Brasil em chamas: fotógrafo documenta trabalho de brigadistas; veja imagens

O trabalho, muitas vezes anônimo, de brigadistas que combatem as queimadas pelo Brasil ganha identidade por meio das lentes de Augusto Dauster, um fotógrafo que embarcou na missão de registrar as ações de combate ao lado do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo). As imagens impressionantes são compartilhadas pelo profissional nas redes sociais.

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Em conversa com o BHAZ, Augusto conta que trabalha com fotografia há mais de 15 anos, mas foi em 2024 que recebeu o convite para atuar na linha de frente contra as queimadas em vegetações. Ele esteve no Pantanal, Mato Grosso do Sul, e, agora, trabalha para debelar as chamas na região do Xingu, localizado no Mato Grosso.

“Existia a necessidade de registrar e mostrar o trabalho feito pelos brigadistas. Então eu recebi um treinamento do Prevfogo e hoje eu também atuo como brigadista no campo. Agora eu fico responsável também por toda a comunicação do projeto”.

Augusto passou pouco mais de um mês acompanhando os brigadistas na região do Rabicho antes de partir para o Xingu. Ele narra que precisou repensar o modus operandi de trabalho para estar na linha de frente. “Tive que me adaptar. Eu sempre fui acostumado a carregar muito equipamento e na linha de combate não tem como, então tive que trocar por algo mais leve. Passei a ter que escolher uma lente e ficar todo o combate com ela. Não costumo partir para o combate enquanto estou fotografando, porque minha prioridade é registrar e tenho o auxilio dos brigadistas, que me ajudam avisando se o fogo estiver se aproximando. É um ambiente muito extremo, muito difícil”.

E o resultado impressiona. Nas imagens, olhares de homens se misturam às paisagens devastadas pelo fogo e as chamas acabam em segundo plano para dar destaque aos heróis desconhecidos.

“Me chama a atenção a dedicação dos brigadistas, o amor que eles tem. Muitos deles abandonam emprego fixo e outras ocupações para passar meses combatendo fogo em locais de difícil acesso, perigosos. Minha missão é documentar esses guerreiros e heróis”, pontua.

Veja alguns cliques:

Brasil já teve 11 milhões de hectares atingidos pelo fogo

De janeiro a agosto de 2024 os incêndios no Brasil já atingiram 11,39 milhões de hectares do território do país, segundo dados do Monitor do Fogo Mapbiomas, divulgados nessa quinta-feira (12). Desse total, 5,65 milhões de hectares foram consumidos pelo fogo apenas no mês de agosto, o que equivale a 49% do total deste ano.

Nesses oito primeiros meses do ano, o fogo se alastrou principalmente em áreas de vegetação nativa, que representam 70% do que foi queimado. As áreas campestres foram as que os incêndios mais afetaram, representando 24,7% do total. Formações savânicas, florestais e campos alagados também foram fortemente atingidos, representando 17,9%, 16,4% e 9,5%, respectivamente. Pastagens representaram 21,1% de toda a área atingida.

Para o período, os estados do Mato Grosso, Roraima e Pará foram os que mais impactados, respondendo por mais da metade: 52%, da área alcançada pelo fogo. São três estados da Amazônia, bioma mais atingido até agosto de 2024. O fogo consumiu 5,4 milhões de hectares do bioma nesses oito meses.

O Pantanal, até agosto de 2024 queimou 1,22 milhão de hectares, um crescimento de 249% nas áreas alcançadas por incêndios, em comparação à média dos cinco anos anteriores. A Mata Atlântica teve 615 mil hectares atingidos pelo fogo, enquanto que na Caatinga, os incêndios afetaram 51 mil hectares. Já os Pampas tiveram apenas 2,7 mil hectares no período de oito meses.

Colaborou Pablo Nogueira 

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