédito e a inflação dos imóveis, ficou sem alternativas viáveis para adquirir a casa própria.

A Demanda por Locação: Como as Novas Regras de Financiamento Estão Impulsionando os Preços

As novas exigências para o financiamento imobiliário têm levado muitos brasileiros a considerar a locação como uma opção mais acessível. Com o aumento do percentual necessário para a entrada e a alta das taxas de financiamento, quem antes poderia comprar agora se vê forçado a recorrer ao mercado de aluguel.

A Alta de 13,5% nos Aluguéis: O Efeito Imediato

O índice FipeZap, que acompanha os preços de venda e aluguel de imóveis em diversas cidades brasileiras, apontou uma alta de 13,5% nos preços de aluguel ao longo de 2024.

Isso é reflexo de uma oferta reduzida de imóveis para aluguel e uma demanda crescente por esse tipo de moradia, já que muitos brasileiros têm sido impedidos de comprar imóveis devido aos altos custos envolvidos no processo de financiamento.

Essa alta nos preços de aluguel também é uma consequência direta do aumento da competição pelo estoque de imóveis disponíveis. Como a compra de imóveis se torna mais difícil e cara, a procura pela locação cresce, tornando os imóveis mais caros.

Cássia Ximenes: “Maior Procura, Maior Preço”

Cássia Ximenes, presidente do CMI/Secovi, o Sindicato da Habitação de Minas Gerais, afirmou que a alta na demanda por imóveis para aluguel levará, sem dúvida, ao aumento do valor dos aluguéis.

“Se a procura é maior do que a oferta, o imóvel se torna um produto mais valioso e o preço sobe naturalmente”, explicou Cássia.

O Impacto no Setor da Construção Civil

Miniatura de casa, com pilhas de moeda aos lados. aluguel projeto
Imagem: Billion Photos / shutterstock.com

O aumento nas exigências para financiamento também pode afetar a construção civil. Com menos pessoas conseguindo financiar a compra de imóveis, pode haver uma diminuição nas vendas de imóveis novos, o que pode resultar em menos lançamentos e uma desaceleração no setor.

A indústria da construção já vinha enfrentando dificuldades com a alta de custos e a falta de mão de obra qualificada, e agora o aumento das taxas de financiamento pode agravar ainda mais esse cenário.

A Possível Estagnação do Mercado Imobiliário

Com a falta de compradores para imóveis novos e a alta nos preços de aluguel, é possível que o mercado imobiliário passe por um período de estagnação ou desaceleração nas vendas. Isso pode impactar tanto as construtoras quanto os corretores e outros profissionais envolvidos no setor.

Como se Proteger Dessa Nova Realidade?

Diante desse cenário desafiador, é importante que os brasileiros que desejam comprar um imóvel ou alugar uma casa ou apartamento estejam atentos às novas regras e tendências do mercado. Aqui estão algumas dicas para se proteger e tomar decisões mais assertivas:

  1. Pesquise com Antecedência: Se você está pensando em comprar um imóvel, é fundamental começar a pesquisa com antecedência e entender as condições de financiamento antes de se comprometer.
  2. Considere o Aluguel: Dada a dificuldade para comprar um imóvel, muitas pessoas têm optado por alugar. Pesquisar opções de aluguel com boas condições e preços acessíveis pode ser uma alternativa viável.
  3. Esteja Preparado para Aumentos: Se você já está alugando, esteja preparado para aumentos nos preços. A alta da demanda por locações pode resultar em ajustes nos valores de aluguel ao longo do tempo.

O Impacto das Novas Regras de Financiamento no Mercado de Imóveis

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Imagem: fizkes / Shutterstock.com

As mudanças nas regras de financiamento imobiliário da Caixa Econômica Federal refletem as dificuldades enfrentadas por muitos brasileiros na hora de comprar a casa própria.

Com o aumento do valor de entrada e as altas taxas de financiamento, muitos estão migrando para o mercado de aluguel, o que está gerando uma pressão sobre os preços dos imóveis para locação.

Essa mudança pode trazer impactos significativos não apenas para quem deseja comprar, mas também para aqueles que buscam locação ou têm negócios no setor imobiliário.

Este é um momento de grande desafio para o mercado imobiliário brasileiro, e é importante estar atento às novas condições e tendências para tomar decisões mais seguras e inteligentes.

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