Caso Stefany: o que se sabe sobre morte de adolescente assassinada por pastor

A família de Stefany Vitória, assassinada aos 13 anos, se despede, nesta quinta-feira (13), da adolescente de Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte. O caso de comoção nacional segue em investigação, mesmo após a prisão autor confesso, o pastor João das Graças Pachola, de 54 anos. Veja a seguir tudo que se sabe sobre a história:

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O desaparecimento de Stefany

Stefany Vitória Teixeira Ferreira, de 13 anos, desapareceu no último domingo (9), após sair para ir à casa de uma amiga. Ela havia prometido à mãe que iria para o culto após a visita, mas não foi mais vista. Após chegar da igreja, Márcia da Silva, mãe da adolescente, sentiu falta da filha.

A família iniciou as buscas e acionou a polícia. Os parentes denunciaram dificuldade para registro do boletim de ocorrência junto a Polícia Militar, mas a investigação foi iniciada em seguida.

Investigação inicial

O caso começou a ser investigado pela Polícia Civil como um desaparecimento. Durante as buscas, a polícia recebeu uma denúncia anônima feita por um casal que avistou uma cena estranha próximo à Lagoa do Tijuco, entre Ribeirão das Neves e Esmeraldas.

Os denunciantes viram uma menina pulando de um carro e um homem a puxando de volta para dentro do veículo. O casal pensou se tratar de um pai que estaria agredindo a filha. Então, as testemunhas anotaram a placa do carro e repassaram à polícia.

De posse das informações, os investigadores identificaram quem era o dono do veículo e foram até o local indicado pelos denunciantes. Lá, eles encontraram um chinelo branco com bandeira do Brasil, que coincidia com o calçado usado por Stefany Vitória na data do desaparecimento. A partir daí, a polícia conectou as duas histórias.

Os investigadores confirmaram que o pastor João das Graças Pachola, de 54 anos, estava na direção do veículo. Ele mora na mesma região da família de Stefany, em Ribeirão das Neves. A polícia foi até a casa do homem e encontrou a esposa dele assustada. A mulher relatou que o companheiro estava desaparecido e que chegou a fazer um cartaz em busca de informações sobre ele.

Após ser informada sobre a possível relação de Pachola com o desaparecimento de Stefany, a esposa repassou aos agentes informações que poderiam ajudar na descoberta do paradeiro dele e ela saiu de casa.

Prisão do suspeito

A polícia passou a fazer buscas em cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte com o intuito de encontrar o pastor e o adolescente. Na noite de segunda-feira (10), o Departamento de Pessoas Desaparecidas recebeu informações sobre a possível localização do suspeito.

Ele havia sido visto em Contagem, cidade da Grande BH. A confirmação de que era mesmo Pachola foi facilitada em função do estado do carro, que estava amassado na parte traseira em função de um acidente de trânsito ocorrido dias antes.

“Essa testemunha falou que o homem estava sozinho. Aí eu tive certeza que Stefany, infelizmente, já estaria morta. Se ela estivesse viva, com toda certeza e estivesse sido solta, por ele estar sozinho, ela já teria retornado para casa. Essa fala da testemunha já me remeteu a sensação de que, infelizmente, a gente já não estava procurando uma desaparecida e, sim, o corpo da Stefany”, desabafou a delegada Ingrid Estevam, chefe da Divisão de Desaparecidos.

Os policiais fizeram buscas na cidade e encontraram o suspeito na casa de um conhecido. Ao ser preso, ele confessou o crime. O carro dele foi apreendido e estava com vestígios de sangue.

A delegada se emocionou ao falar sobre o caso. Veja:

Motivação do crime

Ao ser preso, o pastor João das Graças Pachola passou poucas informações sobre a motivação, apesar de ter assumido a culpa. De acordo com a Polícia Civil, o investigado limitou-se a dizer que enforcou Stefany Vitória, com as mãos, após ela desferir um tapa no rosto dele. Até o momento, segundo a delegada Ingrid Estevam, não há indícios de que mais pessoas estão envolvidas no crime.

Histórico do pastor

De acordo com a Polícia Civil, não há boletins de ocorrência contra Pachola por crimes relacionados a menores ou abuso sexual anteriores. Apesar disso, adolescentes que vivem no bairro Metropolitano relatam um histórico de assédio e importunação sexual por parte do líder religioso. Os investigadores convocaram eventuais vítimas a registrarem denúncias.

A esposa do investigado contou que estava em processo de separação. Os desentendimentos aumentaram, segundo ela, após o companheiro passar a fazer uso de cocaína. A situação levou, há dois anos, ao fechamento da igreja que ele tinha na casa da família.

Stefany e a família já frequentaram a igreja de Pachola, mas a mãe da jovem deixou de frequentar o local após um desentendimento com o homem. A mulher havia pedido a ele ajuda espiritual para a filha, que estava sofrendo com pesadelos. Segundo a mãe, o pastor negou a ajuda e ela acho o comportamento dele suspeito, resolvendo não frequentar mais o local.

Busca pelo corpo

Ao ser preso e confessar o crime, Pachola levou os policiais até o local onde o corpo de Stefany foi escondido, próximo a um monte usado por religiosos para orações. “Como ele conhecia o local, sabia que dificilmente teria alguém ali”, contou a delegada responsável pelo caso.

Causa da morte

O corpo da vítima foi encontrado em uma mata, em avançado estado de decomposição. Ele apresentava sinais de agressões. A causa da morte ainda vai ser indicada pela perícia. O pastor disse que a enforcou com as mãos e negou ter abusado sexualmente da jovem. Os legistas ainda vão confrontar o laudo para avaliar a versão.

Investigação

O inquérito do caso segue aberto para que os investigadores confirmem os pontos ainda não esclarecidos. João das Graças Pachola foi autuado por homicídio e ocultação de cadáver. A delegada Ingrid Estevam acredita que o caso vai ser enquadrado como feminicídio. Nessa quarta-feira (12), a Justiça converteu a prisão temporária do pastor em preventiva.

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