TCU revela que ainda não tem solução para impacto de R$ 13 bilhões do Pé-de-Meia

Banco do Brasil

O Tribunal de Contas da União (TCU) está enfrentando dificuldades para resolver um impasse relacionado ao impacto de R$ 13 bilhões do programa Pé-de-Meia no Orçamento de 2025.

A situação foi revelada pelo ministro do TCU, Augusto Nardes, que destacou a falta de uma solução até a data de 10 de fevereiro de 2025. O programa, voltado para estudantes de baixa renda, tem gerado discussões sobre a sua viabilidade financeira e o processo de sua adequação orçamentária.

O impasse sobre o Pé-de-Meia

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Imagem: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Conforme o ministro Nardes, há uma grande preocupação em relação à acomodação dos R$ 13 bilhões previstos para o programa no Orçamento de 2025. O valor, que já está sendo gasto este ano, gerou dúvidas sobre a legalidade da forma como os recursos estão sendo direcionados. Nardes afirmou que a equipe técnica do TCU está analisando o caso, visando encontrar uma solução na legalidade, sem comprometer a continuidade do programa.

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Embora o TCU não se opõe ao Pé-de-Meia, o tribunal tem alertado para que os gastos precisam ser ajustados nas normas orçamentárias, para não haver impactos negativos no equilíbrio fiscal do país. O ministro também destacou que o caso será discutido com a equipe técnica do TCU nos dias seguintes, buscando uma solução que atenda tanto à legalidade quanto às necessidades do programa.

Reações do Governo Federal

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também se posicionou sobre o impasse, afirmando que o governo federal está empenhado em encontrar uma solução para o programa. Segundo Haddad, o objetivo é atender as questões levantadas pela área técnica do TCU, a fim de destravar parte dos recursos previstos para o Pé-de-Meia.

Em uma entrevista concedida na mesma data, o ministro destacou a importância de acertar as questões orçamentárias para garantir a continuidade do programa, que atende milhões de estudantes de baixa renda em todo o Brasil.

Haddad também defendeu a legalidade do programa, ressaltando que ele foi aprovado com amplo apoio do Congresso Nacional. O ministro afirmou que a medida tem um grande apoio entre os parlamentares, sem distinção de base ou oposição, e que todos reconhecem a relevância do Pé-de-Meia para a educação brasileira.

A suspensão dos R$ 6 bilhões

A principal questão que levou o TCU a suspender a execução de R$ 6 bilhões do programa, em janeiro de 2025, foi a irregularidade na previsão desses recursos no Orçamento Geral da União (OGU). Sem a devida previsão orçamentária, o uso de parte dos recursos do programa foi considerado ilegal pela área técnica do tribunal. A Advocacia Geral da União (AGU) chegou a recorrer da decisão, mas a situação ainda não foi resolvida.

Segundo o entendimento do TCU, o programa precisa ser ajustado para atender às normas orçamentárias e garantir que os recursos sejam aplicados de maneira legal e transparente. A equipe técnica do tribunal alertou para a necessidade de uma readequação do orçamento, para que o Pé-de-Meia continue a operar sem prejudicar a estabilidade fiscal do país.

Conversas entre TCU e Governo

As discussões sobre o programa Pé-de-Meia têm sido intensas nos últimos dias, com reuniões entre os ministros envolvidos e os presidentes do Congresso Nacional. O ministro Augusto Nardes revelou que está em contato com os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, e do Senado Federal, Davi Alcolumbre, além do ministro da Educação, Camilo Santana. Essas conversas visam encontrar um entendimento que permita a regularização do programa, sem comprometer a legalidade dos gastos.

Apesar das divergências sobre como os recursos estão sendo aplicados, tanto Nardes quanto Haddad têm demonstrado disposição para encontrar uma solução viável que permita a continuidade do programa. A principal preocupação é garantir que os recursos sejam utilizados conforme a legislação orçamentária, sem prejudicar o funcionamento do programa e os benefícios para os estudantes.

O impacto do Pé-de-Meia para a educação brasileira

O programa Pé-de-Meia visa apoiar estudantes de baixa renda, oferecendo recursos para sua permanência e sucesso acadêmico. A medida foi muito bem recebida pela sociedade, especialmente em um momento de dificuldades econômicas, quando muitos estudantes enfrentam dificuldades financeiras para concluir seus estudos.

Com a aprovação do programa no Congresso, o Pé-de-Meia se tornou um dos pilares da política educacional do governo federal. A iniciativa busca ampliar o acesso ao ensino superior e ajudar aqueles que enfrentam maiores dificuldades financeiras. No entanto, a situação orçamentária do país tem dificultado a execução do programa, tornando urgente a necessidade de um ajuste legal para garantir sua continuidade.

O papel do Congresso Nacional

Imagem do Congresso Nacional para falar sobre a desoneração da folha
Imagem: M.Antonello Photography / Shutterstock.com

O Congresso Nacional também desempenha um papel fundamental na solução desse impasse. Conforme o ministro Nardes, o caso precisa passar pelo Congresso para ser resolvido definitivamente. O TCU já está dialogando com os presidentes das casas legislativas, mas o tema precisará ser debatido em plenário, para que se encontre uma solução definitiva que contemple tanto os interesses do governo quanto as exigências do tribunal.

Nardes indicou que, embora o governo tenha o apoio dos parlamentares para a continuidade do programa, a questão da previsão orçamentária precisa ser formalmente ajustada, para garantir que o uso dos recursos esteja segundo as normas legais.

Considerações finais

O impasse sobre os R$ 13 bilhões do programa Pé-de-Meia no Orçamento de 2025 continua longe de ser resolvido. O TCU, o Ministério da Fazenda e o Congresso Nacional estão trabalhando para encontrar uma solução que permita a continuidade do programa, sem comprometer a legalidade dos gastos públicos. A situação exige ajustes orçamentários e o envolvimento de todas as partes para que o Pé-de-Meia continue a beneficiar milhões de estudantes brasileiros.

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