Bloco Circuladô vai desfilar no pré-carnaval de BH

O primeiro bloco cênico-musical de Belo Horizonte, o Circuladô, desfila em formato inédito no domingo de pré-Carnaval (23). Em 2025, o grupo inova ao trazer três baterias, que se revezam durante o cortejo, explorando diferentes ritmos. O bloco também se apresenta em clima de festa, sendo fruto da parceria entre Percussão Circular e Grupo Parangolé Arte Mobilização, que comemoram respectivamente 10 e 25 anos de história. Em sintonia, o cortejo deste ano reflete sobre o tempo, em suas diversas camadas e sentidos.

Confira a programação completa do Pré-Carnaval de BH

O encontro de foliões chega à região central este ano, levando para a Av. Getúlio Vargas a diversidade da música popular brasileira e autoral de Belo Horizonte. O repertório vai do forró à música pop, do axé ao reggae, dos ritmos afros ao sertanejo, contemplando canções em homenagem ao tempo.

A bateria formada por integrantes do Projeto Percussão Circular, fundado por Di Souza, une-se às intervenções do Grupo Parangolé, coordenado por Rodolfo Cascão, consagrado Mestre da Cultura Popular pela Secretaria Municipal de Cultura de Belo Horizonte. Ao todo, o cortejo traz cerca de 500 integrantes, entre batuqueiros, banda e atores, formando uma grande fusão artística.

No cortejo, a Percussão Circular, maior escola de percussão e musicalização da capital, divide-se em três alas de bateria. Os mais de 400 integrantes se revezam de forma dinâmica, trazendo diferentes repertórios. O formato busca surpreender o público não só com a troca de batuqueiros durante o cortejo, mas de ritmos e instrumentos.

Di Souza traz a inovação e a energia que o levou a ser um dos personagens mais importantes do Carnaval de Belo Horizonte, na linha de frente de outros sete blocos da capital, como o “Então, Brilha!”, o “Havayanas Usadas” e “É o Amô”. “O Carnaval tem essa alma disruptiva, que precisa ser sempre renovada. Este ano, trazemos esse novo formato, além de outros diversos elementos inusitados. Iniciamos o cortejo, por exemplo, ao som de uma marimba, instrumento de percussão de origem africana, diversificando a sonoridade do que tradicionalmente espera-se de uma bateria de Carnaval”, comenta. 

Os dois movimentos culturais, Percussão Circular e Grupo Parangolé, unem-se para refletir sobre o tempo, explorado não apenas em seu aspecto cronológico, mas também em uma dimensão filosófica e social. Com um relógio de três metros de diâmetro como símbolo, o Parangolé leva à avenida intervenções que vão apresentar poeticamente os diversos tempos que nos atravessam.

Costurando uma reflexão sobre memória, o grupo traz às ruas uma homenagem aos mineiros desaparecidos políticos durante a ditadura militar, no Brasil. Além disso, destaca o desafio contemporâneo das mudanças climáticas. O bloco conta com a liderança indígena e artista plástica, Daru Tikuna, na intervenção “Floresta em pé”, para reforçar a importância da preservação ambiental.

Na simbiose cênico-musical, o Circuladô convida os foliões a sentirem o presente, resgatar o passado e imaginar futuros possíveis. O cortejo celebra a passagem do tempo, exaltando as trajetórias das iniciativas que dão vida ao bloco, enquanto a coloca em reflexão.

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