BR-116: Excesso de carga, cansaço do condutor e irregularidade na fixação de rocha causaram acidente, diz PRF

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) concluiu que o acidente que matou 39 pessoas na BR-116, em Teófilo Otoni, foi causado por uma combinação de fatores, incluindo falha humana e excesso de carga. O laudo pericial apontou que o caminhão que transportava um bloco de rocha ornamental estava com peso acima do permitido e teve sua estabilidade comprometida, resultando no tombamento da carga sobre o ônibus, que transportava 45 pessoas.

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O documento destaca que o caminhão transportava um peso de 68,3 toneladas, ultrapassando o limite de 58,5 toneladas permitido para o transporte de rochas ornamentais. O excesso de carga aumentou a instabilidade do veículo, que trafegava a uma velocidade de 93 km/h no momento do sinistro, acima dos 80 km/h autorizados para aquele trecho.

Além disso, a perícia apontou que o motorista do caminhão não havia cumprido o tempo mínimo de descanso de 11 horas consecutivas, previsto na legislação. O cansaço do condutor pode ter comprometido sua capacidade de reação e controle do veículo.

A PRF também identificou irregularidades na fixação da carga. As correntes e tensionadores utilizados para segurar o bloco de rocha apresentavam corrosão e desgaste, o que pode ter contribuído para o desprendimento da carga no momento do acidente. Veja simulação do momento da batida:

O trecho da rodovia onde ocorreu o acidente possui um histórico de problemas estruturais, incluindo falhas na sinalização e variações na velocidade regulamentada. O laudo apontou que, embora o trecho exigisse redução de velocidade devido à sua configuração, a sinalização indicava um limite superior ao recomendado pelos manuais técnicos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

O acidente resultou na morte do motorista do ônibus e de 38 passageiros, além de deixar seis feridos graves e cinco com ferimentos leves.

Motorista de carreta é preso

O juiz Danilo de Mello Ferraz, da 1ª Vara Criminal da Comarca de Teófilo Otoni, decidiu pela prisão do motorista que dirigia o veículo de carga.  Arilton Bastos Alves foi preso no Espírito Santo no último dia 20, quando a tragédia completou um mês.

A Justiça acatou o pedido de prisão após a polícia apresentar laudos que indicam a presença de substâncias lícitas e ilícitas no organismo do condutor no momento do acidente.

“A partir da quantidade de material metabólico encontrado no corpo dele, nós conseguimos identificar se no momento do acidente propriamente dito ele estava sob efeito dessas substâncias”, explicou Thales Bittencourt, superintendente de polícia técnico-científico de Minas Gerais.

Os exames, segundo Bittencourt, apontaram para a o consumo de cocaína, ecstasy, álcool, remédios antidepressivos e ansiolíticos.

Acidente

O acidente ocorreu na altura do km 285 da BR-116, em Lajinha, um distrito de Teófilo Otoni. A colisão foi registrada por volta das 3h30 de 21 de dezembro de 2024 e envolveu três veículos: um ônibus da empresa Emtram, um carro de passeio e uma carreta carregada com bloco de granito.

O ônibus havia saído do terminal do Tietê, em São Paulo, às 7h do dia 20, e tinha várias paradas programadas por cidades da Bahia, sendo a última no município de Elísio Medrado, a 230 km de Salvador.

O acidente envolveu cerca de 49 pessoas: 45 no ônibus, três no carro de passeio e o motorista da carreta, que fugiu do local. Dessas, 39 pessoas morreram.

Após a colisão entre os veículos, o coletivo pegou fogo e explosões foram registradas. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o ônibus estava em situação regular.

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