Inocentes deu ‘Oscar do Samba’ para Cacá Diegues na Sapucaí: ‘Pudemos fazer essa homenagem em vida’, diz carnavalesco


Marcio Puluker lembra que Cacá chegou à Praça da Apoteose, no fim do desfile, emocionado com a apresentação da escola e a reação do público. Inocentes de Belford Roxo – O cineasta Cacá Diegues participa do desfile em sua homenagem e está no último carro da escola
G1/Alexandre Durão
O cineasta Cacá Diegues, que morreu na madrugada desta sexta-feira (14) no Rio de Janeiro, foi homenageado no carnaval de 2016 pela Inocentes de Belford Roxo. A escola entregou a ele um “Oscar do Samba”, que definiu como o reconhecimento popular da obra do artista para o Brasil.
“Na época fizemos várias visitas. Tivemos acompanhamento sobre como desenvolver, sobre como ele gostaria de ver a própria vida na avenida. Graças a deus pudemos fazer essa homenagem a ele em vida”, disse o carnavalesco Marcio Puluker, que assinou o desfile.
Puluker conta que o enredo “Cacá Diegues – Retratos de um Brasil em cena”, foi elaborado com o então enredista, Júlio César Farias. O cineasta desfilou no último carro da escola, que misturava estatuetas do Oscar com pombas, que são o símbolo da escola.
O carnavalesco lembra que Cacá chegou à Praça da Apoteose, no fim do desfile, emocionado com a apresentação e a reação do público nas arquibancadas.
“Eu estou feliz. É uma honra ser o enredo de uma escola de samba. Eu tenho a escola de samba como algo importante na minha vida e nos meus filmes. Elas não só são citadas como eu uso a estrutura do carnaval para a estrutura dramática. Para mim, é um prazer inenarrável”, disse Cacá Diegues na época.
(Confira a íntegra do desfile da Inocentes de Belford Roxo em 2016)
Inocentes de Belford Roxo – Íntegra do desfile de 06/02/2016
Trabalho conjunto
Cacá participou do trabalho e foi consultado pela equipe da Inocentes sobre como gostaria de ver sua vida e obra retratada na Marquês de Sapucaí.
“Tivemos a ideia e fizemos o convite. Ele aceitou na hora e disse que era uma honra”, contou o carnavalesco.
Atualmente, o carnavalesco assina o desfile da escola Império de Fátima, do carnaval de Vitória, no Espírito Santo.
Cacá Diegues desfilou vestido com um chapéu e com um terno todo dourado. A roupa combinava com a cor do carro, que representava o reconhecimento que a escola propunha para ele, um “Oscar do Samba” pelos serviços prestados ao Brasil. Ao lado dele, Renata de Almeida Magalhães, mulher do artista.
Cacá Diegues no último carro do desfile da Inocentes de Belford Roxo, em 2016
Reprodução/ TV Globo
Oscar do Samba
Reginaldo Gomes, presidente da Inocentes de Belford Roxo, destaca a importância de lembrar de pessoas importantes para a cultura enquanto elas ainda estão produzindo.
“Queríamos entregar o Oscar em vida. Contar a história de sua obra e levá-lo no último carro com vários Oscares. A ideia era homenageá-lo enquanto vivo pela história dele. Hoje a Inocentes está triste com o falecimento”, afirmou Reginaldo.
Cacá Diegues diz que é uma honra ser o enredo de uma Escola de Samba
No ano anterior ao carnaval que homenageou Cacá Diegues, a escola destacou o legado de outro artista: o músico Nelson Sargento.
O músico Avelino Silvestre Neto, um dos responsáveis pelo surdo de segunda da escola, lembra que o desfile foi marcado pela alegria.
“Foi um desfile muito bonito, o homenageado se divertiu muito. Ele era um homem à frente do seu tempo. Trabalhar com cinema hoje já não é fácil, imagina na época dele”, disse.
A Inocentes de Belford Roxo, escola da Série Ouro, levará para a Sapucaí este ano o enredo “Ewe, a cura vem da floresta”, com uma reflexão sobre o poder das plantas na cura de doenças e a importância da preservação do meio ambiente.
Cacá Diegues beija os netos na concentração da Inocentes de Belford Roxo
Cristina Boeckel/ G1
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